quarta-feira, setembro 19, 2007

contra os direitos de autor

O direito de autor é um direito egoísta e retardador. Cada cêntimo ou autorização que se gasta com os direitos de autor, é dinheiro ou tempo a menos que se gasta em mais cultura, investimento e desenvolvimento. O prémio de uma descoberta acontecerá sempre, e não à custa do consumidor obrigado, mas da pessoa reconhecida que voluntariamente o destaca.

divagação acerca da natureza humana

Aristóteles, ao dizer que o homem é um animal político, indica-nos que a verdadeira natureza humana só se encontra na cidade, na polis. Para o filósofo, aquele que vive fora da cidade e sem dela depender ou é um deus, ou uma besta. A verdadeira natureza humana encontra-se na cidade.
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Os modernos teóricos do estado de natureza - inspirados pelos primeiros passos de Hobbes - negam esta ideia aristotélica e procuram a natureza humana fora da cidade, pois a polis condiciona o homem ou, para usar o vocabulário de Rousseau, a sociedade agrilhoa o homem.
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Podemos conhecer alguém que viva sem Estado? Os genuínos hippies, certos ciganos e alguns sem-abrigo quase nos mostram que sim. Quase. Nunca a independência é total. Nem os índios norte-americanos, confinados às suas reservations, conseguem viver sem o dinheiro da venda do seu artesanato aos turistas.
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Mesmo que estes fossem exemplos verídicos de independência estatal, era nestes casos extremos que iriamos buscar a nossa natureza humana? A cidade de Aristóteles é demasiado artificial para encontrarmos a nossa verdadeira natureza. O estado de natureza de Hobbes e Rousseau é demasiado imaginário e difícil de analisar com ciência.
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A natureza humana parece ser, para Santo Agostinho, produto da nossa orientação para Deus criador. Mas, estaremos todos igualmente orientados para Deus? Digo que sim, apenas os caminhos estão percorridos com desvios próprios, intensidades e tempos diferentes e percursos irrepetíveis - consoante a pessoa que caminha. A orientação existe, a vontade de caminhar varia.
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Que a definição de natureza humana deve ser universal, isto é, ser válido para todos, isso parece inegável - para estes filósofos e também para mim, que entre as suas mentes gigantes me escondo. Mas a descoberta da natureza humana deverá ser uma descoberta pessoal, própria do solitário caminho de cada um, para não perturbar o entendimento de certas nuances que variam de pessoa para pessoa, como ramos diferentes de um mesmo tronco.