sábado, março 31, 2007

Seguindo a linha do meu ilustre amigo Tiago, que lançou esta polémica D'os Grandes Portugueses deixo aqui um pequeno texto que encontrei num daqueles jornais diários que nos são dados à entrada dos metros e que transparece, a meu ver, a grande conclusão acerca da nomeação de António de Oliveira Salazar como o grande português
"Confesso que senti um arrepio na espinha. Senti vergonha. Senti-me atordoado e ofendido. Depois da perplexidade e do choque, recostei-me no sofá e ouvi atentamente as reflexões dos ilustres convidados. Descontando os exageros linguísticos, da esquerda à direita, aplaudi silenciosamente o pensamento, politicamente correcto, de Rosado Fernandes e Fernando Dacosta. Não, de facto não estamos perante uns milhares de cinzentos salazaristas, mas sim na presença de um povo que não tem caminho, não tem esperança, não tem segurança, não tem emprego. Um povo que todos os dias é violentado com notícias de corrupção, de compadrios, por quem tinha o dever de nos levar por caminhos seguros, de violência diária nas escolas e com uma taxa de desemprego avassalador. Afinal, que país é este, perguntar-se-ão muitos dos que votaram num ditador que deu aos nossos avós e pais a miséria e o sentimento de estarem orgulhosamente sós. Volvidos mais de trinta anos sobre um revolução pacífica, estou cada vez mais convencido que foi esse o erro, porque faltaram uns bons tabefes para abrir consciências cívicas."
Aqui deixo um ponto essencial e que, claramente, tem de ser discutido.
POR PORTUGAL ENQUANTO É TEMPO!
Napoleão Bonaparte
TSM.

terça-feira, março 27, 2007

os Grandes Portugueses

Não deixa de ser triste -ainda que tenha sido o mais "Patriótico"- que tenha sido um dos dois Ditadores em votação a representar Portugal na lista dos seus Grandes. Não é menos triste ver o Ditador, que não chegou lá, bolchevique ser o 2.º mais votado. É dúbio que um desobediente, ainda que a favor de uma Consciência moldada por valores Cristãos, seja o 3.º. Ainda assim, é o representante de uma "linha" mais valorosa, bondosa e de exemplar atitude(cívica, mas não profissional). Aristides era um Senhor de outra escola, Monárquico e Cristão. Talvez o único e verdadeiro Grande, de entre os 3, na medida em que Salazar e Cunhal se aproximam mais do Despotismo Esclarecido aceitável no século XVIII do que propriamente do Português exemplar do fim da Monarquia e da primeira metade do século XX.

Dos demais, salienta-se o Humanismo renascencista e intemporalidade epopaica de Camões, reconsiderado como o Grande Poeta Português, apesar do dedicado esforço dos Pessoanos.

Talvez invertendo a lista de resultados, ela fizesse mais sentido, e fosse mais verdadeira.
(Esta tentativa de politizar tudo o que é social tem conhecido os seus frutos, porém, a teoria do voto útil não teria sido desejável, por se tratar somente de um programa, e facilmente evitável.)

Resta-nos a percepção de que Portugal maioritário não idolatra seres totalitários, contudo, que eles ainda hoje ferozmente se combatem e têm apoiantes, nota-se.

Exemplo que corrobore a movimentação partidária/ideológica massiva e a manipulação do verosímil reconhecimento popular dos Portugueses? D.Afonso Henriques, Grande e Primeiro Português, ficou na quarta posição.

Apesar do atraso social quase total, governou-nos durante décadas com crença e conseguiu um crescimento económico nacional positivo. O Grande e Repressivo Dr. Salazar.

TAM

segunda-feira, março 26, 2007

o Grande Português



...no entanto, a EuroSondagem deu o nosso primeiro Rei como o preferido dos portugueses. Votos de protesto à parte, parece que os portugueses ainda têm orgulho nos heróis nacionais. À parte disso, teve piada ver/ouvir os assobios democráticos que apupavam a vitória de Salazar. Ali estava presente uma plateia muito democrática e representativa, disso não haja dúvidas.

domingo, março 25, 2007

FLAMA

A propósito de tudo e de nada, lembrei-me do famoso(ou nem tanto) FLAMA.
Não sabem do que se trata? Foi precisamente um movimento bem organizado que actuou entre 1974 e 1976, impulsionado pelos ventos de mudança revolucionários. Significa: Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira; e trata-se de um movimento separatista e independentista de carácter violento que assulou o citado arquipélago com vista a separá-lo da Nação que o acolhia/acolhe. Contudo, à data, não teve qualquer espécie de apoio, para além do dos activistas que o criaram.
Um dos seus mais proeminentes activistas foi, admire-se, Alberto João Jardim... que depois aderiu ao "centrão", se tornou pacífico(tendo em conta o terrorismo que tentou frustradamente levar a cabo, agora é um "civilizado" líder local) e, supostamente, inquestionavelmente Português.

É uma análise in memorian. Uma consulta histórica simples que talvez elucide algumas mentes pouco informadas acerca de assuntos que gostavam de debater. Contudo, sobre os mesmos, pouco sabem.

TAM

quinta-feira, março 22, 2007

sobre a Câmara dos Lordes

Mostro aqui um interessante artigo sobre o recente debate sobre o futuro da Câmara dos Lordes em Inglaterra, escrito por João Carlos Espada para o Expresso.
-
-
"Em defesa da Câmara dos Lordes"
A recente decisão da Câmara dos Comuns de transformar a Câmara dos Lordes numa câmara totalmente eleita é muito decepcionante para os admiradores da tradição inglesa da liberdade.

Antes de mais, porque irá acabar com uma das excêntricas peculiaridades que distinguem a liberdade inglesa. À luz das modernas teorias da democracia, ninguém sabia ao certo como explicar a Câmara dos Lordes. Isso constituía motivo de conversas divertidas e perplexidades inspiradoras. Esta será uma primeira perda importante.

A Câmara dos Lordes é uma espécie de senado. Dentro dessa espécie tem duas peculiaridades: não é eleita, o que é um ligeiro detalhe ao lado da segunda - é incrivelmente barata. Os lordes não recebem salário. Têm modestas senhas de presença e um modestíssimo subsídio de transporte.

É verdade que usufruem de alguns privilégios: um belo bar com vista para o Tamisa e um agradável restaurante com preços acessíveis (a gastronomia, porém, é estoicamente inglesa). Apesar de serem hoje setecentos e tal (já foram mil e duzentos), os empregados parecem conhecê-los a todos: tratam-nos por «My lord» e nunca tratam dessa maneira os convidados externos. Outro privilégio importante consiste em poderem vestir uma vez por ano umas imponentes capas vermelhas para ouvir um discurso escrito pelo Governo e lido pela Rainha.

Outra vantagem da Câmara dos Lordes é ter poucos poderes efectivos mas muita influência moderadora. Como não é eleita, os seus poderes de veto originais foram sendo esbatidos ao longo do tempo. Agora, praticamente falando, já só conseguia complicar o processo legislativo, designadamente introduzindo conselhos sábios em leis atrevidas - os quais, em regra, acabavam por ser atendidos pelos Comuns. Recentemente, foram os Lordes que travaram muitas medidas de restrição das liberdades que os Comuns tinham aprovado devido à ameaça terrorista.

Uma nova Câmara dos Lordes, integralmente eleita, vai trazer vários problemas. Antes de mais, será caríssima, pois vão ter de pagar salários aos novos lordes. Depois, sendo eleita, vai ter de ter mais poderes. Isso será uma complicação adicional na já complicada Constituição britânica - tão complicada que nunca alguém conseguiu escrevê-la. É inevitável, também, que se torne muito mais monótona e previsível. Os lordes actuais eram profundamente independentes e muito excêntricos.

Correcção final: ainda a tempo, recebo secreta informação de Londres. A votação nos Comuns foi a melhor forma de manter a Câmara dos Lordes tal como está. Ninguém se vai entender sobre como substituí-la. Assim, uma votação excêntrica acabará por salvar outra excentricidade. Ainda há esperança.

João Carlos Espada

sábado, março 17, 2007

pensamento repentino


Para quê ir em missões humanitárias para longe, se dentro de Portugal há muitas Áfricas e Brasis (e Portugais!) a precisar de apoio? E cuidar do nosso território, que está aberto a toda a gente, não? É para ajudarmos ou é para nos formarmos? Então sejamos sérios. Se for para ganhar novas experiências, lá por isso a atitude não é menos digna. Não precisamos é de esconder as nossas verdadeiras intenções. É que aqui há tanto para fazer...

sexta-feira, março 16, 2007

Portugueses e a Igreja

É interessante constatar que, a par dos artistas plásticos nacionais, não consta na lista do Os Grandes Portugueses qualquer Sacerdote (por exemplo o Padre António Vieira, que só está em 33.º), membro do Clero ou figuras da Igreja(Santos consagrados, como Santo António - o 13.º) que, gostando-se ou não, nos representam naquela que ainda é considerada como a única ou, numa visão mais consentânea, a principal força identitária e unionista da Europa: a Cristandade.
Nem tão pouco o Representante Máximo de Deus na terra, o Santo Padre -o português João XXI-, consta na lista dos mais apreciados e relembrados pelos Portugueses.
É uma hipótese de análise histórico-política: terão os Republicanos da I República, agora, apoiantes de facto e de peso para a sua Causa?

Questão a considerar.

TAM

quinta-feira, março 15, 2007

Reiteração

A Democracia (esta que vem da junção dos termos Demos e Cracia), tal como o pós-Ditadura do Proletariado, só se aplica quando a sociedade está em elevado patamar de desenvolvimento/maturação. Até lá, educam-se as mentes.
Escrevi eu: "Formas de participação cívica neste blog e, mais especificamente, neste artigo:", que sublinho e reafirmo! Há, contudo, uma novidade: este projecto de Educação para a Cidadania aplica-se, a partir de agora e com efeitos retroactivos, aos artigos já escritos e por escrever, da minha autoria.

Todos e qualquer um que não debatam -ou se apresentem- seriamente, não têm nada de relevante a dizer. Pois, quem tem, pretende ser ouvido ao manifestar-se.
Assim, "Para grandes males, grandes remédios".
As condições de participação nos artigos da minha autoria são aquelas que estão apontadas em resultado da total ausência de Bom-Senso do Anonimato.

A todos os anónimos, identificados e autores que se sintam lesados, teria sido melhor evitar o evitável.
TAM

planos furados

Os EUA, no espírito de Cruzada que têm há muito, levaram o sonho de fazer uma democracia no Iraque. Ora, em democracia, o poder é eleito pela maioria dos cidadãos do país. Se a maioria no Iraque é xiita, é natural que o governo se torne muito rapidamente mais próximo do inimigo Irão, também ele xiita. Primeiro apontamento, os EUA fabricam os seus próprios inimigos, como foi aconteceu com Saddam, como aconteceu com os Taliban, só para dar os últimos exemplos que deram em guerra.
O Iraque está preparado para a democracia? Os EUA começam a perceber que não. Das várias facções eleitas no parlamento, nenhuma tem conseguido tudo o que queria. E o que dá a partilha do poder em países como o Iraque? A guerra civil. Do debate parlamentar rapidamente se passou para a violência nas ruas. Segundo apontamento, e como já ouvi alguém dizer, a democracia é como um martelo: nas mãos de um técnico ou de um artista, faz maravilhas; nas mãos de uma criança é uma catástrofe.
Os EUA ganharam a guerra da conquista do Iraque, mas perderam no plano da manutenção do poder e da paz. A única saída é a retirada. Infelizmente para os iraquianos, infelizmente para os americanos, infelizmente para o ocidente, vencedores os fundamentalistas islâmicos. A nossa honra vai agora jogar-se no Afeganistão, onde as coisas também não estão fáceis.

água na fervura

Quero informar que não há uma regra de participação cívica geral para este espaço de troca de ideias, experiências e recados que é o Curtas&Rápidas. A possível censura que aqui houver, será sempre dependente da sensibilidade particular de quem escreveu o artigo comentado, e só o autor desse artigo terá poder para fazer do seu artigo aquilo que quiser, inclusive interferir na publicação ou não publicação dos respectivos comentários. Devo contudo dizer que a censura é sempre um mal indesejável, e só pode deixar de ser condenável quando visar evitar males maiores. Quanto às laranjas, proponho que bebamos só o sumo... é que o que azeda é a casca. Envio daqui um abraço a todos os Autores deste blog e outro aos nossos estimados Comentadores, os Registados e os Anónimos. Todos Vós dão um movimento especial a este espaço, com mais ou menos polémica, com mais ou menos calor. Aprecio muito a Vossa companhia.

quarta-feira, março 14, 2007

Madeira: peso-morto do Império

É evidente que a fraquinha massa crítica anónima(refiro-me somente a este grupo de indivíduos sem Carácter!) frequentadora deste blog é atenta às questões relativas ao Arquipélago da Madeira. É uma matéria de interessante análise, portanto, venho propor a redacção das vossas experiências no arquipélago. E mais, que permitam o desempate: Traidor(da Nação que o acolhe) ou Delapidador(das finanças regionais)? Fica aqui a eterna dúvida acerca do não-Grande Português ainda Presidente do Governo Regional da Madeira.

Formas de participação cívica neste blog e, mais especificamente, neste artigo:
São permitidos: todos e quaisquer comentários desde que sem ataques infundados ao Governo do Estado, à Igreja e ao Bom-Nome dos intervenientes necessários ao comentário.
Não são permitidos: Comentadores anónimos, indivíduos que apresentem notória anomalia psíquica, estado de embriaguez ou recém-consumidores de substâncias psicotrópicas.

Saudações Colonialistas Portuguesas , TAM

P.S.- Para saudosistas e defensores do Sr. Alberto João(todos estes que amavelmente nos visitam e descarregam disparates em vez de investirem na leitura), todas estas regras são elementares, pois melhor que ninguém sabem a ditadura que por lá se vive, e apoiam.

terça-feira, março 13, 2007

Harlan Ullman vem a Lisboa



Harlan Ullman é Senior Adviser do Centre for Strategic and International Studies e conhecido especialista em cultura política e em política internacional dos EUA. Foi professor de pessoas importantes do actual palco político, como Colin Powell e muitos outros. Para além disso, escreve em vários jornais norte-americanos. Harlan Ullman vai estar amanhã em Lisboa, proferindo uma palestra às 18:00 na Universidade Católica, onde falará sobre a situação da política externa dos Estados Unidos. A não perder.

domingo, março 11, 2007

apontamentos sobre o conservadorismo - IV

Também convém precisar que o conservador, enquanto personagem política, não deve ser confundido com outros tipos de figuras esteriotipadas frequentemente entendidas como "de direita". Estou a falar do reaccionário, do imobilista e do absolutista.
Em primeiro lugar, o reaccionário não pode ser conservador, porque é como que um revolucionário do avesso, no sentido em que aponta a sua utopia num regresso ao passado.
O imobilista também não pode ser conservador, já que não é amigo da ideia de reformas, e para o conservador, a reforma é parte necessária e integrante da boa conservação das úteis instituições.
O absolutista assume-se como aquele que está acima da lei, já que a fonte única de lei reside na sua pessoa. Um conservador não pode admitir que esta promiscuidade aconteça. A lei garante a base legítima para as instituições se poderem conservar.

sábado, março 10, 2007

ao AVC

Com base no desafio lançado, esgrimo a minha oposição(já perceptível na posição anteriormente apresentada).
Atentar, como o Sr. Vasco Pulido Valente, num medíocre e grosseiramente ofensivo artigo do Jornal Público, à dignidade da Rádio e Televisão de Portugal, respondo com um comum relembrar de: factos históricos -apesar de obviamente a RTP ainda não ser uma instituição histórica, ficará decerto na História Nacional- plenos em dignidade, como as transmissões fidedignas de acontecimentos nacionais e internacionais, presentes ou do passado, com a correcção e transparência analítica possível à data dos acontecimentos (relembro os golpes e situações geradas durante e pós 25 de Abril, quando a própria televisão foi vítima de injustiças políticas), mostrou-se coesa e imparcial. Por outro lado, a memória colectiva é vulgarmente fraca e pouco elucidada, talvez por isso Santa Bárbara só exista quando há trovoadas e a RTP só seja merecedora do dinheiro público quando convida determinadas intelectualidades descaradamente tendenciosas e facciosas para discursar e impregnar a sociedade Portuguesa de complexos e estereótipos desactualizados e imerecidos (relembro o movimento dos Historiadores contra o programa Os Grandes Portugueses, por considerarem que o programa é indigno e bajulador de figuras como o Sr. Salazar). Isto é, a oposição estúpida e não-científica que a maioria deles adopta é louvável -porque poucos a sabem, fica-se pelos corredores das grandes Universidades Portuguesas-, porém, a apresentação de Portugueses aos Portugueses do presente já é indesejável: motiva as massas, que são consideradas naturalmente incultas e demonstra que as grandes Figuras estão para lá das barreiras ideológicas e valores nefastos que a maioria da Sociedade Historiográfica Nacional, totalmente esquerdista e desajustada, nos inculca como se se tratasse da Verdade.
É com isto que temos de lidar, e por considerar que os exemplos positivos são mais que muitos, e se notam, sou a favor da argumentação positiva: se há dois blocos de qualidades, porquê escolher o negativo? Sendo o outro que nos levará a avançar... porventura menos soviéticos(coisa que não interessa aos Senhores Historiadores Marxistas), mas decerto mais conhecedores.
Há as devidas excepções, todavia, trata-se de tamanha raridade e rectidão que raramente pretendem dar a cara perante discursos partidarizados e tendencialmente extremistas.

Agora falta a afirmação pública e generalizada de que o Museu Salazar, em Santa Comba Dão, é nefasto em Democracia(este que vem dos termos Demos+Cracia, ou seja, o poder do Povo, a igualdade e a tolerância) para termos mais um exemplo de idoneidade, nomeadamente quando os mesmos Historiadores-Políticos defendem exaltações comunistas, livres de ditaduras e processos semelhantes, que em parte alguma constavam dos escritos de Marx e Engels.

Com Amizade- à boa maneira do Sr. Eng. Sousa Veloso (figura da RTP, apresentador da TV Rural… programa que provavelmente os que criticam a televisão nunca viram mas ajudaram a rotular de demodé), para não dispensar uma boa referência a exemplos exemplares que, ainda que discutivelmente, considero essencial…
TAM

sexta-feira, março 09, 2007

ao TAM

Contrapondo o bom postal que o meu caro amigo TAM deu como tributo à RTP, um artigo também de qualidade hoje no Público, de Vasco Pulido Valente. Chama-se "50 anos de RTP". Aguardo comentários, especialmente o do TAM (parece que esta discussão tem tudo para aquecer).

quarta-feira, março 07, 2007

RTP - um exemplo

Comemora-se hoje o 50.º Aniversário da Rádio Televisão Portuguesa. Formalmente criada em 1955, a 7 de Março de 1957 inicia as transmissões regulares e, assim, difunde em Portugal um dos mais relevantes e influentes meios de comunicação.
A RTP constitui uma realidade, ainda não histórica, mas decerto extraordinariamente importante para Portugal, constituindo -à data da sua fundação- um elemento chave de transmissão de valores, notícias e conceitos de coesão imperial.
Hoje, além da dinâmica da programação, é uma fonte arquivística europeia fidedigna e da mais alta importância.
É uma honra, a nossa RTP. Dos fundadores (quem não se lembra dos rigorosos e simpáticos Sr. Eng. Sousa Veloso e Sra. Dª Maria de Lourdes Modesto) aos actuais(como Maria Elisa e José Rodrigues dos Santos) responsáveis e profissionais, bons exemplos de Portugueses por lá têm passado.
Está de Parabéns!

TAM

Ceuta: 21 de Agosto de 1415

A conquista de Ceuta em 1415 é tomada como o primeiro passo do movimento expansionista Português e pela mão dos Portugueses na Europa. Integra-se no desejo cristão de reconquista do Norte de África que tinha o incondicional apoio internacional do papado que concedia, sobretudo, importantes rendas eclesiásticas.
Portugal estava, claramente, ameaçado pela guerra com Castela que pretendia absorver o pequeno reino ocidental. Essa luta viria a ter o seu clímax no interregno de 1383-1385, mas perdurou durante cerca de meio século, apesar das tréguas em 1411, até à paz em 1432. Ao conseguir a independência portuguesa perante Castela, a dinastia de Avis procurou alargar as fronteiras do Reino para criar um novo padrão de segurança ao território luso e um horizonte de afirmação política e de expansão económica e social aos Portugueses. Além disso, procurava-se assegurar a viabilidade política do pequeno Reino e consagrar a nova dinastia, a própria figura do monarca e a sua descendência.
Por isso, se justifica a clara precisão dos recursos utilizados e embarcados em 1415. A sua preparação. como nos mostra António Dias Farinha, parece ter sido de 4/5 anos. A própria qualidade das pessoas que tomaram parte na expedição (o, então, rei D. João I e os seus 3 filhos mais velhos e um grande número de fidalgos) são alguns dados ao empenho demonstrado neste projecto. Já para não falar no rigor visto na manutenção do grande exército e na necessidade de uma frota de transporte que assegurava e garantia o abastecimento e que mantivesse o domínio marítimo.
Em relação à escolha da cidade de Ceuta, esta situava-se no estreito de Gibraltar, à entrada do mar Mediterrâneo e no local de passagem da Península para o Magrebe, significa o interesse português pela navegação e comércio com os países do interior, a posse territorial de Marrocos e ainda o controle de passagem entre os reinos de Fez e Granada. Mas a verdade é que as oportunidades comerciais que o Mediterrâneo oferecia tiveram sempre em primeiro plano deixando um pouco de lado as zonas produtoras de cereais e os mercados do Ouro do Sudão Ocidental.
No que respeita à tomada da cidade António Dias Farinha diz-nos que "ela foi presa fácil dos Portugueses, bem preparados para a sua conquista". O Infante D. Henrique comandou as forças que desembarcaram no lado do morro de Alminia e entrou na cidade a 21 de Agosto de 1415 - verdadeiro acto do nascimento da expansão portuguesa.
Depois da Conquista a pergunta colocar-se-á: o que fazer com Ceuta? Para D. João I a resposta é segura: é preciso mantê-la. E é preciso mantê-la por que Ceuta simboliza uma nova força política, económica e social. Vejamos que o facto de Pedro de Meneses ter sido nomeado capitão da nova fortaleza dá-nos o ponto social que nos faltava: a casa do capitão que estava sub valorizada emergia agora devido aos serviços prestados no exército e no funcionalismo ultramarino assistindo-se, assim, a uma ascensão na escala hierárquica da nobreza.
Portanto o que depreende-mos deste novo contexto é que os Portugueses garantiam, assim , uma integridade económica, uma integridade política e uma integridade social. É uma nova realidade que aos poucos e poucos vai emergindo quer fora, quer dentro do País (a cidade de Lisboa tornar-se-á num ponto de encontro para cartógrafos, comerciantes tornando-se num grande centro de comércio e de properidade).
Napoleão Bonaparte
Grande abraço
TSM

apontamentos sobre o conservadorismo - III

À direita, há propostas que não devem ser confundidas com o Conservadorismo. A ideia deste postal é apresentar quatro delas, e algumas das suas diferenças - mais ou menos subtis - em relação ao Conservadorismo, e não esgotando todas as possibilidades existentes: há mais.
Em primeiro lugar, temos o Fascismo, que, por inaugurar um novo ciclo prescritivo rumo a uma utopia, não pode tocar na mesma sinfonia conservadora, pois desafina. Para o Fascismo se concretizar, aliás, é preciso que se corte com certas tradições que, aos olhos do fascista, prendem os movimentos das pessoas para que voem até à sua utopia. Nem utopias, nem cortes com tradições são do agrado do conservador, que é realista e tradicionalista.
O Autoritarismo é, também, recorrentemente colado ao Conservadorismo, mas o Autoritarismo leva ao abandono das leis, e as leis são a garantia da continuidade das instituições, que devem ser defendidas pelo conservador. A autoridade emana das leis, o Autoritarismo surge da sua suspensão. A autoridade é aceitável, o Autoritarismo não.
O Elitismo é normalmente o que mais se confunde com Conservadorismo. Embora o conservador não negue a importância de haver uma elite competente, precisamos de afastar ideias erradas que frequentemente se atribuem à noção de elite. A aristocracia que interessa ao conservador não é a do berço d'ouro ou a do snob. Antes pelo contrário, essas não são as verdadeiras aristocracias. O que interessa aqui precisar é a noção de aristocracia natural, à qual pertencem aqueles que cultivam um certo tipo de virtudes. Se quisermos, a ideia de meritocracia é mais fiel à ideia de elite que queremos, ondes os valores e o mérito no seu emprego falam mais alto que berços d'ouro e que vanglórias. No entanto, o Elitismo como o conhecemos, falha no aspecto em que não considera no seu valor devido a sabedoria popular e "preconceituosa". O preconceito é o dever ser útil, através de um conhecimento imemorial e transgeracional que as pessoas têm, de uma forma instintiva e afectuosa, para agir com utilidade. O Elitismo desvaloriza estes aspectos, o Conservadorismo valoriza-os. Quem lhes dá o devido valor? Depende do ponto de vista que tivermos.
Por último, temos o Liberalismo Clássico. Aqui, a nossa tarefa de separar as águas parece ser mais simples. Temos liberdade quando temos um espaço onde agimos como queremos, sem que alguém nele possa interferir. A liberdade será tanto maior quanto esse espaço for de amplo. A liberdade absoluta, como sabemos, não existe como tal, pois colide com a liberdade dos outros. Para um liberal, isto chega. Para um conservador, também é importante que se garanta uma esfera de liberdade aceitável, mas isso não chega. É preciso estar-se educado para usar bem a liberdade, é preciso haver valores morais que não deixem que o conceito de liberdade se esvazie de sentido. A liberdade só pode acontecer quando é tutelada pela lei, e a intenção da lei liberal deve ser estudada para que não se caia no vazio que falamos.
É possível, e até provável, que a maioria das pessoas não seja inteiramente seguidoras de uma destas disposições políticas - e até pessoais -, no entanto parece-me útil precisar aquilo que não faz sentido que se confunda, nem que se cole imagens umas às outras e se ponham - em abstracto - "tudo no mesmo saco".

Reabre-se Portas

Da ausência ao apoteótico regresso alguém teve de encarar os militantes, continuar a acção política e, numa altura em que o Partido saiu de uma coligação governativa desastrosa, tentar não perder os seus simpatizantes. Mas da actual Direcção se parecem esquecer, como se tivesse sido um intervalor, sem valor, entre Portas.
Aliado ao período conturbado, permaneceram individualidades internas mais ou menos próximas à anterior direcção que, qual Cavalo de Tróia, desejavam ou sabiam do regresso do herói. Limitaram-se a apodrecer os actuais, aguentando o mínimo tempo possível para que a maioria se esquecesse do que haviam patrocinado, no Executivo em que participaram.
Propõem eleições directas... aguardemos.
Salvação ou Traição? ...à boa maneira do Os Grandes Portugueses (também neste caso os Portugueses votarão).

O Sr. Portas está de volta, vamos ver quantos baterão com a porta...

TAM

sexta-feira, março 02, 2007

A Madeira em Portugal

O Sr. Alberto João Jardim demitiu-se do cargo para que foi eleito. A ideia é, voltando a candidatar-se, legitimar-se -mais uma vez- de forma a ter força suficicente para se opôr ao "colonialismo de Lisboa" (seja lá isso o que for; como se o senhor não fosse essa contra-força há já algumas décadas). Ora, também não concordo com algumas medidas levadas a cabo pelo Executivo em exercício, mas se se trata de recusar a Lei das Finanças Locais(que naturalmente também afectam as Regiões Autónomas), não havia necessidade de nos fazer perder tempo (aos Madeirenses) e dinheiro. Pois não haverá surpresas e só se alimenta a conflitualidade interna(até pode ser que eles sejam autónomos, mas daí a serem independentes vai um passo de gigante... já o Infante D.Henrique na primeira metade do século XV o havia percebido).
Talvez o financiamento seja reduzido, porém, para quem considera que o arquipélago pode deixar de ser parte integrante e totalmente integrada na Nação Portuguesa, é mais do que parecem necessitar.
E é a falar que a gente se entende!

TAM

quinta-feira, março 01, 2007

Não temos tempo. Mas de qual, do nosso?

Será que hoje damos o devido valor ao tempo cronológico? Ou melhor, não será que lhe damos demasiada importância?

A ver este rapidíssimo anúncio de 32 segundos não teremos nós tempo para rir, divertirmo-nos e, quiça mesmo, saltar e voltar à terra?
http://www.youtube.com/watch?v=TLBNXNyUwOY

Pois é, bastam 32 segundos e podemos rir imenso, ou só sorrir. Portanto vamos lá atribuir ao tempo o valor que ele tem: nenhum. Ou melhor, tem o valor e a rapidez que nós lhe imprimirmos.
E decerto aperceber-nos-emos do quão felizes podemos ser em fugazes instantes de vida terrena... basta inverter o código social de histeria e alta-velocidade, começando pelos nossos próprios códigos temporais. E mesmo assim, vos garanto, teremos tempo para tudo.
(relembrei esta questão que nas aulas do Secundário - na disciplina: Técnicas de Tradução de Francês- nos era colocada. Para melhor percepcionarmos tal realidade, eu e os meus colegas éramos chamados ao quadro, 1 minuto para cada um, para relatar algo em Francês e o tempo parecia não passar... era um breve minuto porém parecia uma eternidade. Ora então, se quisermos, não temos tempo para tudo? Nasceu assim o meu conceito de minuto eterno!)

Como apregoa o simpático anúncio, se a Tradição está de volta, que tal voltarmos a ter tempo para tudo, e para todos? Não era mal pensado, e diz-se que "Roma e Pavia não se fizeram num dia".

TAM

As Maravilhas de Portugal - 7 delas

O nosso Grande Português Sandokan -Tigre da Malásia, AVC da Pérsia, António de Portugal- já nos falou sobre sobre o concurso que, a par do Os Grandes Portugueses, nos tem levado a pensar, repensar ou descobrir a História colectiva Nacional. Contudo, e aproveitanto a deixa que o Sandokan me deixou, aproveito para levar a cabo outra abordagem quanto ao concurso: menos apologista de tentar apresentar construtores, ou Seres cientes da sua importância, ou que tenham executado necessárias obras de manutenção -que deveriam ter sido de Conservação-, caso contrário deveria citar todas as Obras artísticas juntamente com os seus percursores e construtores, independentemente da correspondência que teriam -em muitos casos não teriam- com as Grande Personalidades da História e, também, do Os Grandes Portugueses.
Ainda que de exigente decisão, a escolha é, em certa medida, facilitada. Isto porque, para as «7 Maravilhas de Portugal», a escolha não se limita a uma, pois podemos votar nas nossas sete, ainda que o leque para análise seja mais vasto do que os 10 finalistas presentes no programa da RTP. Assim, é provável que a injustiça seja menor, na medida em que não nos restringimos a um, nem comparamos espaços construídos com a amplitude temporal a que a RTP nos obriga(e muito bem) a pensar Personalidades; permitindo, deste modo, uma maior correcção analítica e justiça histórica. Porém, e ainda assim, parece-me que este também interessante -mas porventura menos conseguido- projecto exige uma investigação mais atempada e profunda... pois nem todos os sítios a concurso estão minimamente divulgados/apresentados junto dos Portugueses. Devemos, no entanto, tirar partido desta hipotética falta de conhecimento e/ou informação e aproveitar para visitar as construções humanas raras e magníficas que Portugal concentra.
Julgo que até Julho(a 07/07/2007 seram anunciadas, em Portugal, as 7 Maravilhas Nacionais e as 7 Maravilhas do Mundo - uma honra que, no futuro, pode gerar a banalização de tais votações e retirar o valor, por exemplo, às 7 Maravilhas da Antiguidade... quem não imagina, ainda que em fantasia, os Jardins Suspensos da Babilónia?) ainda teremos tempo de dar uma vista de olhos por todas, essencialmente pelas que não temos tão presentes, seja pela distância física(ou moral) a que nos encontramos das mesmas, seja pela efectiva inexistência de difusão histórica.
É por tudo isto que assisto com tão grande entusiasmo e felicidade. Trata-se de meritórios eventos, dinamizadores quanto possível da Consciência Identitária Nacional (a existir, que creio que existe).

Do Palácio da Pena...às Fortificações de Monsaraz, já viram o que nós temos? Só Maravilhas!

Magníficas Construções seculares portuguesas estão em votação, já fez a sua lista de 7?

http://www.7maravilhas.sapo.pt/registo.asp

TAM