Ora, "Povo Europeu" e "Identidade Europeia" são chavões que não nos soam nada bem, por muito que suem para no-los impor. Porquê? Precisamente por nos sugerirem que a base de todos os povos europeus é tão parecida que se pode tomar por igual, para compararmos todas as decisões políticas e económicas de cada país, na senda da descoberta de um modelo único, perfeito e abstracto que sirva para todos, e tudo em nome do tal "progresso" e da "competitividade" entre países.
Este esforço racionalista de encontrar o modelo único e perfeito traz o perigo de igualarmos países diferentes, potenciando a inveja nos mais fracos e a arrogância dos mais ricos, em vez do desenvolvimento económico. Para além disso, o triste é que o erro é clássico e estupidifica quem nele acredita: não será óbvio que os modelos abstractos e perfeitos estão ultrapassados? Como diria Michael Oakeshott, o racionalismo exacerbado só vê um "melhor absoluto", que se impõe a todos! Não vê soluções que possam ser "melhores consoante cada circunstância"...
Circunstâncias diferentes não devem ser alvos de comparação! Países diferentes não podem ser assim confrontados! Identidade europeia é algo que não existe! Não devemos deixar segregar a Grandiosa Portugalidade numa ignóbil tentação europeia... Lembremo-nos que esta luzidia maçã que nos tenta foi e é polida com o sebo da artificiosa manha, escondendo um buraco, cuja minhoca habitante traz os podres da inveja e da arrogância em luta! Com indignação,
AVC
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