sábado, março 17, 2007

pensamento repentino


Para quê ir em missões humanitárias para longe, se dentro de Portugal há muitas Áfricas e Brasis (e Portugais!) a precisar de apoio? E cuidar do nosso território, que está aberto a toda a gente, não? É para ajudarmos ou é para nos formarmos? Então sejamos sérios. Se for para ganhar novas experiências, lá por isso a atitude não é menos digna. Não precisamos é de esconder as nossas verdadeiras intenções. É que aqui há tanto para fazer...

21 comentários:

Anónimo disse...

"É que aqui há tanto para fazer..."

Mesmo muito que fazer

MSV disse...

Passei por aqui, e confesso que não estava a espera de ler isto de ti! Mas tem a sua graça =)

É para ajudarmos, mas também para nos formarmos.

Jesus pede-nos que também façamos Missão e espalhemos a Sua Fé por todos os povos. ´

Tenho tanta coisa para te dizer acerca disto, mas talvez nao valha a pena! Rezo por ti, pelas tuas motivações e claro, pela tua seriedade!

Sandokan disse...

DLM, obrigado pelo comentário e sê sempre bem-vindo!

Maria, é bom saber que passas por aqui. Não pensei no teu trabalho fantástico no Brasil quando escrevi este artigo, mas percebo que isso te tenha interpelado. Se leres, não falei da Missão Cristã em particular, mas das Missões Humanitárias em geral: são coisas diferentes, e por isso merecem análises diferentes. Obrigado pela visita!

Mike disse...

Não consigo perceber porque é que distingues Missão Cristã de missão humanitária? Não será toda e qualquer missão humanitária praticada por um Cristão, uma Missão Cristã?

Quanto ao sítio onde se pratica essa missão, acredito que fala acima de tudo de vocação. A mim é-me claramente mais difícil fazê-la na minha rua (não nos é a todos?). Fazê-la noutro lado ajuda-nos a perceber a necessidade da Missão, o que, de certa forma, é uma força para nos aventurarmos a fazê-la sempre, em todo o lado (seguindo a linha da formação, proposta pela Maria).

Too many things to think about

Sandokan disse...

Mike, 1º parágrafo --> não, não é líquido que isso seja sólido. Há missões de cristãos que têm objectivos humanitários ou da defesa de valores humanos, ou dos direitos humanos, como quiseres chamar, e disso não passa. Claro que são objectivos que se enquadram na mundividência cristã, mas lá por isso não se distinguem das missões humanitárias que têm os mesmos objectivos e não são cristãs. Há missões com cristãos que são humanitárias e não são obrigatoriamente cristãs. Há missões cristãs que não são humanitárias. E há missões 2 em 1. Toda uma panóplia de missões, é só escolheres. Não dá para generalizar, no máximo dá para confundir.

2º parágrafo --> o teu país não se resume a uma rua. Somos pequeninos, mas não tanto: ainda há sítios em Portugal onde dá para ir e libertarmo-nos dos pesos do nosso dia-a-dia, se for essa a proposta. Mais, há muita missão (humanitária, cristã ou 2 em 1) mesmo aqui à mão de semear. Há sítios perto de casa, há sítios onde ninguém nos conhece: também aqui, é só escolher. Se fores para a China fazer missão, não te esqueças que também lá vais ter uma morada e a tua rua. Mas a esse nível, a dificuldade é a mesma se fores fazer uma missão para Setúbal ou para a Amadora, ou para Bragança. A vantagem é que uma parte escandalosa do dinheiro da Missão já não é gasta no avião, que como sabes não é barato. Ainda não há viagens low-cost para a China, nem para o Brasil, nem para África.

Só repetindo a ideia daquilo que disse no post, para lembrar. As missões podem ser de formação pessoal, ou de ajuda, ou as duas coisas. Quando é de formação, não é preciso esconder isso, a missão não é menos digna por assim ser. A formação também é necessária.

Mike disse...

O que eu quis dizer é que, existindo o paralelo entre uma Missão Cristã e a evangelização, numa missão humanitária o teu exemplo evangeliza (tudo o resto - as milhentas definições possíveis de missão - acho que "nos" irritam por ser uma discussão que foge ao essencial).

Quanto ao resto, a minha ideia não passou (isto porque mantenho o que penso ao mesmo tempo que concordo contigo... o que sendo a tua resposta um contra-argumento, torna tudo isto num enorme contra-senso...).

Quanto ao dinheiro que se gasta em viagem, acho um argumento demagógico. Não por ser falso, entenda-se, mas porque é um argumento que também pode ser aplicado à realidade da Amadora, etc... gasta-se muito mal demasiado dinheiro. Na história do Crescimento Económico (área científica da Economia - ok, ok, sei que gostas tanto de Economia como eu de Ciência Política... ficamos "quites" então) acredita-se que a maior parte do dinheiro já enviado, por exemplo, para África, serviu para pouco ou nada (nalguns casos até teve efeitos perversos). Tudo para dizer que acho muito bem que as pessoas saiam e vão para fora fazer voluntariado, meaning, acho o dinheiro das viagem tão bem empregue como o das camisolas das empresas que financiam projectos de voluntariado...

MSV disse...

lol não sei em que te baseias para dizer que o meu trabalho no Brasil foi fantástico, mas deixo para que Deus Nosso Senhor faça o Seu julgamento.

Quando aqui cheguei e vi esta troca de ideias, vieram me várias ideias à cabeça.

Primeiro, que essa distinção entre missão humanitária e cristã é puramente teórica. Nós os Cristãos temos a sorte de reconhecer e amar a Jesus Cristo. Temos a graça imensa de O sentir, de sentir a Sua acção em cada um de nós. Nas ditas missões humanitárias, os ditos missionários à partida não são cristãos, certo? Pois, mas no fundo são. São porque eles fazem exactamente como Jesus fez. Servir os que mais precisam, com amor, dedicação e uma entrega total que Ele tão bem nos ensinou. Nessas missões até podem não querer reconhecer quem foi e é Jesus Cristo, mas Ele actua através deles. É Ele que os leva a ir, a servir, a amar. Essas pessoas transmitem tantos e tantos ideiais e valores de Jesus.

Em segundo lugar, acho muito interessante pensar sobre estes assuntos...divagar e tal, mas mais importante do que isso, para mim, é a acção. Andar para a frente. Acção.

E miguel, acho que tens imensa razão quando falas de vocação. É mesmo isso. E é tão fácil cair na tentação que a nossa missão é mais difícil do que a dos outros...

Enfim, já estou muito habituada a este tipo de conversa e não me choca nada que um certo tipo de pessoas pensem como tu, Sandokan. Aceita-se e reza-se por essas pessoas. Porque é mt fácil ter opinião sobre tudo, principalmente daquilo que nunca se fez.
=)

Mike disse...

Concluindo:

Nós os três somos uns simpáticos! Sim, ok, temos os nossos feitios muito peculiares, mas pertecemos claramente ao grupo dos que "pelo menos se esforçam à séria", cada um o melhor que pode e sabe, e nenhum de nós dúvida disso! (sim, duvidamos de inúmeras outras coisas)

Para além disto, somos os três muito mais picuínhas com as opiniões dos outros (não generalizando, reduzo esta afirmação aos três referidos) do que connosco próprios.

Conclusões:

- Acreditar que o trabalho da Maria no Brasil foi fantástico resulta de um acto de Fé, porque ambos conhecemos e gostamos muito da Maria;

- Pensar e o uso da racionalidade é fundamental para se ser Cristão (e não sou eu que o digo, é o Papa), quanto mais não seja por dois motivos-base: Deus criou-nos Seres Racionais; Jesus falou-nos através de Parábolas;

- Sim, é verdade, o Mike e o Sandokan gostam imenso de pensar um bocadinho mais sobre as coisas e os seus fundamentos do que a maioria das pessoas, mas posso garantir que está controlado e que existe um esforço para não perder o essencial;

- Deus toca-nos a todos de maneiras muito particulares que falam de nós! Eu acredito nisto por muito que me irrite com as formas de sentir Deus dos outros (ponto a melhorar...)

Enfim, falta responder a uma última pergunta:
- Porque é que me dei ao trabalho?

Se souberem, respondam!

Mike disse...

Estou aqui a rever o que foi escrito e só me consigo rir!

É oficial que o António disse: "não é líquido que isso seja sólido". LOL. Não acho possível - tenho que confessar que é muito bom!!!

Quanto à Maria e à opinião sobre aquilo que nunca se fez, muitas vezes é essa opinião que nos leva a fazê-lo... num desabafo Maria, os exemplos que me aparecem à frente de pessoas "que em vez de perderem tempo a pensar, passam logo à acção", são exemplos que terminantemente me recuso a seguir. O ideal seria pensar "q.b.", mas quem define esse quanto-baste? Tu? O António? Eu? (...)

PS - Apercebo-me que hoje acordei com imensa vontade de ser feliz e tudo me faz sorrir! (nada a ver com nada, mas tudo a ver com tudo - não bate a dos líquidos/sólidos, mas está suficientemente boa)

PS - Tudo a reparar que o post já tem mais um comment e tudo a pensar que é do António - excepto o próprio, a menos que responda por próprios... confunde-se o confuso neste caso e vice-versa (típico - o vice-versa, entenda-se)!

Anónimo disse...

Ora muito boa noite, caros(a) senhores(a):
É com tristeza que vejo aqui a tacanhez mental, tão apontada como típica de portugueses, expressar-se no seu "melhor".
Os comentários que aqui encontro, alvitram um conhecimento de causa inaudito e a posse da suma e absoluta verdade.
Respeito, evidentemente, quem assim pensa, mas não posso deixar de, em vez de apontar o dedo, realçar outras formas de encarar o Mundo.
Caríssimos presentes, não procurem impor-se, e aos vossos pontos de vista, desmedida e descontroladamente.
Sim, há muito para e por fazer em Portugal e em muito mais sítios.
Se, em vez de nos degladiarmos, buscarmos (especialmente os senhores que comentam) ouvir o que o outro tem a dizer, e, mesmo não concordando, procurarmos a riqueza na diferença, verão que o panorama de alternativas, para além de mais vasto, se tornará mais adaptável à realidade específica de cada caso.

Sandokan disse...

Caro Provinciano:

Muito prezo a Província. Também eu me considero de "lá", ou melhor, de "cá".

O meu amigo anda porventura a ler José Gil? Não acredite em tudo o que esse senhor diz. Tenho-o (a ele) como um aprendiz de mordomo a querer assassinar o espírito lusitano. Não digamos mal dos portugueses: somos um povo fantástico, com um importante papel no passado, presente e futuro da História Mundial! Quando a crise aperta, é fácil baixar os braços - talvez porque não há dinheiro para desodorizantes -, e basta o empurrão criminoso de alguém para nos mandarmos abaixo e desmoralizarmos... e a culpa é de quem? É sempre do mordomo.

Quanto ao resto que disse, estou do seu lado. É impressionante como as pessoas não se medem - vêm aqui, umas censuram-me, outras pensam falar por mim. Desculpe lá este queixume, apanhei o síndrome de Santana e já começo aos flopes. De qualquer maneira, quero partilhar aqui que felizmente (e por exemplo), nunca consumi droga: e não é por isso que perco a legitimidade de ter uma opinião desfavorável sobre o seu consumo. Essa agora... então é preciso experimentar as coisas na 1a pessoa para se ter opinião? Assim não pode ser... dessa maneira só podia falar aqui das pessoas esquisitas que vou conhecendo no dia-a-dia! - o que não deixava de ser interessante.

Meu amigo. Desculpe o desabafo e obrigado por vir aqui meter ordem. Tal como é costume dizer a quem é agradável e vem por bem... seja sempre muito bem-vindo a esta casa!

Mike disse...

"É impressionante como as pessoas não se medem - vêm aqui, umas censuram-me, outras pensam falar por mim." - coitadinho do Sandokan, sempre tão injustiçado e mal interpretado!

"obrigado por vir aqui meter ordem. Tal como é costume dizer a quem é agradável e vem por bem..." É muito bonito o que dizes Sandokan! Falha só no pequeno pormenor de seres tu a fazer essa avaliação: defines quem te parece agradável e depois se vem ou não por bem! É um bocado autista, não te parece?

NOTA: É a minha opinião e vale o que vale. Não tem por objectivo qualquer desejo de razão e estará sempre disponível para receber contraditório, um preço que me parece justo para a Liberdade que nos foi concedida!

Anónimo disse...

Barato Mike
Voce (ponderei escrever sr, mas chamam sr a toda a gente a quem nao chamam Senhor, até ao pinto da costa, e tu nem se quer isso mereces, tenho o pinto da costa como ladrao e vigaro em muito melhor conta do que tenho um canhoto com a mania que é intelectual!! ate deves usar fato sem gravata!!) é um comuna feminista!!!
Resumindo e concluindo, um homossexual (uso este termo para que o comment seja aprovado, se nao usaria um calão bem próprio das docas!!)

Anónimo disse...

Bichona. Bichona é o nome técnico

Anónimo disse...

como um classico que o Senhor é, sugerir-lhe-ia o termo panasca! (nao assino "Compal Fresh" pois esse ja esta reservado para o mike!!)

Sandokan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Desculpa Sandokan, mas depois do mike achei que deviamos elevar o nível desta caixa de comments. Agora a credibilidade do curtas está de novo restaurada. De nada.

MSV disse...

Só queria pedir imensa desculpa pelos meus comentários que, tenho a noção, tb terem fomentado, pelo menos em parte, discussão.
É um tema que vivo muito à flor da pele e que num ápice passei para o plano pessoal, o que não tem lógica nenhuma nem faz sentido abordar aqui.
Ficam as minhas desculpas e a promessa de não voltar a acontecer.

Anónimo disse...

Boa noite de novo.Estas horas tardias parecem puxar-me para este blogue.
Também não concordo com José Gil em muitos aspectos, mas há que reconhecer que alguns dedos mete ele nas feridas, daí a nossa reacção inicial de repulsa face às suas ideias. Não procurei legitimar as más características que apontei no último comment, como nacionais. Apenas acho que só temos a ganhar com um exame à consciência portuguesa, que a par com momentos mais conturbados, tem outros de grande esplendor e glória.
Grato pela sua apreciação, Sandokan.
Tomo a liberdade de lançar um novo tópico de discussão: não estará na altura de o povo português perder os complexos de inferioridade e o medo de falhar que tantas vezes o assolam? (Mais uma proposta de José Gil, cuja discussão creio pertinente)
as opiniões são todas bem-vindas.

Sandokan disse...

Cara Maria, sê bem-vinda.

Caro Provinciano, belo desafio que nos lanças. É sempre altura para nos libertarmos de pesos que nos puxam para baixo. Um abraço

Anónimo disse...

segundo as leis da física, o peso puxa-nos sempre para baixo, sendo que o peso é a massa de um corpo multiplicada pela aceleração ("acelaração" para o tam) da gravidade. nao há nada que nos puxe para cima, porém, a superficie onde nos encontramos exerce sobre nós uma reacção normal, de força igual e oposta (não me enganei, é uma força de igual modulo, mas de sentido diferente) à do peso (isto, claro, se aguentar connosco).
Cumprimentos