Na sequência da I Corrida após a reinauguração da Monumental de Lisboa, surgem várias reflexões. No seguimento da barulhenta manifestação que se verificou antes do início da Corrida, com manifestantes oriundos de várias zonas de Portugal, principalmente para Norte de Lisboa, ouviram-se "gritos de guerra" que traziam mensagens fortes e, reconheça-se, sentidas: "-assassinos, fascistas...". Contudo, as posições das mentes que funcionavam dentro dos encéfalos dos quais só vislumbrei a parte visível -parece-me óbvio- poderão estar, na minha perspectiva, baralhadas.
Até aqui está tudo terrivelmente banal, agora surge a novidade: dizia uma pessoa, em tom também de confusão, que aqueles senhores estariam ali, acreditava, contra os animais! À primeira audição/leitura(e graças ao também digníssimo ouvinte do comentário, para quem aproveito para mandar uma saudação fraterna), pareceu um equívoco da respeitosa pessoa, todavia, em última análise, parece que a troca de pólos até faz muito mais sentido do que poderia parecer. Analisemos: os manifestantes seriam manifestamente contra a realização daquela, e de todas, as corridas de touros, todavia, se estas não existissem, é certo e seguro que o touro bravo, nobre e inteligente animal, já não existiria. Ou, quanto muito, faria parte da lista de animais em vias de extinção e, assim sendo, só tínhamos a possibilidade de o vislumbrar em Sete-Rios, no Jardim Zoológico, ou em qualquer outro, embora raros, parque da raça.
Deste modo, de facto, os manifestantes, estavam contra os animais(no caso eram os touros), pois se os seus "pedidos" tivessem sido ouvidos amanhã já não teríamos as lezírias taurinas, e respectivas Ganadarias(locais onde são bem-tratados, faustosamente alimentados, dispõem de cuidados constantes de médicos veterinários e têm a possibilidade de ganhar músculo e, por isso, serem o animal robusto que conhecemos), e a sentença de morte da raça tinha sofrido o seu mais forte, e quiçá último, apoio.
Os manifestantes identificavam-se, colectivamente, como membros dos partidos Comunista e Bloco, que, de facto, preferem a preservação da vida animal(sem capacidade de raciocínio) à da vida humana, cuja morte é apoiada através das inúmeras campanhas sobre a temática abortiva.
Como uma troca, consciente mas involuntária, de vocábulos pode ser incrivelmente lógica! E assim foi!
Diziam ainda os citados senhores manifestantes que a liberdade existia desde o Golpe Militar, ao que eu comecei a pensar: Não seremos também nós, aficionados ou simples admiradores, livres para poder assistir a uma Corrida de Touros?
Aficionadamente, TAM
domingo, maio 21, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário