sexta-feira, janeiro 06, 2006

Realidade histórico-política

Estive a reflectir sobre a realidade política mundial e, se soluções encontrei, novas questões surgiram. Os Estados Unidos da América... o todo poderoso do Planeta, o motor da economia mundial, o decisor político último, todos estes adjectivos e mais alguns que queiram podem caracterizar esta realidade federal, recente, mas coesa. No entanto, e analisando a arrogância, prepotência e descaramento com que interferem em questões da cena política, tanto do Velho Continente como do restante planeta, surge-me a seguinte questão: Com que direito se julgam eles(os norte-americanos) os defensores da moral, da segurança do mundo, os atentos aos esquecidos e os salvadores dos oprimidos? Logo eles, que se deviam preocupar com os gravíssimos problemas internos que os afectam: discriminações raciais, pobreza extrema, violência geral, falta de bom-senso, e tantos outros que poderia enumerar.
Pois bem, talvez estejam a pensar, como eu, que a intromissão em outros Estados é mais lucrativa do que tentar resolver problemas socio-económicos da população desfavorecida e até dá um ar de benemérito. Benemérito em benefício próprio, todavia benemérito! Será que seria tolerado se um país desenvolvido, que não os do topo, interferisse no normal funcionamento de outro, mesmo que fosse dqueles que pertencem à infindável lista dos "Países em vias de Desenvolvimento"? Não me parece, com certeza que os norte-americanos os aconselhariam a "voltar a casa", pois do mundo tratam eles. Nada mais errado! Se uma Civilizaçãozinha, sim porque a Declaração de Independência dos estados Unidos em relação ao Império Britânico ainda foi ontem, em 1776, não se esqueçam, se julga no direito de aconselhar e reagir activamente em relação a várias civilizações, algumas bem mais antigas que ela, por que motivo não poderão os demais Estados seguir estes péssimos exemplos?
Com isto não digo que devamos agora olhar para África e voltar a gerir os nossos ex-Territórios, lembrança de um Passado histórico Glorioso, com um Império Colonial entre as potências mundiais(ou mesmo A Potência, lembremo-nos do Tratado de Tordesilhas) que conseguimos graças a Deus e à Casa Real que tão honrosamente nos comandava em Tempos idos, porém, lá que temos tanto ou MAIS direito, nem que seja moral e histórico, do que os norte-americanos no Iraque, no Afeganistão, ou em outra qualquer região que se lembrem, lá isso temos!
São uns arrogantes sem História e, portanto, sem identidade, que fazem, no Presente, o que lhes passa superficialmente pela Mente, contudo, o Futuro não lhes será, espero, risonho.
TAM

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