sábado, abril 22, 2006

com Nobreza, do nascimento à acção

Na humilde, mas Real, Praça de Toiros do Vidigal "estreia-se" no Toureio o Príncipe Real, D.Luís Filipe de Bragança, com uma motivação especial: seria ajudado por dois Ilustres Cavaleiros Tauromáquicos, de reputação Nacional e, até mesmo, internacional. Vitorino de Avelar Froes, exímio Cavaleiro, de coração Alfeizerense(onde tinha a sua propriedade agrícola de treino e possibilitava a vivência desta Afición a vários amigos, entre eles possibilito-me citar o meu prezado Bisavô Francisco, corajoso Moço Forcado) e Simão Luís da Veiga, de Lavre (Montemor-o-Novo). Estes dois, nomes Maiores da Tauromaquina do Reino de Portugal, desempenharam a função de Peão de Brega por um dia e, dignamente, apoiaram Sua Alteza Real para que os riscos, sempre presentes numa Corrida -só não reconhecidos por quem nunca enfrentou um Toiro ou lidou com a inconstância natural de um robusto cavalo Lusitano- não se efectivassem naquele dia. Deste modo, dois Cavaleiros Tauromáquicos, assumem um papel de "menor relevância"(em Praça e junto do Público, mas não em Arte e Técnica), possibilitando a D. Luís Filipe o Triunfo que se verificou. Não que a sua Arte fosse inexistente, pois a Pessoa Real caracterizava-se, entre outras coisas, pela «finíssima e inteligente» Personalidade, bem como pela beleza na Arte de Bem Cavalgar em toda a Cela, todavia, sem o precioso auxílio de tão dedicados e valorosos Cavaleiros, o risco e a exigência teriam sido, estou certo, mais elevados.
Simão da Veiga superou-se a si próprio nas colocações e nos quites e, apesar da dificuldade motora de Vitorino Froes, as experiências de vida e de profissão conjugaram-se, como era, de resto, de esperar, na Perfeição: o Príncipe Real coloca magnificamente cinco Ferros compridos e um curto, sem que Sua Majestade tenha permitido mais um Ferro, quando pedido em Praça por seu filho.
É, portanto, de relevar, esta lição deixada para a posteridade: independentemente do grau conferido pela valorosa carreira de cada um, ou pela proeminência que o Sangue, à nascença, lhe confere, há sempre Valores mais Altos que se levantam: neste caso, foi a Casa Real Portuguesa.
Há, ainda, contudo, a salientar, que o Toiro da Ganadaria da Casa Real era um animal de 4 anos com, diz-me a experiência e o Amigo António, mais de 400 Kg. e não um Garraio, como El-Rei havia feito suspeitar. Ao aperceber-se de tal facto, comenta o Sr. Simão da Veiga a Sua Majestade que a corpulência do toiro talvez fosse exagerada, ao que El-Rei responde: «Noblesse Oblige!».
Eis aqui o Exemplo de dois Portugueses e de uma Família Real!

P.S.- o tema pode ser aprofundado com a leitura do livro: Simão da Veiga, um nome e duas saudades, de Luís Fernando da Veiga(filho de um dos referidos Cavaleiros).

Com Respeito, TAM

2 comentários:

Anónimo disse...

És o mesmo campeão de sempre! Quem, para além de ti, se lembraria de postar sobre o período monárquico?
Já sabes que não concordo contigo mas respeito-te como sempre!
Beijinhos da Maria e um abraço meu, António Braancamp Freire

Maria Romeiras disse...

A bisneta agradece a atenção e delicadeza. É sempre bom ouvir (ler) sobre quem amamos e quem nos deu vida. Obrigado.