No mundo, existem hoje dois grandes povos que, embora partindo de pontos diferentes, parecem avançar para o mesmo destino: são eles os Russos e os Anglo-Americanos.
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O Americano luta contra os obstáculos que a natureza lhe opõe; o Russo trava lutas contra os homens. Um combate o deserto e a barbárie; o outro, a civilização com todas as suas armas; deste modo, as conquistas do Americano fazem-se com a charrua do trabalhador, as do Russo com a espada do soldado.
Para alcançar o seu fim, o primeiro conta com o interesse individual e deixa agir, sem as dirigir, a força e a razão dos indivíduos.
O segundo, de certo modo, concentra num só homem todo o poder da sociedade.
Um tem por meio principal de acção a liberdade; o outro a servidão.
O ponto de partida de ambos é diferente, as suas vias são diversas; contudo, cada um deles parece chamado, por um destino secreto da Providência, a conservar um dia nas mãos os destinos de uma metade do Mundo.
Alexis de Tocqueville, Da Democracia na América, I, II, X.
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