quinta-feira, abril 26, 2007
contraste
Abraham Solomon - Viajantes de 2ª classe, à despedida.
segunda-feira, abril 23, 2007
a direita portuguesa ficou sem partidos
Paulo Portas ganhou as eleições directas do CDS, perdão, PP, com coisa de 75% dos votos expressos, ou talvez independentes. No discurso de vitória, falou de uma "era pós-ideológica" que vivemos, e que por isso quer aproximar o partido às preocupações dos portugueses. O que quer isto dizer? Significa que fica aqui uma justificação prévia para sempre que o PP abandonar os valores do partido: é porque não resolvem as preocupações dos portugueses nesse momento. Quando for preciso, o PP voltará a ser bengala de poder, em princípio do PS. Já não será a primeira vez, e dão-se bem assim.
Vejamos: o CDS-PP foi, às vezes, ou tem tentado ser, um partido de valores ditos de "direita". Com Paulo Portas, deixa definitivamente de o ser. A "realidade" para ele é agora mais importante que os valores. O seu discurso encaixaria na perfeição num comício do PS. E sem mudar uma vírgula. Porquê? Os valores não têm de ser reais, têm de ser orientadores, estão na dimensão do dever ser, mais do que na dimensão do ser. Os valores devem puxar-nos para cima, elevando a nossa realidade, e não apenas interpretando-a tal como realmente é. Para toda a esquerda socialista e agora também para Portas, estas duas dimensões colapsam-se numa só: passa a ser só a dimensão real, aquela que importa. Já não há espaço de ideologias, nem para valores. Já nada nos eleva.
Não acredito que o CDS-PP vá acabar agora, mas a direita dos valores ficou esvaziada de partidos. O CDS-PP deixou de ter consistência: não é de direita, não é de centro, não é de esquerda. É daquilo que der mais jeito às "preocupações dos portugueses". O PP até pode ser fixe, mas ficou sem espinha.
Na fotografia: Paulo Portas, sem corantes nem conservantes.
quinta-feira, abril 19, 2007
politicamente incorrecto
O candidato presidencial Sarkozy demonstrou uma grande coragem política ao falar de João Paulo II como exemplo, em plenas eleições duma França habituada a ser laica. Pior, normalmente anti-clerical.
Le Figaro. - Pourquoi, dans votre bouche, cette récente référence à Jean-Paul II ?
Nicolas Sarkozy. - Parce que c’est l’homme qui par la force de ses convictions a fait tomber le mur de Berlin. C’est l’homme qui a dit qu’il ne fallait pas avoir peur. C’est l’homme qui a su incarner l’ouverture et la fermeté.
Quel plus bel exemple ?
segunda-feira, abril 16, 2007
eleições francesas e outros recados
Na altura, a multiracial selecção francesa estava em baixo de forma, e como o povo se esquece rápido, pois os triunfos de '98 (Mundial) e 2000 (Euro) também foram graças à mesma selecção, Le Pen soube capitalizar esse descontentamento. O futebol foi um veículo de manipulação sentimental das massas, instrumentalizado pelos políticos. Como quase sempre, a paixão é melhor instrumento que a razão, quando o objectivo é obter o poder. Cá em Portugal, como sabemos, o futebol é a mais forte e consensual paixão que temos, enquanto massa manipulável e sinistra que é isto de sermos "povo". Quando os políticos de cá descobrirem como lidar bem com este bicho, estamos feitos. E para lá caminhamos, em condições. Valentim e Avelino são apenas tubos de ensaio autárquicos para projectos mais ambiciosos a nível nacional, e só assim se explica porque ainda se vão mexendo.
sábado, abril 14, 2007
encontro com os Antigos, nos livros
quarta-feira, abril 11, 2007
então e a estátua?
domingo, abril 01, 2007
Os dois Grandes Portugueses
Merece atenção e merece também que se tente promover os movimentos mais amplos que têm faltado para o esclarecimento público de vários temas, entre os quais acerca da História de Portugal. Nesse campo, têm os Historiadores nacionais feito pouco e, criticando eles o Prof. José Hermano Saraiva, nem minimamente se aproximam dos esclarecimentos -com maior ou menor grau de rigor- que o senhor vai passando aos Portugueses.
Em vez de recusar(como diversos Historiadores fizeram) e menosprezar Personalidades e Programas que motivam o debate e aprofundamento da Identidade Nacional, talvez seja melhor trabalhar para que um dia possamos ter uma votação para a qual se saiba votar, isto é, se tenha conhecimentos sobre o que/quem está em causa.
Há o Plano Nacional de Leitura, o Programa Cuidado com a Língua, houve o Os Grandes Portugueses. Este é o caminho, mas para ser bem aproveitado deve-se ajudar antes de colocar em votação(por exemplo a apresentação que cada defensor fez sobre o seu Grande Português foi positivo, porém faltou o apoio dos meios essencias: a Sociedade Historiográfica Nacional) o que quer que seja.
O esclarecimento que houve, foi totalmente tomado pela política. De tal forma que até as Especiarias parecem nada ter valido para e em Portugal.
É a luta partidária extremada e desajustada a tomar o monopólio social através das grandes correntes ideológicas: o Comunismo e o Nacionalismo.
TAM