domingo, abril 02, 2006

A minha Páscoa

Não sei, e julgo que não alteraria em nada este artigo caso soubesse, o grau de religiosidade de cada um de vós, prezados leitores do Curtas e Rápidas, porém, considero que cada um de nós tem Crenças e uma Religião, que pratica mais ou menos intensamente, dependendo de vários factores. Não me afasto rigorosamente nada de vós se confessarmos uma Religião distinta, só me preocupa se não tiverem nenhuma(ou uma teoria racionalista não falaciosa que defenda essa não-crença). Pois bem, sou Católico Apostólico Romano convicto e, daqui, nada me demove. Torna-se, portanto, imperioso, nesta época, reflectir sobre os Valores transmitidos. Não vos peço que aprovem os Dez Mandamentos da Lei de Deus (se aprovarem, óptimo, fico feliz), contudo, há valores de Bem, mais globais e intemporais do que esses e, deste modo, estou certo, que não nos afastamos em discussões desde o início condenadas ao fracasso(na medida em que jamais corroboremos) e que promovem mais a tensão do que a harmonia social. Estamos na Quaresma, a viver(espero) a nossa Páscoa de forma intensa, todavia, esta intensidade deve assumir uma tónica de Bem, de Bom, de cada vez mais e melhor. Mais solidários, Melhores Amigos, de Bem com Deus, "em Bom" com a Família. Estas devem ser metas desejadas por tudos(não considerando eu que é a única meta, pois pessoas há que têm para além destas muitas outras e em graus igualmente difíceis e exigentes), independentemente do Credo de cada um.
A Páscoa não é A ALTURA, mas é uma boa altura para começar, ou continuar, a caminhada que, como se diz, faz-se caminhando. É difícil, leva-nos por caminhos tortuosos e exige-nos Vontade, Amor, Verdade, Paz, Humildade... valores actualmente raros e barreiras, não raras vezes, consideradas, à partida, de intransponíveis. No entanto, com Fé, tudo é ultrapassável: já Moisés abriu - quando parecia impossível e por isso poucos acreditaram - uma passagem no Mar Vermelho, para que o seu Povo passasse entre as águas revoltas e alcançasse a Terra Prometida, deixando para trás o tenebroso Egipto. O Racionalmente impossível revelou-se, na realidade, um obstáculo intrasponível? Não, claro que não. Vontades há Infinitamente Maiores e mais Poderosas do que as nossas.
Assim sendo, e com este exemplo Bíblico, independentemente da nossa Religião, como já disse, tentemos viver este período em harmonia, humildade, simplicidade, sinceridade, amor e solidariedade para com todos. De facto parece, ao ler, um pedido inexequível, porém, estou em crer que, com a força e a ajuda de Cristo, a missão será penosa, mas recompensadora por si só. Isto é, podemos não ganhar uma pipa de ouro, mas alcançaremos decerto a tranquilidade da consciência e a Amizade de Deus (bens infinita e incomparavelmente maiores que quaisquer outros).

Esta Missão, que deve ser aceite por todo o bom Critão, nem sempre é, tenho a certeza, tão simpática e "leve" quanto gostaríamos. Contudo, e nomeadamente com a ajuda dos nossos "Salvadores terrenos", ela vai-se tornando num fardo leve, que passa a ser encarado como uma simples rua empedrada, medieval, onde tantas vezes caímos de bicicleta e que, nem assim, deixamos de lá passar ou de a adorar. Porque a vida não é para ser vivida com tristeza, muito menos com a ideia de que a qualquer momento nos espera o penoso Calvário, devemos sorrir e contribuir para que, amanhã, o Calvário do nosso irmão lhe seja mais suportável, mesmo que isso implique maior peso para nós.
Por tudo isto, vou passar a dedicar, aqui e a partir de hoje, um texto a cada um dos Amigos que me têm facilitado a Caminhada em vários contextos e em diferentes épocas. Não que tenha sido pesada ou que possa sequer queixar-me(do meu Calvário), mas porque lhes reconheço uma atitude tão nobre quanto a que desejo para os meus filhos: a Pureza de Carácter.

Gonçalo, meu Ultra-Caro(será que posso escrever isto?), este 1º é-te dedicado porque me motivas para reflexões complexas, és uma Pessoa de Excepção e o mais Nobre que até hoje conheci. Um atento leitor do Curtas e... não me esqueci que me enviaste a sms mais sentida que já alguma vez - pelo menos nos tempos recentes- me enviaram, ao vislumbrares a minha notória, na data, indisposição mental. Um Grande Abraço, meu Grande Aristocrata.
TAM

1 comentário:

Anónimo disse...

best regards, nice info » » »