quarta-feira, julho 19, 2006

"O Sonho Comanda a Vida"

O seguinte post é um excerto de uma dedicatória que fiz a uma Amiga quando ela terminou o Curso. O Sonho... aquela "constante da Vida tão concreta e definida", habita, com certeza, a Alma dos Amáveis leitores e "contribuintes" do Curtas e Rápidas. Daí a pertinência da publicação deste post, que a ter alguma virtude é o facto de ser Original e oferecido com o Maior Prazer! =)

(...)Se, na realidade, como diz o António Gedeão, há quem não saiba que o Sonho Comanda a Vida; quem nunca tenha sentido no Fundo da Alma aquela Luz de Esperança e Força que nos ajuda, mesmo quando tudo parece não fazer sentido, a seguir em direcção ao Horizonte... aquele Horizonte que se afasta a cada passo que damos na sua direcção... se, realmente, há alguém que não Sonha... então lamento por terem de "viver" ! (...)

Gundisalvus

sábado, julho 15, 2006

Medievalidades

Está a decorrer na vila de Óbidos, até Domingo 23 de Julho, o Mercado Medieval. Para além das especificidades da vila, que desde logo nos remetem para tempos idos, a Feira retrata na perfeição a vida social na Idade Média.
O difícil é lembrarmo-nos que somos Homens do nosso Tempo, isto é, que estamos no século XXI e que aquela sociedade acaba quando saimos das muralhas do castelo. Mas até à saída, a ilusão é real.

Para mais informações:
http://www.cm-obidos.pt/AgendaCultural/

Fica feita a sugestão de visita, TAM

quarta-feira, julho 12, 2006

Conseguem ouvir...?

Caros leitores e "contribuintes" do Curtas e Rápidas, é com o Maior Prazer e Emoção que inauguro a minha participação neste Fantástico blog de Opinião e Cultura. Um Obrigado Especial ao meu Grande Amigo Tiago e um Grande Abraço para o Sandokan que me deu esta Imensa Honra. Obrigado!

Pois bem, pensei muito bem (demasiado bem, acha o Tiago) no tema do meu primeiro post. Cheguei então à conclusão que é necessário prestar um tributo ao Melhor Amigo das Ideias Iluminadas! =) É que...

Há quem não o conheça, porque
não tem Tempo para o ouvir;
Há quem não precise dele, porque
não têm nada em que Pensar;
Há quem o evite, porque
ele consegue mostrar com Clareza os Monstros que habitam a Alma!
Porém,
Há quem, como eu, recorra a ele, porque
ele tem uma Máquina do Tempo;
Há quem se inspire nele, porque
ele tem uma caixinha cheia de Ideias e pó de pirlimpimpim;
Há quem se sinta Louco e Perdido sem... O Doce e Amável SILÊNCIO!

Gundisalvus

terça-feira, julho 11, 2006

Actos e Futebol

É comum ouvir-se que as atitudes e comportamentos são indicadores credíveis de onde vimos(mas não para onde vamos) e que, individual como colectivamente, o que se verifica são formas de estar e agir que são intrínsecas a uma Civilização, ou aos vários grupos sociais e étnicos que a compõem. Assim sendo, somos um Povo Empolgante e com Carisma. Os Franceses são iminentemente arrogantes e com uma consciência moral diminuída e os Italianos o Povo mais civilizado, educado, simpático e correcto do Mundo.
Será assim? Se no Desporto nos demonstramos, os Italianos demonstraram-se muito bem... até eu vi um jogo de futebol integral.
Felicitações à Selecção Italiana e, já agora, à nossa também.
TAM

sexta-feira, julho 07, 2006

Convidado Especial fala sobre: a Idade Média

Idade Média, uma idade das trevas…porquê? -parte I

O período medieval é ainda (lamentavelmente) encarado como um tempo estagnado, de trevas, de escuridão, de destruição e guerras, de superstição, de perseguição, de ausência de progresso (ou mesmo de retrocesso em relação ao período antigo), sem arte nem cultura.
Este “preconceito” já reporta à modernidade, para os renascentistas a “Idade Média” teria sido uma interrupção no progresso humano, inaugurado pelos gregos e romanos e retomado pelos homens do século XVI. Com o iluminismo o estigma mantém-se, a filosofia da época guiada pela luz da razão tinha nos seus filósofos firmes opositores aos privilégios sociais e também contrários ao peso da Igreja na sociedade e na política.
Começa então a Idade Média com a queda do Império Romano do Ocidente (século V) e consequente formação dos reinos bárbaros saídos das invasões. Corte abrupto civilizacional? Nem por isso, e escutemos Lucien Febvre: “Fracasso, o Império Romano? Politicamente, talvez, mas não sabemos nós que é preciso não confundir os destinos de um Estado com os da civilização que ele propaga.” Entre esses elementos está o cristianismo, que permanece como fonte estruturante nos novos reinos. A Cristandade Ocidental é, pois, um sistema simultaneamente religioso e político, um cruzamento de esferas de intervenção do poder temporal dos príncipes com o poder espiritual da Igreja.
Será pois o cristianismo a pautar todas as dimensões da vida medieval no Ocidente. Comecemos pelo poder político. Os reis medievais, ao contrário do que se pensa, não podiam ser déspotas que exercessem o poder por capricho. O poder régio tinha de obedecer a parâmetros fixados pela doutrina religiosa: o rei só o poderá ser caso governe para o bem comum (tentar criar a “Cidade de Deus” na Terra), louvando os bons e castigando os maus, impondo a ordem, defendendo as fronteiras e respeitando a Santa Igreja de Cristo. Após época em que o poder efectivo esteve nas mãos dos senhores (época feudal - séculos IX a XI) será o tempo de fortalecimento do “Rex”. A criação e/ou aperfeiçoamento de várias instituições (tribunais régios, corte itinerante, fiscalidade, etc.) juntamente com uma propaganda centrada na sua figura (sagração, unção, o fenómeno taumaturgo) permitiram um fortalecimento eficaz da autoridade régia, sendo que só com este robustecimento do poder central (e consciencialização da sua necessidade) se conseguiu o atingir dos estados-nações (séculos XIV-XV). Não são vários os actuais estados europeus com sua origem na Idade Média?
No que toca à sociedade, é comum hoje acusar-se a sociedade desigual, injusta, “anti-democrática” e exploradora! Perfeitamente ridículo, há que ter em conta que não se tratava de classes, mas de ordens que formavam a sociedade medieval, em que cada uma tinha uma função especial (oratores – rezar pela humanidade; bellatores – combater pela defesa de todos; laboratores – trabalhar para o sustento geral), essencial para o equilíbrio e harmonia do funcionamento do “mundo” sempre em consonância com os “desígnios divinos”.
A guerra é actualmente das situações mais propagandeadas para denegrir a Idade Média. Contudo, o acto bélico para ser feito licitamente teria de obedecer a vários parâmetros canónicos, só se podia partir para uso da violência se hipotética causa de guerra for “justa” (jus ad bellum) e deverá ser conduzida e praticada com vários preceitos subjacentes (jus in bellum). Foi também na Idade Média que se disciplinou o comportamento guerreiro pela cristianização da cavalaria (“miles Christi”), pela instituição da Paz de Deus (proibia a profanação de locais de culto religioso e o ataque a não combatentes)e das Tréguas de Deus(proibia o uso da violência em vários períodos litúrgicos)
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Porque sou “aspirante” a historiador e sei que o meu papel é tentar compreender e não julgar o passado, e porque a Idade Média (como qualquer época) deve ser vista com os olhos dela própria e não com os daqueles que viveram noutro momento, sinto pois, que não posso deixar passar em claro este estigma e calúnia actualmente despropositada para com tão importante período.
António Costa
[Este artigo é da autoria de António M. Costa -Toninho-, assíduo leitor do Blog, analista imparcial e Historiador, que nos honra com a sua participação neste espaço. A sua participação divide-se em duas partes e tem por base a análise, à luz da Ciência Histórica, do Período Medieval, essencialmente para iluminar raciocínios. Ao prezado Toninho muito agradeço e sublinho a importância do texto redigido.]