Caro Tiago:
Como costume, apanhaste um tema interessante e de grande pertinência, principalmente nestes tempos em que se fala dos Estados Unidos da América como um Estado "Hobbesiano" (em matéria de Guerra). É inegável o papel preponderante de Hobbes na Filosofia Política moderna. A teoria de que não existe um "fim último" ou um "bem supremo" é interessante, embora a meu ver peque por ser uma visão demasiado positiva, cientista. Nesse aspecto, Hobbes é pouco conservador no ponto do que "deve ser", enveredando pelo caminho que era moda na altura e que era apologista da preponderância maquiavélica da verdade efectiva das coisas, da realidade, de "aquilo que é". Aí dizes bem, Hobbes desafia a moral dos "Antigos filósofos morais". Só que a linha que separa as novas moralidades de Maquiavel, Hobbes, Bacon e a Imoralidade é para mim muito ténue.
A meu ver, foram algumas destas "novas moralidades" do princípio da Era Moderna que nos conduziram a "positivismos éticos", que colapsam a moral com a realidade numa só dimensão, onde "o que é" determina "o que deve ser" e a maioria apropria-se e fala pelo todo, pelo colectivo, pela verdade, pela realidade. São ideias como estas que Karl Popper definiria como inimigas da Sociedade Aberta.
Um abraço,
AVC
sexta-feira, novembro 25, 2005
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