sexta-feira, maio 19, 2006

O movimetos das Cruzadas

A Cruzada mais do que um movimento é um estado de espírito. A cultura medieval ocidental com forte cariz religioso enquadra-se perfeitamente neste espírito de Cruzada. Os apelos de pregadores, como Papa Urbano II, S. Bernardo, abade de Cluny, ou mesmo Pedro, o erimita, tem uma grande adesão na cristandade da época e invocam como motivo as perseguições de que os cristãos peregrinos eram vítimas na Terra Santa, e ainda a libertação dos lugares sagrados das mãos dos infiéis. Todos os que participassem nas Cruzadas, veriam os seus pecados redimidos, e um lugar no Paraiso assegurado, incentivavam assim, várias pessoas, sem enquadramento social a participarem na guerra Justa e Santa, para defenderem princípios transcendentais da fé critã, tendo sempre um benção divina, por este ser o seu desejo.
Uma Guerra Justa não é necessariamente uma Guerra Santa, mas uma Guerra Santa é sempre Justa, é neste contexto que assenta o ideal de Cruzada. A posição dos cristãos e muçulmanos face à guerra era bem distinta, de um lado temos a Jihad islâmica, considerada para muitos como pilar do islamismo (já o Profetam desde o inicio que tolera a violência de modo a impor a sua religião, eliminando todos os que se opunham ao islamismo), do outro lado, temos a Cruzada que surgiu como meio de responer à Jihad. Encontramos na Bíblia, o caminho para a paz, o apelo da harmonia e amor entre os povos. Mas na prática encontramos a tolerância do lado muçulmano, ao contrário do que aconteceu do lado critão onde se cometeram grande atrocidades e genocidios, não podemos esquecer que a violência foi introduzida no cristianismo, quando a religião cristã foi estatizada por Constantino no século IV, tendo a palavra de cristo, sido deturpada.
Por detrás deste espírito religioso existiam motivações politícas, sociais e económicas. A perspectiva de Bizâncio face ás Cruzadas, era visto numa posição de desconfiança. Apesar de necessitar de uma ajuda exterior contra a constante ameaça muçulmana e de ter oferecido apoio logístico, a avalanche de gentes fascinadas por uma pseudo liberdade entregam-se a um descontrolo onde a violência demonstrava a falência dos preceitos morais que a missão de cruzada implicava.
O apelo dirige-se principalmete aos filhos segundos dos grandes senhores (iuvennes). O ocidente está cheio desta matéria prima, jovens com um espírito belicista que procuram o pretexto a glória e a imortalidade, e que neccesitavam de espaço vital para se instalarem e recuperarem o tipo de vida e honrarias a que estavam habituados, esta procura de espaço vital na Terra Santa está bem patente na frase, " Eu, onde vivia, não era ninguém, aqui tenho terras e riquezas". Contudo ao chegarem à Terra Santa deparam se com uma geografia, clima, fauna, flora, cultura, língua diferente da sua. Ora, duas culturas em contacto logicamente influeciam-se mutuamente. Levam consigo os valores e os ideais do feudalismo, mas encantados pelo fascínio oriental aprendem a língua árabe e a sua cultura, de tal modo que quando regressam nunca mais serão os mesmos.
Verificamos, então, que este movimento tinha por base a salvação do Santo Spulcro, mas a questão coloca-se: Será só esse o principal e o único objectivo deste movimento?
TSM
desculpem a ausência tentarei ser mais assíduo

2 comentários:

Tiago disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Tiago disse...

Se a ausência for seguida de artigos deste nível, podes-te ausentar. Até esperaria um ano, se necessário fosse, para depois poder disfrutar destas reflexões.
GRANDE!

TAM