O Nascimento, como a Linguagem, segue códigos rígidos(através da educação) que nos aproxima, desde logo, dos que nos estão social e culturalmente mais próximos e podem, hipoteticamente, vir a ser os nossos braços-direitos. Mas isto, analisado com dedicação -é uma temática que aprecio especialmente- é muito complexo e pode ser consideravelmente nefasto. E exponho-vos a minha reflexão: nascemos no seio de uma Família que, naturalmente, tem Amigos com quem se relaciona intimamente e com quem partilha códigos: de gosto, de estar, de ser, de pensar, de querer. Contudo, e supondo que os Amigos tenham descendentes de idades próximas, a nossa relação -embora de infância- pode não ser a mais querida e fraterna, pois tal como podemos ambos seguir as regras e atitudes de nossos Pais(e portanto seremos também nós parecidos) pode ser somente um de nós a segui-las, ou sermos ambos terrivelmente diferentes: entre nós e dos nossos Pais. Assim, esta Relação de infância pode não ser de Amizade, ou sê-lo-á na medida em que nos respeitamos e cumprimentamos com uma atitude familiar. Porém, passionalmente, os Amigos são os que escolhemos e não os que, de alguma forma, apareceram no nosso caminho, sem que tenhamos desejado que nele continuassem e que para ele contribuíssem activamente, ou nos foram subtilmente impostos.
Também na Linguagem, que é muito mais que a Língua(a Língua que cada um transporta enquanto identificadora com um colectivo mais vasto, uma Nação, é também importante), os códigos podem ser facilitadores de aproximações, na medida em que os estratos sociais comunicam efectivamente com discursos semelhantes e estes possibilitam que as trocas e a aceitação seja mútua, criando um ambiente de pertença que é agradável ao Ser Humano enquanto ser social que parece ser. No entanto, os diferentes códigos, regras e termos linguísticos afastam, não raras vezes, indivíduos que se estimam e nutrem sentimentos recíprocos de fraternidade manifestados naturalmente no decorrer do processo de socialização(que já se pode desenvolver com elementos de outros estratos). E outros há, que embora se detestem, levam a cabo uma tentativa frustrada de manutenção das aparências: ou porque ambos dizem X, ou porque são N.
Nestes casos, a Linguagem e o Nascimento podem ser perversos, afastando, à priori, pessoas que naturalmente tendem a manifestar comportamentos e raciocínios numa linha próxima, sendo que a linha ténue que os separa é de clara organização social, criada pelo Homem, e de cariz divisionista.
Portanto, se o código linguístico, ou o Sangue, superficialmente, nos identifica com A ou com B, este não é o mais relevante para a Natureza Humana. Pois ela tende a aproximar indivíduos sem consultar imposições sociais ou vontades de outrém e cria, normalmente, entre amigos como entre comunicadores, ligações que são infinitamente superiores às separações que qualquer regra parece separar, numa primeira análise.
Assim sendo, é a Nobilitas Literaria e a linguagem da Verdade, do despojado de interesse ou obrigação, que move as sociedades humanas.
Quero lá saber se diz vermelho ou encarnado: como é Pai quem se preocupa, é Amigo quem nos Ama(e nós Amamos)... Nem tão pouco interessa a "azulidade"(que já nem sequer é a Tradicional, agora é atribuída pelas revistas cremes/acastanhadas) de Sangue: é mais Nobre o Coração Azul.
...na actualidade verifica-se e defende-se o contrário, mas vivemos numa sociedade sem Valores, portanto é melhor não ser norma!
TAM
sexta-feira, junho 30, 2006
quinta-feira, junho 29, 2006
os anti-Cristo
Discute-se, na actualidade, as implicações da poluição ambiental, da sonora, da energia nuclear, do aquecimento global, das políticas a curto prazo, das lixeiras a céu aberto, dos esgotos destapados, dos rios poluídos, das escolas com menos de 20 alunos, da falta de civismo nas estradas, da democracia viciada, das mudanças climáticas... e muito bem! São assuntos da maior importância e que devem ser discutidos e esclarecidos, seja para desalarmar posições, seja para alertar consciências. Todavia, e analisando áreas de construção institucional política e economicamente mais específicas, fiquei realmente preocupado.
Na construção destas organizações internacionais, nomeadamente da União Europeia, com toda a História que a antecede -desde a fundação da CECA, com o Tratado de Paris-, o Homem tem-se tornado, simultaneamente, o centro e a periferia da sua construção. Isto porque, na minha análise, retomaram-se os valores Humanistas Antropocêntricos e Iluministas Tolerantes, porém, afastaram -proprositadamente afastaram e denegriram- os Valores Cristãos (Católicos, na maioria dos Estados-membros, mas refiro-me aos da Cristandade em toda a sua generalidade), estes que tinham sido a matriz de toda e qualquer Civilização, ou de qualquer outra nomeação que se queira atribuir, Ocidental. Assim sendo, os Valores positivos, grosso modo, que "surgiram" no Iluminismo com espaço cultural em França foram laicizados, mas já existiam: tinham origem na Bíblia e nos Valores Cristãos.
Como se pode, então, numa Europa que se pretende aberta e construtiva, cândida e tolerante, coesa e com valores, afastar arrogantemente os Valores que, indubitavelmente, foram a base para o entendimentos dos Povos europeus e organização dos seus Estados?
Sinceramente, não percebo! E com isto não defendo que a União Europeia devesse inscrever na sua hipotética Constituição uma Religião Oficial, pois defendo a Liberdade Religiosa, consagrada generalizadamente com a promulgação da Lei de Separação da Igreja e do Estado, no entanto, considero que qualquer acção de boa-vontade deve ter por base a sua História, com todo o seu peso, para poder desejar o seu futuro. Ou melhor, ter um futuro.
Deste modo, o Homem, para a felicidade do qual tudo se direccionou, acabou por dificultar o seu caminho: colocou curvas onde a estrada era recta e acabou por se encruzilhar, num labirinto só miraculosamente ultrapassável. Com o desejo de Tolerância, aplicou a Ditadura aos Valores que o tinham orientado tornado-se, tristemente contudo com culpa própria, na periferia humana que tinha tudo para ter sido o centro do... nosso mundo. Não é, pois, de admirar, que a Constituição Europeia, especificamente, tenha pré-destruído todo um desejo que desde Victor Hugo habitava nos corações do Homem(uma unidade entre as europas, na Europa) e, em geral, o Homem tenha perdido os seus valores de Bem, Amor, Respeito, entre muitos outros, que na época Escura abundavam nos corações.
Sem História e sem Valores, tal como sem um Pai e uma Mãe, poucos desejos ascenderão ao Olimpo Consagrado!
TAM
Na construção destas organizações internacionais, nomeadamente da União Europeia, com toda a História que a antecede -desde a fundação da CECA, com o Tratado de Paris-, o Homem tem-se tornado, simultaneamente, o centro e a periferia da sua construção. Isto porque, na minha análise, retomaram-se os valores Humanistas Antropocêntricos e Iluministas Tolerantes, porém, afastaram -proprositadamente afastaram e denegriram- os Valores Cristãos (Católicos, na maioria dos Estados-membros, mas refiro-me aos da Cristandade em toda a sua generalidade), estes que tinham sido a matriz de toda e qualquer Civilização, ou de qualquer outra nomeação que se queira atribuir, Ocidental. Assim sendo, os Valores positivos, grosso modo, que "surgiram" no Iluminismo com espaço cultural em França foram laicizados, mas já existiam: tinham origem na Bíblia e nos Valores Cristãos.
Como se pode, então, numa Europa que se pretende aberta e construtiva, cândida e tolerante, coesa e com valores, afastar arrogantemente os Valores que, indubitavelmente, foram a base para o entendimentos dos Povos europeus e organização dos seus Estados?
Sinceramente, não percebo! E com isto não defendo que a União Europeia devesse inscrever na sua hipotética Constituição uma Religião Oficial, pois defendo a Liberdade Religiosa, consagrada generalizadamente com a promulgação da Lei de Separação da Igreja e do Estado, no entanto, considero que qualquer acção de boa-vontade deve ter por base a sua História, com todo o seu peso, para poder desejar o seu futuro. Ou melhor, ter um futuro.
Deste modo, o Homem, para a felicidade do qual tudo se direccionou, acabou por dificultar o seu caminho: colocou curvas onde a estrada era recta e acabou por se encruzilhar, num labirinto só miraculosamente ultrapassável. Com o desejo de Tolerância, aplicou a Ditadura aos Valores que o tinham orientado tornado-se, tristemente contudo com culpa própria, na periferia humana que tinha tudo para ter sido o centro do... nosso mundo. Não é, pois, de admirar, que a Constituição Europeia, especificamente, tenha pré-destruído todo um desejo que desde Victor Hugo habitava nos corações do Homem(uma unidade entre as europas, na Europa) e, em geral, o Homem tenha perdido os seus valores de Bem, Amor, Respeito, entre muitos outros, que na época Escura abundavam nos corações.
Sem História e sem Valores, tal como sem um Pai e uma Mãe, poucos desejos ascenderão ao Olimpo Consagrado!
TAM
quarta-feira, junho 21, 2006
No primeiro Dia de Verão
«Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...»
Alberto Caeiro, XXII-Num Dia de Verão
Chegou o Verão. Que o seu calor se manifeste na nossa atitude, na medida em que os raios de sol que nos oferece devem ser proporcionais ao sorriso com que presenteamos os outros(cândido e generoso).
TAM
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...»
Alberto Caeiro, XXII-Num Dia de Verão
Chegou o Verão. Que o seu calor se manifeste na nossa atitude, na medida em que os raios de sol que nos oferece devem ser proporcionais ao sorriso com que presenteamos os outros(cândido e generoso).
TAM
domingo, junho 11, 2006
10 de Junho(com Reis), em Constância
Ontem, dia 10 de Junho, passei o meu dia na belíssima zona ribatejana de Constância onde vislumbrei, com ignorância minha, um "arraial popular", inclusivé com reconstituição histórica de Ordens, motivado e acolhedor. Pensei tratar-se de mais uma Celebração dos Santos Populares, dos quais sou devoto, no entanto, tanta boa-vontade era só(e tanto que é!) para comemorar o dia 10 de Junho, dia este em que, corria o ano de 1580, morreu o poeta Luiz.
Em Contância, o Orgulho que sentem pelo facto de Luiz de Camões ter escolhido aquele lugar para sua casa transborda a olhos vistos e, numa época em que o sentimento de Identidade Nacional e Amor à Nação parecem assuntos menores e, portanto, assumindo um papel tão secundário, apraz-me trazer exemplos de valor, contra-corrente, que -com a felicidade acrescida de terem sido por mim vivenciados no Dia de Portugal- assumiram, realmente, um lugar especial no meu livro íntimo de Prazeres e Honras.
É, pois, assim, que o peito ilustre Lusitano/ A quem Neptuno e Marte obedeceram., volta a ser valor mais alto que tudo aquilo que a Musa antiga cantou.
Seguiu-se uma noite musicada fantástica, em Português, num carácter intimista e familiar... honras nenhumas poderia eu ter tido para além de tão adorável convite. Um Agradecimento especial aos meus amores,
TAM
Em Contância, o Orgulho que sentem pelo facto de Luiz de Camões ter escolhido aquele lugar para sua casa transborda a olhos vistos e, numa época em que o sentimento de Identidade Nacional e Amor à Nação parecem assuntos menores e, portanto, assumindo um papel tão secundário, apraz-me trazer exemplos de valor, contra-corrente, que -com a felicidade acrescida de terem sido por mim vivenciados no Dia de Portugal- assumiram, realmente, um lugar especial no meu livro íntimo de Prazeres e Honras.
É, pois, assim, que o peito ilustre Lusitano/ A quem Neptuno e Marte obedeceram., volta a ser valor mais alto que tudo aquilo que a Musa antiga cantou.
Seguiu-se uma noite musicada fantástica, em Português, num carácter intimista e familiar... honras nenhumas poderia eu ter tido para além de tão adorável convite. Um Agradecimento especial aos meus amores,
TAM
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
«As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
-Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.»
Luiz Vaz de Camões, Os Lusíadas
Na sequência do 10 de Junho, deixo aqui a Exaltação maior à Civilização Lusitana, aquela que há muito se libertou da Lei da Morte.
TAM
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
-Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.»
Luiz Vaz de Camões, Os Lusíadas
Na sequência do 10 de Junho, deixo aqui a Exaltação maior à Civilização Lusitana, aquela que há muito se libertou da Lei da Morte.
TAM
quarta-feira, junho 07, 2006
Uma ilusão
Nem tudo o que parece, realmente é. Parece que tanto na Política como na Economia e na Comunicação Social, tudo é cada vez mais feito à base de mentiras e dissimulações, pois coisas graves há a esconder do eleitorado, dos consumidores e investidores, e das audiências, respectivamente. O Povo, cada vez mais habituado a ser enganado, vai-se dividindo entre duas possíveis reacções: a indignação que revolta ou a embriaguez que os vendedores de sonhos lhe provocam, anestesiando-o. Estes vendedores de sonhos não formam nem informam, mas deformam aquilo que é a educação das massas (através de políticas e da comunicação social, sendo que o lobby económico está presente em ambos os vectores). Porque o sangue vai sendo renovado, em breve este sistema fraquejará e o feitiço virar-se-á contra os bruxos, pois as gerações vindouras serão fruto desta deformação colectiva que patrocinam.
Para quando o dia D? Para um dia que não haja futebol e as pessoas se lembrem que estão a ser enganadas. Não, não chega. Para além de se lembrarem de tal, têm de ainda ter sangue na guelra, o que sobrar da alimentação destes vampiros...
Devo apenas dizer que não gosto de funcionar com generalizações, é óbvio que ainda há excepções. Mas são poucas e, de momento, insuficientes, daí o grito de alerta. Antes que o sistema caia, vamos cultivarmo-nos e fazer de nós e dos nossos honrosas excepções? Vamos ser dignos, para bem ou para o mal? Levantar o País, e se não der... cair com dignidade mas com forças para o reerguer! Como diz o lema do "Curtas & Rápidas", por Portugal enquanto é tempo!
AVC
terça-feira, junho 06, 2006
Citações
As Citações... tão recorrentes quanto interessantes são, principalmente nos meios académicos e eruditos mais fechados, difíceis de justificar. E, se surge a hipótese de desenvolvermos ideias e noções, não raras vezes chegamos a conclusões que nos remetem, intelectualmente, para outros textos, ideias, noções, etc, com conclusões idênticas no conteúdo áquelas que nós defendemos, escritas por autores/pensadores relativamente reconhecidos. Deste modo, e referindo-me às conclusões que se tiram através de reflexões próprias e não por plágio, como se consegue provar que aquela ideia também "é nossa"? Ou melhor, como provamos que chegámos a ela provavelmente por termos conhecimento das mesmas tendências e influências que os ditos pensadores também tinham? Isto é possível e, até, bastante provável. No entanto, quando utilizamos um fruto da nossa análise, frequentemente somos acusados do tão vulgarizado plágio, pois a conclusão ja existia com outra autoria ou está, de facto, próxima de citações consagradas.
Creio, agora, que depois de bem defendido se conseguirá percepcionar que uma dada ideia é fruto de um raciocínio autónomo, todavia, esse tempo de explicação nem sempre é disponibilizado e passamos diversas vezes por "preguiçosos intelectuais".
Não me choca que alguém, se consultar as obras e vivenciar as mesmas experiências que Karl Marx investigou e viveu, chegue a algumas conclusões a que ele tembém chegou e, de alguma forma, difundiu. E isso, espero, não torna ninguém num imitador e descarado aproveitador do conceito -por exemplo- de capital.
Este texto surgiu no seguimento de uma motivadora cavaqueira, pelo que considero que tem dois autores. Eu e o Gundisalvus, também colega de Blog. Devo confessar que também tinha a ideia que algo que já havia sido concluído por alguém ficava dessa pessoa, mas o meu Amigo Gonçalo muito sensatamente explicou que também nós podemos concluir na mesma linha sem que para isso tenhamos plagiado alguém... contigo só aprendo preciosidades, és REALmente Digno.
TAM
Creio, agora, que depois de bem defendido se conseguirá percepcionar que uma dada ideia é fruto de um raciocínio autónomo, todavia, esse tempo de explicação nem sempre é disponibilizado e passamos diversas vezes por "preguiçosos intelectuais".
Não me choca que alguém, se consultar as obras e vivenciar as mesmas experiências que Karl Marx investigou e viveu, chegue a algumas conclusões a que ele tembém chegou e, de alguma forma, difundiu. E isso, espero, não torna ninguém num imitador e descarado aproveitador do conceito -por exemplo- de capital.
Este texto surgiu no seguimento de uma motivadora cavaqueira, pelo que considero que tem dois autores. Eu e o Gundisalvus, também colega de Blog. Devo confessar que também tinha a ideia que algo que já havia sido concluído por alguém ficava dessa pessoa, mas o meu Amigo Gonçalo muito sensatamente explicou que também nós podemos concluir na mesma linha sem que para isso tenhamos plagiado alguém... contigo só aprendo preciosidades, és REALmente Digno.
TAM
domingo, junho 04, 2006
Uniões há muitas, seu...
A Europa é, desde sempre, uma realidade histórica altamente complexa: todos sabemos que há traços altamente identificadores entre alguns Estados e Nações e reconhecemos, também, que, entre eles, há diferenças significativas. Isto é, os espaços(nações) tendo conseguido ou não atingir a autoridade governativa(Estados) têm especificidades tais que, mesmo tratando-se de um mesmo Estado, é possível vislumbrar diferenças em tradições, línguas e costumes regionais e locais. Outros há, como é o nosso caso, que grosso modo conseguiram fazer corresponder o Estado à Nação. Mesmo assim, e tratando-se do mesmo espaço geográfico - o Velho Continente-, na década de 50 do século XX, alguns países da Europa deram um passo importante e formaram a CECA, que deu, décadas depois, origem à União Europeia, da qual fazemos parte integrante. Este espaço, iminentemente económico, pretendeu desde a sua formação dar passos maiores e atingir a união política, de segurança e social. Contudo, sempre considerei que tais "obreiros" se esqueciam do espaço onde estavam a aplicar as políticas: não somos os Estados Unidos da América, onde a federação de Estados foi facilmente atingível e, até, desejada. A Europa integra Civilizações(com o peso que Fernand Braudel dá ao conceito) seculares, vincadas pelas miscelânea de culturas que nelas se verificaram durante os períodos de Expansão e Impérios e, portanto, são únicas e valiosas, mais-valias culturais quando bem integradas num sistema(até pode ser união) aberto e possibilitador de convivência harmoniosa. Agora esta união que nos tentam a aceitar, iminentemente hierarquizada e sub-valorizadora de alguns, quando menos relevantes no contexto mundial(para os parâmetros duvidosos tomados em consideração), só pode gerar desconfianças, desilusões e conflitos.
Portanto, em última análise, não seria mau se existisse uma política inter-nacional, com o estilo de uma organização internacional, para representar interesses comuns. Porém, uma política segregadora daqueles que, diacronicamente, são mais interessantes, a favor de índices económicos tão terrivelmente vulgares quanto importantes ao funcionamente do motor económico mundial, só pode ser nefasta a qualquer verdadeira tentativa de "Unidade na Diversidade".
Assim sendo, só apetece dizer: se é esta União que nos pretende governar, que futuro risonho poderemos nós, portugueses e europeus em geral, esperar para as nossas Pátrias?
Tendo em conta, como exemplo, a obrigatoriedade de comunicação numa única língua -já nem se aceita a expressão verbal ou escrita na 1ª Língua Cultural Moderna, le Français, quanto mais nas línguas nacionais, que na verdade têm estatuto oficial nas instituições comunitárias- é difícil poder-se esperar tolerância ou valor acrescentado desta União Europeia que, de Diversidade, permite pouco e, de Ditadura, assume muito.
TAM
Portanto, em última análise, não seria mau se existisse uma política inter-nacional, com o estilo de uma organização internacional, para representar interesses comuns. Porém, uma política segregadora daqueles que, diacronicamente, são mais interessantes, a favor de índices económicos tão terrivelmente vulgares quanto importantes ao funcionamente do motor económico mundial, só pode ser nefasta a qualquer verdadeira tentativa de "Unidade na Diversidade".
Assim sendo, só apetece dizer: se é esta União que nos pretende governar, que futuro risonho poderemos nós, portugueses e europeus em geral, esperar para as nossas Pátrias?
Tendo em conta, como exemplo, a obrigatoriedade de comunicação numa única língua -já nem se aceita a expressão verbal ou escrita na 1ª Língua Cultural Moderna, le Français, quanto mais nas línguas nacionais, que na verdade têm estatuto oficial nas instituições comunitárias- é difícil poder-se esperar tolerância ou valor acrescentado desta União Europeia que, de Diversidade, permite pouco e, de Ditadura, assume muito.
TAM
Subscrever:
Mensagens (Atom)