Os Impérios não se esfumam. Evoluem, mudam de aspecto, adaptam políticas e instituições. Ou caem, dão lugar a outro ou outros e servem de lição obrigatória ao futuro descrente e decadente. Outros ainda refazem-se, retocam-se, porém, mantêm a essência, a vitalidade preponderante e a Alma(ou seja, o seu Povo). Não raras vezes, os que(e todos esses) que têm o dever -talvez já não haja deveres, portanto poderão ter o prazer- moral, histórico e, simultaneamente, básico de o defender, reconstruir ou animar, dependendo da fase de construção/degradação em que se encontram, acabam por fazer o contrário. E a missão sai em favor do inimigo, sempre presente e atento, que posteriormente o recompensará(ou não). Isto passa-se hoje nas Grandes-Nações, que não são necessariamente as Potências, mas são as que concorrem para esse lugar, que o ameaçam ou detiveram com relevância. Diz Fernand Braudel, que há Sociedades e Civilizações e estou em crer que assim é. Porém, hoje, as Sociedades são todas aquelas que se lembram da autonomia e se tornam Estados-locais e os que deles se separam e tornam-se parciais Estados-Nação; as Civilizações são as que a qualquer preço concorrem ao lugar de Potência, e as que para o Saber mundial fortemente criaram e contribuíram com conhecimento, tendo tido normalmente esse mesmo "posto" em alguma Época(as Civilizações históricas).
Os responsáveis culturais, económicos, governantes, cidadãos das Nações Contemporâneas são, contudo, tristemente, tentados e posteriormente manipulados(os que cedem, claro está) pelo lugar-comum reinante, a Cultura e Língua que lhes facilita o caminho e a Economia de onde surgem os apoios que apontam rumo à prosperidade e desenvolvimento(ou o que por isso o Estado-Reinante entende). Assim, é desde a I Grande Guerra tempo de os Estados Unidos da América(parte do Mundo-Novo) tentarem impor a sua mundividência, política de relações e (des)entendimentos, intimidação militarista e poderio económico ao Mundo. O Mundo -o Velho, o Milenar e o outro-Novo- reage. Aceita ou não, conforme circunstância potenciadas, também elas, por factores diversos e obscuros. As relações inter-nacionais e inter-continentais decorrem e desenrolam-se nos seus trâmites vulgares. Há, no entanto, excepções, pesos-relevantes, que "abanam" e não cedem às pressões que verticalmente são impostas rumo ao Sul e Oriente. São os Impérios antigos/medievais/ modernos a re-animar. É a cadência histórica a impor o ritmo a todos os que, assustadamente e com razão para tal, assistem ao reavivar das grandes Almas: os Impérios de Influência, a não sucumbir e eternamente presentes. Democratizam-se, retocam fronteiras, aceitam Novas Ordens Internacionais, adormecem mas são como os bonecos sempre-em-pé. Não sucumbem e são combativos.
É, pois, da primeira década do Século XX aos nossos dias, compreensível a tentativa dos E.U.A. de dominar tudo e todos. Por vezes, em vão. Também não é de estranhar, dada a ausência civilizadora braudelianamente defendida. Agora, nos meios intelectuais e académicos, mais implantada: pela facilidade, apoio e motivação que gera. Chegámos ao ponto de instituções de Ensino, internacionais mas localizadas, Crentes e fervorosas, se deixarem influenciar por ela... e Institutos específicos dentro das mesmas serem palhaços norte-americanos em seculares e basilares Civilizações Europeias. "Os Impérios Continentais? -Foram importantes, mas são ilusão." É a loucura estupidificante do chá de Boston.
Europeu, ainda Crente e Continental,
TAM
quinta-feira, julho 19, 2007
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1 comentário:
Grande TAM, já se fazia sentir a tua ausência. Claro que vou responder, pois como sabes este é um assunto onde claramente divergimos em muitos aspectos. Um abraço,
AVC
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