Há, segundo ouvi, 6 plataformas pelo "Sim" no referendo do Aborto (o interruptor é na parede, e liga e desliga e volta a ligar sempre que quisermos), e 21 plataformas pelo "Não". Vou votar não. Mas infelizmente, a campanha do Não é muito associada ao nome da plataforma com publicidade mais visível, a "NÃO OBRIGADA". Digo infelizmente porque considero o slogan infeliz.
Primeiro, o "obrigada" é feito no feminino, portanto dirigido apenas às mulheres. Mas este é um assunto para todos votarem, e não só as mulheres. Um bébé tem um Pai, tal como tem uma Mãe. A votação será democrática, com ambos os géneros a ter o direito de responder ao referendo. Dizer "obrigada" é sempre um ponto a favor daquele argumento demagogo que usam alguns do "Sim", no slogan "Eu [a mulher] é que mando na minha barriga!"
O segundo erro de dizer "NÃO OBRIGADA" nesta campanha, prende-se precisamente com o assunto "quem manda na barriga de quem". Falar de obrigações é um ponto a nosso desfavor. Um dos argumentos do "Sim" é a suposta falta de liberdade da Mãe (nunca do feto) em escolher aquilo que lhe apetece. Dizem os arautos do "Sim" que por lei, as mulheres são OBRIGADAS a ter o filho. Chamar a atenção para isso num slogan é atracção para o abismo...
Em terceiro, "NÃO OBRIGADA" é uma expressão de boa educação. Mas nos dias de hoje, é muito fácil de ser gozada como sendo uma expressão "chiq" das tias de Cascais. Só por ser de boa educação, entenda-se. Mas a caricatura da Tia de Cascais, nestes assuntos, é aquela de uma senhora que diz "Não" ao aborto cá, porque tem dinheiro para ir a Londres fazer o seu. É mais "chiq" e ainda pode comprar um vison, rematam alguns demagogos do "Sim", fazendo piada daquilo que é muito sério.
É óbvio que voto não, por muitas razões. Mas penso que este tipo de campanha é favorável ao sim. O discurso demagogo está impregnado na sociedade. Em anos de campanha do "Sim", fizeram a cabeça a nós portugueses, castigando-nos por termos votado "Não" em 1998. Respeitadores dos valores democráticos? Não me cheira. Esta campanha sanguinária foi e é patrocinada pelas clínicas do aborto, que esperam como abutres que os portugueses dêem um sinal de morte para aqui pousarem. E a campanha do "Não", parece ter agentes infiltrados.
Atenção, portuguesas e portugueses... as armas estão em cima da mesa. Ainda vêm aí os fanáticos, de ambas as partes, que vão estragar o debate do assunto que nem devia ser debatido. À falta de interesse no campeonato de futebol, à falta de euros e mundiais e à falta de interesse nos debates do Estado da Nação, novos clubes se formam. E depois do referendo, o que se segue?
AVC
1 comentário:
António,
Li o teu post e revi-me em cada palavra. Acho que há campanhas que aparentemente são bem intencionadas mas que na verdade parecem ter "agentes infiltrados", se queremos dar a conhecer aos outros os argumentos que usamos para defender a nossa perspectiva acho que muitos dos argumentos apresentados em algumas plataformas caiem na demagogia e na falsidade.
Espero que todos sejam capazes de votar de acordo com a sua consciência e de ter à sua disposição o máximo de informação possivel para que escolham bem.
Para mim o principal argumento e cerne de toda a questão do aborto é a vida humana, que é um Dom que tantas vezes não damos o devido valor.
Um grande beijinho
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