Cá vamos nós, pé ante pé, com cuidado para não fazer barulho, chegando ao famoso 5 de Outubro! Comemora-se um dia de folga, acima de tudo! É bom, diz-se por aí. Não se trabalha, passeia-se, aproveita-se os últimos raios de Sol quente deste Outono que teima em se mascarar de Verão. É bom e agradável principalmente por isto, porque não se trabalha! Mas esquecem-se as originais razões desta comemoração. Foi há 95 anos que nesta data se processou uma revolução organizada pelo Partido Republicano, que tinha uma expressão eleitoral menor à que hoje em dia tem o Bloco de Esquerda. Seguiram-se anos de uma instabilidade extrema a todos os níveis (pior que a de hoje). No entanto, no dia 4 de Outubro de 1143 foi assinado o Tratado de Zamora, que garantiu a independência de Portugal, deste país conquistado a suor e sangue pelos nossos primeiros Reis e Cavaleiros, mantido por uma longa linhagem de bons e menos bons governantes ao longo da nossa longa e rica História, e por fim espoliado, primeiro pelos republicanos de 1910, depois pelos persecutores de Abril, em 1974 e anos seguintes! Para conquistarmos a grandeza, quase 8 séculos. Para a esbanjarmos, pouco menos de um. Onde se quer chegar é que, involuntariamente, comemora-se o Enterro de Portugal e esquecemo-nos do seu Nascimento. Comemoramos a Ferida (5 de Outubro) e esquecemo-nos do Feriado (4 de Outubro). Por isso a nossa dor, por isso as nossas crises... porque preferimos lembrarmo-nos do princípio do fim e esquecermo-nos que um dia nascemos de verdade. E é sério: podemos nascer outra vez, apenas de nós depende. AVC |
quarta-feira, outubro 05, 2005
O Feriado que celebra a Ferida
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