Podemos falar de "povo de Deus" na Igreja Católica? Sim. Porquê? Porque os católicos que se dizem praticantes são fomentadores de união (na Igreja), têm uma direcção (o Céu), e um Caminho (a santidade). O "povo de Deus" é unânime nas questões essenciais de fé. No entanto também somos cidadãos da cidade terrestre, e aí já o caso muda de figura. O "povo" passa a ser um conceito mais perigoso.
Acostumei-me a ver o "povo de um País", de qualquer país, como uma massa disforme, sem direcção nem unanimidade sobre os assuntos políticos. Ainda bem que o é, em nome de alguma pluralidade que é necessária para o país se desenvolver. É necessário que as leis confiram e protejam a liberdade de uma pessoa poder discordar e manifestar a sua discordância (dentro de alguns limites), mesmo quando faz parte de uma minoria desse "povo".
Mas o que mais me assusta na ideia que temos de "povo", é a herança que Rousseau nos deixou sobre a "vontade geral" de um povo, onde a vontade da maioria tem de ser indiscutivelmente aplicada, porque o voto expresso da maioria está legitimado pela "vontade geral", da qual que se diz titular. É Rousseau um dos inimigos da liberdade, diz Isaiah Berlin, e esta é uma das razões. É curioso como no nosso subconsciente ele é sempre associado aos defensores da liberdade e não como um dos seus inimigos.
Mas o que mais me assusta na ideia que temos de "povo", é a herança que Rousseau nos deixou sobre a "vontade geral" de um povo, onde a vontade da maioria tem de ser indiscutivelmente aplicada, porque o voto expresso da maioria está legitimado pela "vontade geral", da qual que se diz titular. É Rousseau um dos inimigos da liberdade, diz Isaiah Berlin, e esta é uma das razões. É curioso como no nosso subconsciente ele é sempre associado aos defensores da liberdade e não como um dos seus inimigos.
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