quinta-feira, janeiro 25, 2007

Uma visão da Jamaica e do Sul da América

A Jamaica é um país de praias paradisíacas e paisagens deslumbrantes, sendo assim destino turístico por excelência dos ingleses, antigos colonos. O luxo dos resorts contrasta com a simplicidade da população, que apesar de tudo não vive muito mal, economicamente. Com uma cultura recente mas bem arreigada, esta foi criada pela herança e pelo engenho daqueles que buscaram na magia a sua fonte da autoridade. A religião do Deus Jah foi inventada e conduzida por alguns afro-americanos descendentes de escravos que, iluminados por Rousseau e mais alguma tralha jacobina, aproveitaram-se do clima propício e dos exemplos loucos dos vizinhos do Haiti, para alinhar em maluqueiras político-românticas, misturadas com ritos voodoos que assustam a população.
É uma religião do medo, suavizada pelos sons alegres e pseudo-harmoniosos do Reggae, o principal veículo da sua propagação, com mensagens de suposta libertação e alguma afronta ao Catolicismo, que está nas Caraíbas altamente implantado. A vizinha e rival Cuba, com o seu Comunismo irrespirável, é um vizinho com baixo nível de qualidade de vida e serve de pretexto para o governo da Jamaica seguir com as suas políticas de opressão e terror, fazendo uso da sua forte autoridade policial e continuando a instrumentalizar a religião para ter o povo na mão.
Esta situação na Jamaica repete-se no geral daquilo que é a América Central e do Sul. Os vizinhos servem de pretexto para justificar políticas autoritárias, e as pessoas nem têm coragem para se perguntarem se o seu nível de exigência não é baixo. A Venezuela, a Bolívia, o Brasil, Cuba, todos os grandes países caminham para governos cada vez mais socialistas e de uma esquerda caciquista e corrupta. Chávez apresenta-se como o novo Fidel que faz frente aos Estados Unidos, e até já recebeu na sua Venezuela natal o Presidente do Irão Ahmadinejad. O único país da América do Sul que escapa a esta vaga parece ser o Chile, que confia nas suas instituições democráticas, na sua moderação política, no seu capitalismo sustentado e nas suas alianças estratégicas e comerciais com o Mundo Ocidental.
Os sul-americanos gostam de basear as suas políticas nas dos vizinhos. Se essa mentalidade é difícil de mudar, temos ao menos de lhes mostrar o que se passa no Chile e dizer que deviam pôr mais os olhos neste país do que na Venezuela, na Jamaica & companhia. O Chile é, em linguagem geopolítica, o verdadeiro farol político da região.

4 comentários:

J disse...

António,

É assustador, como esses povos vivem oprimidos, e é triste ver que ainda existem pessoas que gostam de viver adorando falsos deuses como o poder, o dinheiro etc

Um grande beijinho

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Sandokan disse...

Querida Joana, obrigado pelo teu comentário! Penso que estes países estão na "idade do armário", na idade da adolescência revoltada para com os pais ocidentais. Precisamente por estarem na adolescência política é que podemos ter esperança que eles ultrapassem esta fase e cresçam, como fez o Chile que é como um irmão mais velho no qual os outros deviam pôr mais os olhos. Um grande beijinho

Unknown disse...

Gostei da tua exposição dos países da América do Sul. Neste momento, há um clima de opressão e , talvez, abuso de autoridade por aquelas bandas. Depois dão a desculpa dos vizinhos. O que de todos mais me preocupa são as Honduras, que são sempre vítimas de tudo.