quarta-feira, março 08, 2006

Pedra Filosofal

Não sei se as pedras podem filosofar, todavia, os filósofos, foram várias vezes pedras que permitiram construir a muralha da(s) cultura(s) que ainda hoje nos sustenta(m)/rege(m).

Contra qualquer simbolismo hipoteticamente existente sobre este, antes de mais, belo poema, gosto de o ler/ouvir e julgo que merece que se faça justiça. Sim, também deu uma simpática- e graças a ela mais reconhecido- música, de Manuel Freire.
É um poema -maioritariamente escrito em quadras- de António Gedeão, talvez o poeta mais "cientista" da história da Literatura e da Cultura Portuguesa, composto por onze estrofes. É longo e rimante, calmo e descomprometido.
Em boa verdade, e sem análises de carácter político ou social(que, de facto, o poema cantado recorda), é uma poesia do mais inspirado que há.
É simples, bondoso e nostálgico, em análise pessoal. Bem como o exemplo de "usurpação" por parte de alguns para representar aquilo que, em última análise literária, não representa! Fala tão somente, e tanto que é, do Sonho, presente na vida de todos os Seres Humanos. Quanto muito poderia ter sido, de alguma forma, ligado a Freud e à temática Psicanalista, nomeadamente de análise dos Sonhos... mas não. Quiseram identificá-lo com períodos críticos e ideias revolucionárias, contudo, disso, o poema tem tanta culpa quanto os ameríndios tinham de maldade quando dançavam em Terras de Vera Cruz, sem roupa, aquando do desembarque dos Marinheiros Portugueses capitaneados por Pedro Álvares Cabral, no ano de 1500, maravilhosamente descrito nas Cartas de Pêro Vaz de Caminha.
Quis, assim, prestar homenagem à letra de uma música que não esteve, politicamente, do lado dos ideais por mim defendidos, porém, como já dizia não sei quem, «nem sempre, nem nunca[falar sobre assuntos político-ideológicos]».
Como repararam já estou a falar nela, ou pelo menos a pensá-la(à ideologia social e política)... é inevitável, mas também, ela é imprescindível à vida em sociedade.
TAM

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem dúvida, um fantástico poema musicado. Isto, independetemente das conotações políticas que lhe possam ser atribuídas. A música vive em perfeita harmonia com eles, com também passa igualmente bem sem eles. É, por isso, uma grande canção.