A conquista de Ceuta em 1415 é tomada como o primeiro passo do movimento expansionista Português e pela mão dos Portugueses na Europa. Integra-se no desejo cristão de reconquista do Norte de África que tinha o incondicional apoio internacional do papado que concedia, sobretudo, importantes rendas eclesiásticas.
Portugal estava, claramente, ameaçado pela guerra com Castela que pretendia absorver o pequeno reino ocidental. Essa luta viria a ter o seu clímax no interregno de 1383-1385, mas perdurou durante cerca de meio século, apesar das tréguas em 1411, até à paz em 1432. Ao conseguir a independência portuguesa perante Castela, a dinastia de Avis procurou alargar as fronteiras do Reino para criar um novo padrão de segurança ao território luso e um horizonte de afirmação política e de expansão económica e social aos Portugueses. Além disso, procurava-se assegurar a viabilidade política do pequeno Reino e consagrar a nova dinastia, a própria figura do monarca e a sua descendência.
Por isso, se justifica a clara precisão dos recursos utilizados e embarcados em 1415. A sua preparação. como nos mostra António Dias Farinha, parece ter sido de 4/5 anos. A própria qualidade das pessoas que tomaram parte na expedição (o, então, rei D. João I e os seus 3 filhos mais velhos e um grande número de fidalgos) são alguns dados ao empenho demonstrado neste projecto. Já para não falar no rigor visto na manutenção do grande exército e na necessidade de uma frota de transporte que assegurava e garantia o abastecimento e que mantivesse o domínio marítimo.
Em relação à escolha da cidade de Ceuta, esta situava-se no estreito de Gibraltar, à entrada do mar Mediterrâneo e no local de passagem da Península para o Magrebe, significa o interesse português pela navegação e comércio com os países do interior, a posse territorial de Marrocos e ainda o controle de passagem entre os reinos de Fez e Granada. Mas a verdade é que as oportunidades comerciais que o Mediterrâneo oferecia tiveram sempre em primeiro plano deixando um pouco de lado as zonas produtoras de cereais e os mercados do Ouro do Sudão Ocidental.
No que respeita à tomada da cidade António Dias Farinha diz-nos que "ela foi presa fácil dos Portugueses, bem preparados para a sua conquista". O Infante D. Henrique comandou as forças que desembarcaram no lado do morro de Alminia e entrou na cidade a 21 de Agosto de 1415 - verdadeiro acto do nascimento da expansão portuguesa.
Depois da Conquista a pergunta colocar-se-á: o que fazer com Ceuta? Para D. João I a resposta é segura: é preciso mantê-la. E é preciso mantê-la por que Ceuta simboliza uma nova força política, económica e social. Vejamos que o facto de Pedro de Meneses ter sido nomeado capitão da nova fortaleza dá-nos o ponto social que nos faltava: a casa do capitão que estava sub valorizada emergia agora devido aos serviços prestados no exército e no funcionalismo ultramarino assistindo-se, assim, a uma ascensão na escala hierárquica da nobreza.
Portanto o que depreende-mos deste novo contexto é que os Portugueses garantiam, assim , uma integridade económica, uma integridade política e uma integridade social. É uma nova realidade que aos poucos e poucos vai emergindo quer fora, quer dentro do País (a cidade de Lisboa tornar-se-á num ponto de encontro para cartógrafos, comerciantes tornando-se num grande centro de comércio e de properidade).
Napoleão Bonaparte
Grande abraço
TSM
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