terça-feira, maio 23, 2006

O Comboio da Vaidade

Na arena, como lhe chama José Pacheco Pereira, estava de um lado ele próprio (JPP) e Ricardo Costa da SIC e, do outro lado, estavam dois homens em queda livre, quase renegados, sendo um da Política - Carrilho - e outro da Comunicação Social - Emídio Rangel. Ambos invadidos de visível rancor por sucessivas derrotas que um e outro foram sofrendo, perderam claramente a calma num debate que só lhes exigia exactamente isso: calma. Pacheco Pereira esteve bem, embora quase arredado do debate de ontem por não querer sujar as mãos. Rangel, parecia comprometido a defender um problema que não era seu. O verdadeiro confronto foi entre Carrilho e Ricardo Costa, que pode bem com a vaidade do primeiro. Vaidade sim, porque achou-se vítima de toda a gente, que o queria afastar da Câmara. A sua derrota esmagadora foi interpretada por ele como um complot contra si próprio, e não como o reconhecimento de que Carmona foi escolhido por ser o melhor candidato para Lisboa. É assim que o jogo democrático funciona, e Carrilho falhou redondamente. É mau para um político mostrar ressentimento contra os eleitores e tentar mostrar como todos são burros por cairem na esparrela de alegadas manipulações. Passados quase 9 meses das eleições, Carrilho volta ainda ressentido e ferido no seu sempre insufladíssimo ego. Embarcou há muito no Comboio da Vaidade, comboio destinado desde cedo a descarril(h)ar...
AVC

2 comentários:

Anónimo disse...

Como um grande amigo meu um dia disse "os socialistas são comunistas envergonhados..."
Os comunistas, embora eu ache que as suas ideias sejam absurdas, ainda lutam por aquilo em que acreditam, ao passo que os socialistas apenas se queixam e se fazem de vitimas.. Se calhar são como Descartes que acha que existe um Deus enganador, que existe só para o prejudicar..
Um abraço,
FTF

Tiago disse...

Tenho-te a dizer, António, em abono da verdade, que de facto o Sr. Manuel Maria Carriho foi demasiado "saliente" durante o programa. Ao rever determinadas passagens, cheguei à conclusão de que estavas certo e que, se não se deve chamar vaidade, pelo menos foi uma demonstração exacerbada de egocentrismo.
Lisboa ganhou nas eleições, essa satisfação está garantida. Agora, se o senhor assim o desejar, deixemo-lo afundar-se à vontade.
TAM