Os EUA, no espírito de Cruzada que têm há muito, levaram o sonho de fazer uma democracia no Iraque. Ora, em democracia, o poder é eleito pela maioria dos cidadãos do país. Se a maioria no Iraque é xiita, é natural que o governo se torne muito rapidamente mais próximo do inimigo Irão, também ele xiita. Primeiro apontamento, os EUA fabricam os seus próprios inimigos, como foi aconteceu com Saddam, como aconteceu com os Taliban, só para dar os últimos exemplos que deram em guerra.
O Iraque está preparado para a democracia? Os EUA começam a perceber que não. Das várias facções eleitas no parlamento, nenhuma tem conseguido tudo o que queria. E o que dá a partilha do poder em países como o Iraque? A guerra civil. Do debate parlamentar rapidamente se passou para a violência nas ruas. Segundo apontamento, e como já ouvi alguém dizer, a democracia é como um martelo: nas mãos de um técnico ou de um artista, faz maravilhas; nas mãos de uma criança é uma catástrofe.
Os EUA ganharam a guerra da conquista do Iraque, mas perderam no plano da manutenção do poder e da paz. A única saída é a retirada. Infelizmente para os iraquianos, infelizmente para os americanos, infelizmente para o ocidente, vencedores os fundamentalistas islâmicos. A nossa honra vai agora jogar-se no Afeganistão, onde as coisas também não estão fáceis.
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