"Que estranha tatuagem Deus te deu,
vestindo-te da noite mais escura
que surgiu neste mundo e neste céu,
ó dramática e triste creatura!
De luto, assim, quem foi que te morreu,
ó tropical beleza, ó formosura?
- És a estátua cruel de quem sofreu
e grato momento à desventura.
Sempre de negro, ó virgem caprichosa,
a tua bôca é pétala de rosa
a noite do teu corpo perfumando...
E o teu olhar, humedecido e mole,
parece um brando sol, tal qual o sol,
parece mesmo o sol que está chorando!"
Tomaz Vieira da Cruz (1941)
AVC
quinta-feira, novembro 24, 2005
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