É recorrente ouvirmos algumas pessoas reclamar a superioridade civilizacional do Ocidente em relação ao Islão. A seguir a tão vazia declaração, normalmente acrescentam que "a prova disso é que os árabes são corruptos" e que "abdicam de todos os seus valores por dinheiro". As pessoas esquecem-se é que nisso mudamos pouco: todos os povos conseguem ser promíscuos e corruptos - basta olhar para a classe governante portuguesa e para a de outros países europeus. A Justiça? Compra-se. Os valores? Ofuscam-se com outros brilhos mais urgentes. No entanto, a argumentação em torno da corrupção roça o ponto decisivo que nos distingue economicamente dos muçulmanos. A diferença não está na existência da corrupção - existe onde houver dinheiro, mas no processo. Ouçamos as palavras do professor Bernard Lewis, perito em estudos sobre o Islão.
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"No Ocidente faz-se dinheiro no mercado, que depois se utiliza para comprar ou influenciar o poder. No [Próximo] Oriente toma-se o poder e utiliza-se o controlo do Estado para fazer dinheiro. Moralmente, não existe diferença entre os dois casos, mas o seu impacte ao nível da economia e da política é muito diferente."
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extraído do livro de Bernard Lewis: O Médio Oriente e o Ocidente - o que correu mal?
2 comentários:
para fazer um quilo de flamengo genuíno são necessários aproximadamente 10 litros de leite português!
...patrocionados por um qualquer Orçamento de Estado. Um abraço, bom queijo.
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