sábado, dezembro 31, 2005

Bem-Vindo, Napoleão

Podia fingir que venho escrever para assinalar a Passagem do Ano, o que também é verdade, mas não só. Venho, antes de mais, dar as Boas-Vindas ao meu Amigo Napoleão Bonaparte, que se estreia como comentador do "Curtas e Rápidas". Assim, espero que aprecies tanto contribuir para o Curtas como eu tenho apreciado e que sintas semelhante prazer(enorme, por sinal) em dar, receber e trocar informações, que tão preciosas são para a nossa formação enquanto Cidadãos esclarecidos.
Permite-me, então, que inverta o sábio provérbio nacional e que to dedique na medida em que considero que, muito sumariamente, ele te poderá definir(desculpa a tentativa de te caracterizar em tão simples palavras) como Ser Humano extraordinário, que eu sei que és, como Cidadão esclarecido, que também és, e como Comentador exemplar, que sei que procurarás ser. Pois bem: Porque luzes e és de ouro, porque brilhas e és de prata, és com certeza alguém Especial!

Para ti, meu Amigo, com um Abraço do tamanho do mundo e votos de uma extraordinária Passagem de Ano, bem como para todos os Leitores e Comentadores do Curtas.
Tenham um Próspero e Pacífico ano de 2006! TAM

sexta-feira, dezembro 30, 2005

"juramento da bandeira"

Foi com enorme prazer que faço e farei parte deste enorme blog. Estou eternamente agradecido, e espero corresponder da melhor maneira. Estou extremamente contente e penso que vou aprender com todas estas pessoas que mostram ter um enorme sentido de cultura. Obrigado e espero que também aprendam comigo. Um grande abraço a todos.

Por PORTUGAL enquanto é tempo!

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Confiar no Sono

(...)
Não gosto de quem não dorme, diz Deus.
O sono é o amigo do homem.
O sono é o amigo de Deus.
O sono é talvez a minha mais bonita criação.
Eu próprio repousei ao sétimo dia.
Aquele que tem coração puro, dorme. E aquele que dorme tem o coração puro.
É o grande segredo infatigável como uma criança.
De ter como uma criança esta força nos jarretes.
Esses jarretes novos, essas almas novas
E de recomeçar todas as manhãs, sempre novo,
Como a jovem, como a nova
Esperança. Ora dizem-me que há homens
Que trabalham bem e que dormem mal.
Que não dormem. Que falta de confiança em mim!
É quase mais grave do que se trabalhassem mal mas dormissem bem.
Do que se não trabalhassem mas dormissem, porque a preguiça
Não é maior pecado do que a inquietação
E até é um menor pecado do que a inquietação
E do que o desespero e a falta de confiança em mim.
Eu não falo, diz Deus, de esses homens
Que não trabalham e não dormem.
Esses são grandes pecadores, já se sabe. É bem feito para eles. Grandes pecadores. Pois que trabalhem!
Falo de aqueles que trabalham e não dormem.
Lamento-os. Falo de aqueles que trabalham, e que assim
Nisso seguem o meu mandamento, pobres crianças.
E que por outro lado não têm coragem, não têm confiança, não dormem.
Lamento-os. Levo-lhes a mal. Um poucochinho. Não confiam em mim.
Como a criança se deita inocente nos braços da mãe assim é que eles não se deitam.
Inocentes nos braços da minha Providência.
Têm a coragem de trabalhar. Não têm a coragem de não fazer nada.
Têm a virtude de trabalhar. Não têm a virtude de não fazer nada.
De se distenderem. De se repousarem. De dormirem.
Infelizes não sabem o que é bom.
Governam muito bem os seus assuntos durante o dia.
Mas não me querem confiar o governo durante a noite.
Como se eu não fosse capaz de assegurar esse governo durante uma noite.
Quem não dorme é infiel à Esperança.
E é essa a maior infedelidade.
Porque é a infedelidade à maior Fé.
(...)

Charles Péguy - O Pórtico do Mistério da Segunda Virtude (tradução de Henrique Barrilaro Ruas)


AVC

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Presépio Siciliano

Acabamos esta pequena exposição de alguns Presépios do Mundo com este belo exemplar, Presépio da Sicília feito em terracota, também de 1986:

Mas, para aqueles cuja curiosidade aguçou com esta exposição, recomendo a visita aos restantes Presépios em http://www.museodelpresepio.com , ou então visitar a própria terra de Dalmine, na Lombardia (Itália), onde o Museu do Presépio funciona. Uma boa continuação de um Santo Natal para todos vós, estimadíssimos leitores e colaboradores do "Curtas & Rápidas"!


AVC

Presépio Australiano

Manejando cuidadosamente o Globo, eis que chegamos à Austrália, onde somos presenteados por esta magnífica representação da cultura aborígene na arte de fazer presépios:


Nossa Senhora com Jesus Menino: curto em número de figuras mas minucioso e cuidado. Feito pela tribo Kija em 1986, esta é outra obra de arte que pode ser encontrada no Museu do Presépio de Dalmine, em Itália.


AVC

terça-feira, dezembro 27, 2005

Presépio Birmano

Como prometido, aqui continuamos a divulgar presépios de outras zonas deste Mundo. Hoje, um presépio da Birmânia, um dos meus preferidos:


Difrutem por vós...

AVC

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Presépio Tailandês

Continuando a celebrar o nascimento de Jesus, agora em comunhão com outros povos da Terra, aqui apresento um exemplar de um presépio tailandês:


Nos seguintes dias, vamos continuar com uma amostra de outros presépios de outros lados deste Mundo, embora ele seja redondo. Percebem-me, não é?

AVC

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal, o Original

Estamos na véspera da Noite de Natal e apetece-me reflectir sobre o Natal. Não sobre a época consumista em que vivemos, sempre rodeados de presentes e da preocupação de adquirir mais lembranças, para esta e para aquela pessoa a quem, por vontade inata ou por obrigação social, temos de presentear como demonstração de afecto. Nada mais errado! O verdadeiro Amor pode perfeitamente surgir em palavras, num pequeno cartão de boas-festas escrito por nós, ou numa mensagem transmitida verbal e pessoalmente. Todavia, deixemos essas questões de "natal" para outra altura, visto que já somos invadidos por elas quotidianamente, seja de forma voluntária ou involuntária.
Pois bem, a minha reflexão dirije-se ao Natal enquanto celebração de algo Superior a nós, ao Nascimento de Jesus Cristo, e ao processo histórico(sim, porque a História está presente nas nossas vidas, mesmo que seja moda afirmar-se que não, não há nada mais errado do que renegar a sua influência e importância) que levou a que se escolhessem datas emblemáticas como forma de Celebração, nunca por nunca de forma aleatória. O Natal surge, como supra-citei, como Celebração do Nascimento de Jesus Cristo, porém, inicialmente, o Natal não era festejada pela Igreja Católica, passando a sê-lo em meados do século IV d.C., por fixação do Papa Júlio I, no dia 25 de Dezembro, visto desconhecer-se rigorosamente a verdadeira data do Nascimento do Menino Jesus. Então o que terá levado Sua Santidade, o Papa Júlio I a definir este dia como O Dia? É uma questão à qual se responde com alguma facilidade: esta data prende-se com a Saturnália, do Povo Romano, bem como com as festas Germânicas e Célticas do Solstício de Inverno. Assim sendo, com o decorrer das festividades pagãs, a Santa Madre Igreja viu uma forma de Cristianizar a data, com o episódio fulcral de toda a Sua Existência. Contudo, o movimento de Oposição é uma constante na História e também nesta matéria ele se insurgiu: alguns houve que comemoravam a data a 6 de Janeiro, no entanto, o 6º dia do Ano-Novo passou a associar-se à chegada dos Reis Magos e não ao Nascimento do Menino.
Sob influência franciscana surge, a partir de 1233, o Presépio, como forma de reconstruir a cena do Nascimento. Mais tarde, no século XVI, surge a Árvore de Natal, enfeitada de luzes como símbolo de Cristo, a Luz do Mundo.
Deste modo, devemos ter presente, neste e em todos, que o Natal é a vinda de Jesus Cristo, o Cordeiro sem Pecados, que veio ao Mundo para tirar o Pecado, Morreu por nós e voltou aos Céus.
Votos de um Santo Natal a todos os leitores do "Curtas", bem como para os que para ele contribuem. TAM

Horizonte longínquo

Uns dizem, outros respondem. Todos têm razão, todos falam de acordo com os óculos com que vêem o seu mundo e o mundo dos outros... mas não será a verdadeira felicidade esta de cima? Esta constante Peregrinação no Mundo, onde nos cultivamos e nos despojamos ao mesmo tempo do inútil, onde nos vamos tornando melhores, cada vez mais leves, até estarmos prontos para voar para Deus? O horizonte é longínquo mas belo... e a Peregrinação continua, agora livre de leis da gravidade.

AVC

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Um dia foi respondido - II

"Nunca deixo de ter em mente que o simples facto de existir já é divertido." (Katherine Hepburn)

AVC

Um dia foi dito - II

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." (Oscar Wilde)

AVC

Um dia foi respondido - I

"Quando procuraste a companhia de uma satisfação sensual... - depois, que solidão! Porquê debruçares-te a beber nos charcos dos gozos mundanos, se podes saciar a tua sede em águas que brotam para a vida eterna?" (São José Maria)

AVC

Um dia foi dito - I

"Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas." (Goethe)

AVC

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Para dias como este

Claude Monet - Comboio na neve (1875)
Em dias de frio como o de hoje, o que apetece mesmo é uma confortável viagem de comboio, numa carruagem acolhedora, com a companhia certa, a caminho de lugar desconhecido...
AVC

terça-feira, dezembro 20, 2005

Debate ou Entrevista?

Embora a minha campanha seja pelo voto nulo, não me abstenho de comentar algumas injustiças, mesmo que tenham a ver com os candidatos presidenciais. Neste caso, a última injustiça recaiu sobre o Catedrático de Boliqueime e a sua origem já é recorrente: os jornalistas, ou jornaleiros, como preferirem, que temos.

Primeiro, enganaram-nos ao dizer que ia haver um debate. Não houve, o que houve foi um candidato a ser entrevistado por três jornalistas, dois profissionais e outro que também se intitula profissional, só que político. Mas enfim, aí os jornalistas profissionais não tiveram culpa, penso eu. O grande barrete veio a seguir, quando os editores dos dois principais jornais portugueses ditos "de referência", o Público e o Diário de Notícias, atribuiram a vitória no debate àquele que diz não ter problemas de próstata.

Então não foi o Professor que apontou sempre na direcção do futuro e das propostas? Não é isso que interessa num debate, as propostas? E desde quando é que um "entrevistador" ganha um "debate"? Como podem os ataques pessoais ser aplaudidos pelos "Jornais de Referência"? Ou o Mundo anda ao contrário, ou querem-no pôr de pernas para o ar! Eu não simpatizo especialmente com nenhum dos candidatos, mas houve um que saiu injustamente maltratado...

Após mostrar o meu pesar pela atitude destes "opinion makers", continuo a reforçar a ideia que não é assim que se une o País. Para representar os Portugueses, não se pode dividir, não se deve caluniar assim os candidatos. Atenta contra a respeitabilidade que se exige da figura que respresentará Portugal ao mais alto nível. É aqui que reside uma das vantagens da Monarquia! E um dos muitos desencantos desta República... Por Portugal, votar nulo com a inscrição de um" Viva a Monarquia!" no boletim de voto é a solução que proponho.


AVC

Ainda o Voto Nulo

Na importante discussão sobre qual o melhor voto de protesto - se o voto branco, se o nulo - eis que aparece um artigo esclarecedor, embora num blog bastante distante da minha concordância em vários outros assuntos... Vejamos então: http://filhodo25deabril.blogspot.com/2005/12/653-o-voto-nas-presidenciais-corrigido.html

A estes votos de protesto acrescentando uma mensagem consonante em relação à nossa preferência pela Monarquia, teremos um cada vez maior número de "votos na Monarquia", lançando desta forma o verdadeiro debate que há muitos anos tem vindo a ser adiado! Como? Da maneira já atrás proposta no "Curtas & Rápidas", mais concretamente aqui:
http://curtaserapidas.blogspot.com/2005/11/o-voto-nulo-continua-dar-que-falar.html


AVC

segunda-feira, dezembro 19, 2005

São Francisco Xavier - Abrir com som


No "Lusitana Antiga Liberdade", descobri esta bela página sobre a aldeia de Xavier e os 500 anos do nascimento de São Francisco. Para nosso deleite: http://www.javier2006.com/en/intro.php


AVC

domingo, dezembro 18, 2005

A última oportunidade de levar este Natal a sério

Josefa de Óbidos - O Menino Jesus Salvador do Mundo (1673)

Eis-nos chegados à última semana antes do Natal. Alguns já fizeram as compras todas, outros ainda têm algumas para comprar, e o Natal vai-se tornando nisto: numa compra. A festa e a alegria compram-se nesta época, custa dinheiro mas é mais fácil do que sermos nós a festa, sermos nós a alegria. E assim vamos esvaziando todo o significado do Natal, nesta correria das compras, sem nos lembrarmos sequer da origem de toda esta celebração. Celebrar os anos de alguém sem o termos presente pelo menos no nosso pensamento é estranho, não é? É bom que não esqueçamos o verdadeiro sentido daquilo que é a festa verdadeira do nascimento de Jesus. Temos uma semana para nos lembrarmos especialmente d'Ele!

AVC

"Curtas e Rápidas" utilitário

O "Curtas e Rápidas" deixa aqui uma dica de carácter utilitário. Como nos preocupamos com o Vosso bem-estar, deixo aqui uma solução para um mal de que todos sofremos, numas ou outras ocasiões: o mau-hálito. Um bom anulador para o mau-hálito é comer um yogourte natural, de preferência magro! Se não for magro, também faz efeito, embora seja mais breve. As pastilhas elásticas, pelo contrário, pouco resolvem porque após o sabor desaparecer, nota-se que o hálito forte muitas vezes continua. No entanto, o yogourte natural não deixa especial sabor na boca, neutraliza o hálito por bastante mais tempo. Espero que esta informação vos seja útil. Bem-hajam!

AVC

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Abstracto

Joan Miró - Amanhecer

Um quadro, muitas interpretações. Na caixa de comentários, a de cada um.

AVC

Uma dúvida

Será que delirei ontem, quando ouvi o candidato Jerónimo de Sousa falar que a Europa deve evoluir para um neo-liberalismo? Nós sabemos o que o "camarada" quer... mas as suas palavras atraiçoaram-no. Ou não?

AVC

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Tranquilidade de fim de dia

Susie Mac - Sunset

Quem disse que a tranquilidade era fria, feita de azuis e verdes?

AVC

Paisagem

Manuel Jesus Salgado Ribeiro - Campo Florido
Uma forma simples mas optimista de olhar para o dia de amanhã. Um bom dia!
AVC

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Notas de uma Conferência

Houve ontem à noite, como aqui foi anunciada, a conferência sobre "Como ser Jovem Profissional Católico no dia-a-dia", pelo D. Manuel Clemente - Bispo Auxiliar de Lisboa. Alguns testemunhos principiaram a conferência, mostrando o seu exemplo pessoal de como se pode conciliar o ser católico com o ser um bom profissional, e mais: como uma coisa pode melhorar a outra.

Foram três testemunhos, dos quais: um Engenheiro Agrónomo, um Advogado e um Médico Dentista. Para além da alegria bastante juvenil de cada um expor o seu ponto de vista, retive alguns pontos que são importantes para eles, tal como passarão a ser para mim. Muito resumidamente:
  • A frase de São Paulo, que diz: "Sou forte quando sou fraco."
  • A ideia de que "Amar é diferente de Acreditar" - os demónios também acreditam em Deus, mas amar é um passo acima.
  • No local de trabalho, a importância de ter algo que lembre Jesus (nem de propósito, na altura em que se discute a retirada dos crucifixos nas escolas).
  • O caminho da Santificação do trabalho, pela oração do Terço, pela participação na Santa Missa e pela Caridade.
  • Não podemos ser esquizofrénicos, isto é, combater a tendência para sermos cristãos só 1 hora por semana e depois sermos "outras pessoas" no resto da semana.
  • Tentar ver Cristo nos outros.

Logo a seguir, D. Manuel Clemente tomou a palavra e, das muitas preciosidades que nos transmitiu, ocorrem-me algumas que aqui partilho. Começou, pois, citando a carta sobre a Igreja na Cidade, escrita por D. José Policarpo no dia 8 de Setembro de 2005 que, embora ainda não tenha lido, fiquei com acrescida vontade de a visitar. No seguimento da exposição, voltou a ser referido São Paulo com a frase "É Cristo que vive em mim" - forte frase que nos faz pensar na maneira de estarmos no mundo e que reforça a ideia de "Tentar ver Cristo no próximo", antes abordada. Com isto, D. Manuel Clemente rematou este pensamento com a nota de que "ao pé de cristãos que o são a sério, sentimo-nos em casa". Não podemos, pois, e como já tinha sido sugerido, ser esquizofrénicos. Temos de levar a vida de Cristo a sério.

Jesus Cristo trabalhou na carpintaria em Nazaré a maior parte da sua vida na Terra. Devemos então seguir-lhe o exemplo também aqui, santificando o nosso trabalho e oferecendo-o a Deus, com Amor. "A vida divina" - diz o Bispo Auxiliar de Lisboa - "é a vida comunitária!". Jesus também viveu em comunidade, para os outros. Para além disso, D. Manuel deixou-nos outro exemplo de vida comunitária, talvez o maior: "A relação do Pai com o Filho, com o amor do Espírito Santo". Uma última nota em relação ao trabalho e aos seus frutos: "Respirar, sendo libertadores", isto é, não querer tomar posse dos resultados, seja dos honorários de um trabalho, seja do prestígio que com ele se ganha: "Tudo é para Deus".

Ressaltou ainda a importância dos testemunhos, lembrando aquilo que o Papa Paulo VI disse em 1965: "O mundo de hoje acredita mais nas testemunhas que nos mestres, e só aceita os mestres se forem testemunhas". Com graça, D. Manuel Clemente acabou dizendo: "Neste momento onde a História está a acelerar, a cada nova resposta surgem dez novas perguntas. Os jovens profissionais católicos devem preparar-se para mostrar a verdadeira resposta, tal como aqueles que são jovens à mais tempo!"

Ensinamentos para o cristão recordar muitas vezes.

AVC

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Como ser Jovem Profissional Católico no dia-a-dia

Amanhã, dia 13 de Dezembro, na Universidade Católica Portuguesa (pólo de Lisboa), vai haver uma conferência sobre “COMO SER JOVEM PROFISSIONAL CATÓLICO NO DIA-A-DIA”. Se o tema já de si é interessante, então a escolha do orador não nos deixa alternativa a não ser... ir. Proferida por D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa, terá lugar no Auditório 1 às 21h30m. Terá também a presença e os testemunhos de alguns jovens.

AVC

sábado, dezembro 10, 2005

Mordaças

Em ditaduras, os rebeldes e os discordantes eram amordaçados pela censura, que lhes negava o direito de falarem livremente sobre tudo o que quisessem. Em muitos casos, e correndo o risco de ser politicamente pouco correcto, com bons frutos. Há ideologias que são autênticos cancros na sociedade, e que se devem combater de pequeninas. A questão é o método de o fazer.


Sim, o método. É que hoje também há notícias e informações filtradas, a um nível muito maior que no passado! A diferença está pois no modo de aplicar a censura. Dantes, à força. Hoje, encapotadamente. Dantes, sabia-se quem a fazia e as suas causas. Hoje, há uma censura sem rosto e de causas obscuras. Sou contra a censura violenta, registe-se. Mas esta censura é muito mais perigosa...

Sempre que se faz escolhas na redacção para decidir o que se publica ou não, e aquilo a que se dá maior destaque, há censura. Sempre que uma notícia aparece enfeitada de adjectivos elogiosos ou prejudiciais a algo ou a alguém, é pior que censura: é mentira. Um artigo aparecer como notícia e afinal ser um artigo de opinião, não é sério e revolta. E depois, o que está por detrás de tudo isto? Depende. Interesses pessoais, interesse público - raramente -, interesse de lobbies, interesses diversos.

O grande problema é as pessoas darem crédito a tudo o que lêem, acreditando em tudo o que vêem. Uma maneira moderna de censurar sem recorrer à força é dizer que alguém é mentiroso, ou doido, ou desiquilibrado. Se esse alguém quiser responder, ninguém o vai levar a sério, porque é mentiroso, doido, desiquilibrado. Vamos virar então o feitiço contra o feiticeiro, em nome da verdade! Denunciemos quais os orgãos de comunicação social que são mentirosos, delirantes, desiquilibrados. Assim talvez se ganhe alguma coisa em abono da verdade.

AVC

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Explicação

Este último post "O Amor e a Esperança", foi produzido num workshop chamado "Blogs, Deus e o Futuro" que teve lugar nas celebrações dos 500 anos após o nascimento de São Francisco Xavier, e que reuniu em Cernache, perto de Coimbra, cerca de 500 pessoas a rezar, maioritariamente jovens, entre os dias 2 e 4 de Dezembro do presente ano.

Foi bonito, foi bom, criou lideranças e inflamou em nós o espírito missionário, sempre actual e hoje em dia especialmente importante. Fizeram-se variados workshops onde cada um cresceu na fé e na intimidade com Deus, fez-se missões de rua pela cidade de Coimbra, conviveu-se, criaram-se laços, aprendemos bastante a vários níveis. Inesquecível, é o que me ocorre dizer!



O AfterXav foi só o princípio das celebrações dos 500 anos do nascimento deste Santo missionário! Os próximos eventos adivinham-se Grandes, e concerteza serão aqui noticiados com antecedência. Para mais informações e para ver outros textos do workshop, aconselho vivamente o leitor a dar um pulo ao "Optimista por Opção", linkado aqui ao lado, e a disfrutar deste Blog que vale a pena.


AVC

O Amor e a Esperança


Num confortável ambiente de uma paz enorme, provocada pela presença de Deus na suave melodia que abraçava a sala, sentei-me e acomodei-me numa poltrona onde folheei alguma poesia do Padre José Tolentino de Mendonça, materializada no livro "De igual para igual". Já conhecia outro livro dele, "Baldios", e intrigou-me se o espirito com que Tolentino escreve tinha ou não mudado de um livro para o outro.

Em pouco mudou: fala-nos do Amor, de um Amor que nos dá angústia, dor, incertezas e, principalmente, cria-nos bastantes dificuldades para espalharmos e pregarmos algumas certezas (poucas) que temos. É como um rol de osbtáculos que cresce sem parar, como uma imagem, que vejo projectada na parede da sala em que medito. Realismo e pessimismo andam muitas vezes de mãos dadas. Ora, Tolentino ao ser realista nesta angústia, é por vezes bastante pessimista.

Neste caso, sou mais sonhador e vejo com melhores olhos a frase de Diotima que Eugénio de Andrade cita nos posfácio do livro de Tolentino e que diz: "Amar é desejar a perpétua possessão do bem." Transmite-me mais esperança e optimismo, e penso que é disso que precisamos.

Cernache, 3/12/2005


AVC

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Hobbes-me? Eu não...

Caro Tiago:

Leio com interesse os teus artigos e satifaz-me saber que este nosso diálogo tem sido seguido pelos nossos fiéis leitores. Com certezas, afirmo e reconheço que Thomas Hobbes é uma figura incontornável no pensamento político moderno. Embora nos dias de hoje seja mais conhecido enquanto o tigre de pelúcia de Calvin, Hobbes foi talvez o mais revolucionário dos filósofos da chamada modernidade porque, pela introdução de conceitos como o de "Estado de Natureza" ou de "Soberania", condicionou os termos em que as questões da filosofia política foram colocadas daí em diante. Neste aspecto, assumiu um papel fundamental como poucos.

Tudo isto reconheço e não desvalorizo. Ataco isso sim a sua teoria política, que defende um absolutismo delirante e altamente propenso a resvalar numa Tirania, a mais terrível das formas de Governo. A unicidade do Poder como Hobbes vê, o seu conceito de Soberano que levita acima da lei, toda esta falta de freios nesta cavalgada de um Poder cada vez maior é contra o nosso conceito de um Governo Limitado pelas Leis, pelos Direitos dos cidadãos e pelo Consentimento popular (à maneira de John Locke, outro grande filósofo da modernidade).

As ideias de que não existe um Finis Ultimus, nem um Summum Bonum pecam, como já disse anteriormente, por serem demasiado cientistas e Hobbes propor-nos que a Moral é o que é analisado cientificamente, e não o que deve ser. Os conceitos de Finis Ultimus e de Summum Bonum são efectivamente morais e regem o nosso comportamente, definem o nosso Norte, enfim, ergue em nós uma conduta ética de actuação na vida. Ora, a falta destas fasquias comporta uma fraqueza espiritual não vista até então, a fraqueza de quem não vê para além da ciência. E como sabemos, a ciência não traz resposta para tudo. Para além disso, esta ideia atenta contra a liberdade individual de cada um, sendo que é-nos imposto que devemos acreditar apenas no que é palpável e não nos dá espaço, a meu ver, para pensarmos e transcender nos aspectos onde é preciso procurar a verdade mais além.

Para além disso, não vejo grande inovação desta ideia comparando com a ideia de um moderno mais antigo, Nicolau Maquiavel, que dizia que ninguém consegue ser "perfeitamente bom" nem "magnificamente mau". Vem muito na mesma linha e a inovação não é, penso eu, tão completa como isso. Fico à espera de uma resposta a esta atrevida provocação! Um abraço,


AVC

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Tributo à Música

Em 1791, neste dia, morreu precocemente o grande Compositor Wolfgang Amadeus Mozart.
Nasceu a 27 de Janeiro de 1756, em Salzburgo, na Áustria. Foi o sétimo, e último, filho "do mais belo casal de Salzburgo": Leopold Mozart e Anna Maria Pertl.
Começou a estudar Música com o seu pai, Leopold, também ele um grande Compositor de música de Câmara, da Corte do Arcebispo Sigismund Von Schrattenbach; o seu carácter genial rapidamente foi notado, visto ter aprendido a primeira peça com quase cinco anos, em 24 de Janeiro de 1761. A partir desse dia seguiram-se interpretações notáveis e, mais tarde, obras Magníficas, regidas pelo bom-gosto de ouvido que Mozart possuia extraordinariamente.
Morreu, aos 35 anos, tendo deixado, contudo, obras-primas da Música universal: compôs Música Vocal secular, Sacra, Instrumental e de Câmara.
Tudo na vida deste génio parece ter decorrido precocemente(o início da aprendizagem, a composição e a sua morte), porém, cabe-nos a nós que não seja esquecido(pois, caso acontecesse, também se poderia considerar precoce e, principalmente, injusto)... o esquecimento de um Grande Génio deve ser tudo menos precoce e, preferivelmente, não se deve verificar.
Conheçamos então a obra de Mozart e aprendamos a tirar prazer da Sublime Música do século XVIII.

TAM

Ainda Hobbes

Meu Caro Sandokan:

O meu comentário ao grande filósofo Thomas Hobbes não assume, certamente, um carácter valorativo, porém, tentei analisar os factos objectivamente de forma a não me deixar influenciar pelas minhas ideias pré-concebidas sobre o Pensador e as temáticas por ele abordadas. Deste modo, devo sublinar que, de facto, há quem considere os Estados Unidos da América um "Estado hobbesiano", o que, tendo em conta o clima de guerra quase permanente, parece corresponder à verdade(ou à tentativa de a encontrar). Devo, contudo, salientar que o intuito que me levou a escrever sobre Hobbes foi o de realçar dois conceitos que me suscitam grande interesse: nao existir Finis Ultimus, nem Summum Bonum, contrariando assim combativamente os Antigos filósofos morais que, em número e qualidade, se dedicaram a esta área do Saber. Não me parecendo, ao contrário de Vossa Senhoria, que a Nova Moralidade de Hobbes e outros da mesmíssima Era Moderna se aproxime da Imoralidade, trata-se somente de uma evolução conceptual que pode ser compreendida como natural, tendo em conta o contexto histórico, filosófico e social em que surgiu(o Renascimento-que siginifica Novos Tempos e com ele surgem novas ideias- como oposição à Idade Média, apesar de se tratar de um período cronológico fronteiriço).

Agradeço a amabilidade do teu comentário e a atenção(que muito me honra) atribuída ao meu texto expositivo. Abraço, TAM

P.S. Peço desculpa pela demora a responder, mas as responsabilidades quotidianas nem sempre permitem o tempo que desejava ter para contribuir para o Curtas.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

1 de Dezembro de 1640

D. João IV - quadro no Palácio de Vila Viçosa

Em 1640, neste dia, o Rei D. João IV, Duque de Bragança por ascendência de D. Nun'Álvares Pereira, tomou o poder com a ajuda de alguns fiéis lutadores. O 1º de Dezembro é tradição porque foi nesta data que voltámos a conseguir a independência, que os espanhóis nos tinham roubado e que hoje comemoramos. Foi o princípio da dinastia de Bragança, que ainda hoje se apresenta como credível solução para representar o nosso país ao mais alto nível.


AVC

terça-feira, novembro 29, 2005

Da Prudência

Tiziano - Alegoria do Tempo governado pela Prudência

A Prudência manda-nos que (nos) governemos de acordo com as nossas melhores características para cada circunstância e a cada momento da nossa vida, dinâmica e mutável. Não é uma banalidade, isto que digo. Ouçamos as palavras do Mestre Camões, que nos apresenta a importância da moral como finalidade da Prudência:

"E também, porque a santa Providência,
Que em Júpiter aqui se representa,
Por espíritos mil que têm prudência
Governa o Mundo todo que sustenta
(Ensina-lo a profética ciência,
Em muitos dos exemplos que apresenta);
Os que são bons, guiando, favorecem,
Os maus, em quanto podem, nos empecem;"

Luís Vaz de Camões - Canto Décimo de "Os Lusíadas"

Ouço os Antigos Grandes Professores e penso que por vezes não é banal dizer o óbvio, é importante até! São antigos valores que não se devem perder. Governemos pois as nossas emoções e instintos com Prudência nestes tempos, pois daí só sairemos favorecidos.

AVC

É preciso ter olho...

Aos que como eu deliram com passatempos do género "Onde está o Wally", recomendo estes sítios promovidos pelo novo site da Virgin Digital:

- Descobrir 74 bandas de música conhecidas numa imagem em http://pub.virgindigital.com/content/content.aspx?type=M1603&Ter=GB&Dest=W&Area=S

- Descobrir títulos de músicas num vídeo clip em http://www.virgindigital.com/watchtheVideo.htm

Se quiserem pôr as vossas descobertas na caixa de comentários, mais graça tem. À descoberta! É preciso ter olho...



AVC

segunda-feira, novembro 28, 2005

Escutas

Os participantes da cimeira Euro-mediterrânica consegiram «uma forte condenação do terrorismo, a mais dura que era possível aprovar», disse Tony Blair no fim, em conferência de imprensa.

Em relação ao conflito israelo-palestiniano registaram-se algumas divergências, razão pela qual os 35 países não chegaram a acordo sobre essa matéria para uma declaração final.

Mas como se escutou da conversa de Zapatero com o seu assessor, os israelitas estavam «intratáveis». Está explicado, portanto. Ainda se ouviu o Chefe do Governo espanhol dizer ao assessor para entregar e aprovar o documento, «esteja ele como estiver». Ah, bom. Então conseguiu-se aprovar o código de conduta contra o terrorismo. A política do desenrasca afinal não é exclusivamente portuguesa! É dos socialistas mediterrânicos, essa estranha espécie. E sabemos isso porque o Sr. Zapatero se esqueceu de desligar o microfone.


AVC

sábado, novembro 26, 2005

Brinde

Quero fazer um brinde ao Aveiro, que aqui se estreia a escrever com interesse e qualidade, e a todos os colaboradores do "Curtas e Rápidas"! Bom, e muito especialmente ao estimadíssimo Leitor, porque é a Vossa leitura que nos dá força na pena. À Vossa!

AVC

sexta-feira, novembro 25, 2005

Sobre Hobbes

Caro Tiago:

Como costume, apanhaste um tema interessante e de grande pertinência, principalmente nestes tempos em que se fala dos Estados Unidos da América como um Estado "Hobbesiano" (em matéria de Guerra). É inegável o papel preponderante de Hobbes na Filosofia Política moderna. A teoria de que não existe um "fim último" ou um "bem supremo" é interessante, embora a meu ver peque por ser uma visão demasiado positiva, cientista. Nesse aspecto, Hobbes é pouco conservador no ponto do que "deve ser", enveredando pelo caminho que era moda na altura e que era apologista da preponderância maquiavélica da verdade efectiva das coisas, da realidade, de "aquilo que é". Aí dizes bem, Hobbes desafia a moral dos "Antigos filósofos morais". Só que a linha que separa as novas moralidades de Maquiavel, Hobbes, Bacon e a Imoralidade é para mim muito ténue.

A meu ver, foram algumas destas "novas moralidades" do princípio da Era Moderna que nos conduziram a "positivismos éticos", que colapsam a moral com a realidade numa só dimensão, onde "o que é" determina "o que deve ser" e a maioria apropria-se e fala pelo todo, pelo colectivo, pela verdade, pela realidade. São ideias como estas que Karl Popper definiria como inimigas da Sociedade Aberta.

Um abraço,


AVC

Tributo à Filosofia

Em 1588 nasceu, na Grã-Bretanha, o Pensador Thomas Hobbes. Viveu nos séculos XVI e XVII, imediatamente após a época áurea do Renascimento e teve o privilégio de conhecer algumas Personalidades da História Universal como, por exemplo, Galileu.
Profundo conhecedor das obras e personalidades do Passado, Hobbes publicou obras relevantes, permitindo-me citar, entre elas, a seguinte: «Da condição natural da humanidade relativamente à sua felicidade e miséria», uma obra Sublime. No entanto, o que me leva a escrever sobre Hobbes é o facto de, tão grande Filósofo, ter defendido que não existe Finis Ultimus( Último Fim) nem Summum Bonum(Supremo Bem), rebatendo, deste modo, o que havia sido defendido, ao longo de séculos, pelos Antigos filósofos morais.
Proponho que pensemos sobre a temática supra-citada para, no mínimo, tomarmos posições sobre o assunto(tão relevante para a Filosofia da Ética) e compreendermos o que opôs Hobbes aos Filósofos seus anteriores.

TAM

quinta-feira, novembro 24, 2005

"Negra"

"Que estranha tatuagem Deus te deu,
vestindo-te da noite mais escura
que surgiu neste mundo e neste céu,
ó dramática e triste creatura!

De luto, assim, quem foi que te morreu,
ó tropical beleza, ó formosura?
- És a estátua cruel de quem sofreu
e grato momento à desventura.

Sempre de negro, ó virgem caprichosa,
a tua bôca é pétala de rosa
a noite do teu corpo perfumando...

E o teu olhar, humedecido e mole,
parece um brando sol, tal qual o sol,
parece mesmo o sol que está chorando!"

Tomaz Vieira da Cruz (1941)


AVC

quarta-feira, novembro 23, 2005

Ainda Columbano e também Antero

Para não vos tirar o incentivo de visitar o Museu de Arte Contemporânea de Lisboa para ver o «Soirée chez lui», tão pertinenemente indicado pelo superior post feito pelo nosso colaborador Tiago, deixo-vos aqui uma outra pintura não menos conhecida deste grande retratista que foi Columbano Bordalo Pinheiro. O retrato é de Antero de Quental, que recordamos também através de "O Palácio da Ventura".
Columbano Bordalo Pinheiro - Retrato de Antero de Quental

O PALÁCIO DA VENTURA

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d' ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!

Antero de Quental, in Sonetos

AVC

E-mail recebido

Por regra não costumo pôr no "Curtas e Rápidas" e-mails que recebo. No entanto, este vale a pena partilhar aqui, acerca de uma pobre República que tem os candidatos que tem...


Comunicado

A Associação das Agências de Viagem Portuguesas (AAVP) quer aqui anunciar, que apoia o candidato Mário Soares à Presidência da República pelas razões de seguida mencionadas:
Durante os anos que ocupou o Palácio de Belém, Soares visitou 57 países (alguns várias vezes como por exemplo Espanha que visitou 24 vezes e a França 21 vezes), percorrendo no total 992.809 KMS o que corresponde a 22 vezes a volta ao mundo.

1986
11 a 13 de Maio - Grã-Bretanha
06 a 09 de Julho - França
12 a 14 de Setembro - Espanha
17 a 25 de Outubro - Grã-Bretanha e França
28 de Outubro - Moçambique
05 a 08 de Dezembro - São Tomé e Príncipe
08 a 11 de Dezembro - Cabo Verde

1987
15 a 18 de Janeiro - Espanha
16 a 26 de Maio - Estados Unidos
13 a 16 de Junho - França e Suíça
16 a 20 de Outubro - França
22 a 29 de Novembro - Rússia
14 a 19 de Dezembro - Espanha

1988
18 a 23 de Abril - Alemanha
16 a 18 de Maio - Luxemburgo
18 a 21 de Maio - Suíça
31 de Maio a 05 de Junho - Filipinas
05 a 08 de Junho - Estados Unidos
08 a 13 de Agosto - Equador
13 a 15 de Outubro - Alemanha
15 a 18 de Outubro - Itália
05 a 10 de Novembro - França
12 a 17 de Dezembro - Grécia

1989
19 a 21 de Janeiro - Alemanha
31 de Janeiro a 05 de Fevereiro - Venezuela
21 a 27 de Fevereiro - Japão
27 de fevereiro a 05 de Março - Hong-Kong e Macau
05 a 12 de Março - Itália
24 de Junho a 02 de Julho - Estados Unidos
12 a 16 de Julho - Estados Unidos
17 a 19 de Julho - Espanha
27 de Setembro a 02 de Outubro - Hungria
02 a 04 de Outubro - Holanda
16 a 24 de Outubro - França
20 a 24 de Novembro - Guiné-Bissau
24 a 26 de Novembro - Costa do Marfim
26 a 30 de Novembro - Zaire
27 a 30 de Dezembro - República Checa

1990
15 a 20 de Fevereiro - Itália
10 a 21 de Março - Chile e Brasil
26 a 29 de Abril - Itália
05 a 06 de Maio - Espanha
15 a 20 de Maio - Marrocos
09 a 11 de Outubro - Suécia
27 a 28 de Outubro - Espanha
11 a 12 de Novembro - Japão

1991
29 a 31 de Janeiro - Noruega
21 a 23 de Março - Cabo Verde
02 a 04 de Abril - São Tomé e Príncipe
05 a 09 de Abril - Itália
17 a 23 de Maio - Rússia
08 a 11 de Julho - Espanha
16 a 23 de Julho - México
27 de Agosto a 01 de Setembro - Espanha
14 a 19 de Setembro - França e Bélgica
08 a 10 de Outubro - Bélgica
22 a 24 de Novembro - França
08 a 12 de Dezembro - Bélgica e França

1992
10 a 14 de Janeiro - Estados Unidos
23 de Janeiro a 04 de Fevereiro - India
09 a 11 de Março - França
13 a 14 de Março - Espanha
25 a 29 de Abril - Espanha
04 a 06 de Maio - Suíça
06 a 09 de Maio - Dinamarca
26 a 28 de Maio - Alemanha
30 a 31 de Maio - Espanha
01 a 07 de Junho - Brasil
11 a 13 de Junho - Espanha
13 a 15 de Junho - Alemanha
19 a 21 de Junho - Itália
14 a 16 de Outubro - França
16 a 19 de Outubro - Alemanha
19 a 21 de Outubro - Áustria
27 de Outubro - Turquia
01 a 03 de Novembro - Espanha
17 a 19 de Novembro - França
26 a 28 de Novembro - Espanha
13 a 16 de Dezembro - França

1993
17 a 21 de Fevereiro - França
14 a 16 de Março - Bélgica
06 a 07 de Abril - Espanha
18 a 20 de Abril - Alemanha
21 a 23 de Abril - Estados Unidos
27 de Abril a 02 de Maio - Grã-Bretanha e Escócia
14 a 16 de Maio - Espanha
17 a 19 de Maio - França
22 a 23 de Maio - Espanha
01 a 04 de Junho - Irlanda
04 a 06 de Junho - Islândia
05 a 06 de Julho - Espanha
09 a 14 de Julho - Chile
14 a 21 de Julho - Brasil
24 a 26 de Julho - Espanha
06 a 07 de Agosto - Bélgica
07 a 08 de Setembro - Espanha
14 a 17 de de Outubro - Coreia do Norte
18 a 27 de Outubro - Japão
28 a 31 de Outubro - Hong-Kong e Macau

1994
02 a 05 de Fevereiro - França
27 de Fevereiro a 03 de Março - Espanha (incluindo Canárias)
18 a 26 de Março - Brasil
08 a 12 de Maio - África do Sul (Tomada de posse de Mandela)
22 a 27 de Maio - Itália
27 a 31 de Maio - África do Sul
06 a 07 de Junho - Espanha
12 a 20 de Junho - Colômbia
05 a 06 de Julho - França
10 a 13 de Setembro - Itália
13 a 16 de Setembro - Bulgária
16 a 18 de Setembro - França
28 a 30 de Setembro - Guiné-Bissau
09 a 11 de Outubro - Malta
11 a 16 de Outubro - Egipto
17 a 18 de Outubro - Letónia
18 a 20 de Outubro - Polónia
09 a 10 de Novembro - Grã-Bretanha
15 a 17 de Novembro - República Checa
17 a 19 de Novembro - Suíça
27 a 28 de Novembro - Marrocos
07 a 12 de Dezembro - Moçambique
30 de Dezembro a 09 de Janeiro 1995 - Brasil

1995
31 de Janeiro a 02 de Fevereiro - França
12 a 13 de Fevereiro - Espanha
07 a 08 de Março - Tunísia
06 a 10 de Abril - Macau
10 a 17 de Abril - China
17 a 19 de Abril - Paquistão
07 a 09 de Maio - França
21 de Setembro - Espanha
23 a 28 de Setembro - Turquia
14 a 19 de Outubro - Argentina e Uruguai
20 a 23 de Outubro -Estados Unidos
27 de Outubro - Espanha
31 de Outubro a 04 de Novembro - Israel
04 e 05 de Novembro - Faixa de Gaza e Cisjordânia
05 e 06 de Novembro - Cidade de Jerusalém
15 a 16 de Novembro - França
17 a 24 de Novembro - África do Sul
24 a 28 de Novembro - Ilhas Seychelles
04 a 05 de Dezembro - Costa do Marfim
06 a 10 de Dezembro - Macau
11 a 16 de Dezembro - Japão

1996
08 a 11 de Janeiro - Angola

Depois, o mandato de Soares acabou.


AVC

segunda-feira, novembro 21, 2005

Tributo à Pintura

No ano de 1857, neste dia, nascia aquele que mais tarde viria a ser um dos maiores pintores portugueses de sempre: Columbano Bordalo Pinheiro.
Nasceu em Lisboa, onde estudou e morreu. Porém, rumou em 1881 para Paris, para aprofundar a sua formação, com uma bolsa custeada(secretamente, na época) por D. Fernando de Saxe-Coburgo, viúvo da rainha D. Maria II. Na Cidade-Luz conviveu com grandes nomes da Pintura mundial, como Manet, e expôs o seu quadro «Soirée chez lui», muito bem aceite pela crítica de então.
Celebrizou-se na pintura de decoração e nos retratos. Tem, como imagem de marca e legado para a História Nacional, as pinturas da sala de recepção do Palácio de Belém, os painéis dos «Passos Perdidos», na Assembleia da República, e o tecto do Teatro Nacional.
Columbano Bordalo Pinheiro, lembrado entre nós principalmente pela bela avenida a que dá o nome, em Lisboa, merece mais: conheçamos a sua obra!

O famoso quadro «Soirée chez lui» pode(e deve) ser observado no Museu de Arte Contemporânea de Lisboa, com o título «Concerto de Amadores».
TAM

sábado, novembro 19, 2005

Boas notícias - Rio Alviela

Nascente do Rio Alviela

Francisco Moita Flores, recém-eleito Presidente Municipal da Camara de Santarém, prometeu reforçar a fiscalização sobre as empresas poluidoras do rio Alviela no concelho, nomeadamente os cortumes e os aviários. Em articulação com Alcanena, vai tentar resolver este problema ambiental.

São bastantes os peixes que aparecem a boiar nas águas de um rio que, na sua origem, serve as torneiras em Lisboa. Um vasto conjunto de engenhos de moagem funcionavam nas duas margens do rio até à década de 1970, quando ficaram impossibilitados de funcionar por motivos de poluição do Alviela. Para além disso, este é um curso de rio com uma paisagem muito aproveitável para fins turísticos, pois é dono de uma beleza natural inigualável, como se pode ver na fotografia. É de louvar que estes municípios ribatejanos tenham decidido ficar mais atentos ao seu Património Natural.


AVC

A Nossa Rede

O "Curtas e Rápidas" começa a apresentar uma rede nacional de comentadores, de Norte a Sul: Do Alto Douro, Jairz e Shaggy; da Beira Litoral, Aveiro e Pirata; da Estremadura, Tiago; do Ribatejo, Sandokan; do Alto Alentejo, LCR. Para melhor vos servir!

AVC

quinta-feira, novembro 17, 2005

A Vida começa no Ventre Materno

Munch - A Dança da Vida


AVC

"Lenda do Liz e Lena"

"Nasceu o Rio Liz junto a uma serra
No mesmo dia em que nasceu o Lena;
Mas com muita paixão, com muita pena
De seu berço não ser da mesma terra

Andando, andando alegres, murmurantes,
Na mesma direcção ambos corriam;
Neles bebendo as árvores chilreantes
Cantavam esse amor que ambos sentiam

Um dia já espigados, já crescidos
Contrataram casar, de amor perdidos
Num domingo, em Leiria de mansinho...

Mas Lena, assim a modo envergonhada
Do povo, foi casar toda enfeitada
Com o Liz mais abaixo um bocadinho."

José Marques da Cruz


AVC

quarta-feira, novembro 16, 2005

Anjos cantores

Jan Van Eyck - The singing angels

"(...) De facto, para além de serem mensageiros de Deus, enviados a comunicar a sua soberana vontade aos homens, os anjos louvam também o Senhor na liturgia celeste (...)" (cf. Apoc 8,2).


AVC

terça-feira, novembro 15, 2005

São Martinho (do Porto)

Pois é, meu Caro Sandokan, o mês de Novembro deve despertar a nossa memórias sobre São Martinho e, com ele, sobre a bela vila a que tão valoroso Santo dá o nome.
O dia de São Martinho, o 11 de Novembro, faz-me lembrar, quase obrigatoriamente, aquela bela vila, de seu nome próprio (São) Martinho, seu apelido (do) Porto que, apesar do respeito que merece, tem sofrido sucessivos "ataques" aos quais, decerto, sobreviverá.
De facto, nunca é demais relembrar a suposta requalificação(profundamente descaracterizadora)que têm levado a cabo, para já, na zona baixa da vila, que compreende a belíssima Avenida Marginal e o famoso Largo do Turismo, para que os responsáveis por tal habilidade(nefasta) não julguem que os São Martinhenses de alma e coração estão desatentos!
A lenda Do São Martinho está, pelo Sandokan, magnificamente contada de modo que, considero que a homenagem a São Martinho, para além de já manifestada por mim no comentário "O nosso São martinho", está bem presente no espírito de todos aqueles que têm o privilégio de disfrutar daquele extraordinário Pôr-do-Sol, envolto no ambiente mais acolhedor e charmoso que tive, até hoje e quiçá para sempre, o prazer de vislumbrar.
Continuo atento, continuamos preocupados e temo-lo demonstrado das formas possíveis, porém, talvez, insuficientes, jamais dignas de acompanhar a imensa beleza de que tenho o prazer de referir, de que temos o prazer de adorar.

P.S.- Quero deixar uma saudação peculiar aos meus amigos Sandokan, pela erudição dos seus comentários e pela preocupação que demonstra têr pela nossa praia de eleição e ao Tomás que, ao ter conhecimento deste blog, prontamente se preocupou em analisá-lo e comentá-lo e teceu relevantes elogios aos conteúdos e forma do mesmo, Obrigado (a estes dois, também eles, grandes São-Martinhenses de coração).

Homenagem

El Greco - São Martinho de Tours

"Num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso soldado, montado no seu cavalo, quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante e gelada.

S. Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e, em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo.

E, apesar de mal agasalhado e de chover torrencialmente, preparava-se para continuar o seu caminho, cheio de felicidade.

Mas, subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Estio inundou a terra de luz e calor.

Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum sol quente e miraculoso."

Aos São-Martinhenses de terra e coração, que vêm a sua vila ser violentada pelo mau gosto de quem não olha à tradição. Derrubar árvores centenárias e descaracterizar a Avenida Marginal para fazer um relvado com bancos para idosos não é sério. Esquecem-se que os idosos de São Martinho do Porto são os que mais e melhores memórias têm do tempo que ali passaram, por entre os plátanos, junto à praia. É esta obra o pior que lhes podem dar.


AVC

segunda-feira, novembro 14, 2005

Aos admiradores de Tolkien

Para os fanáticos da saga "Senhor dos Anéis", aqui está um quiz para descobrirmos de que famílias da Terra Média descendemos...

http://quizilla.com/users/dphenreckson/quizzes/To%20which%20race%20of%20Middle%20Earth%20do%20you%20belong?/

Eu venho dos



E vós? A minha curiosidade pede-vos que depositem os resultados na caixinha de comentários...


AVC

sexta-feira, novembro 11, 2005

Antigas novidades

Quero avisar aos estimados leitores que, para nos protegermos do "spam" recorrente, introduzi um filtro para a caixa de comentários. Gostava também de partilhar aqui um recorte de jornal que anda a circular por estes meios internáuticos:


Quem disse isso? Esse mesmo:

E assim anda Portugal.

AVC

O voto nulo continua a dar que falar

Caro Pirata:

O Presidente da República tem poderes, mas poucos. Felizmente. O bom e mau uso desses poderes não são a maior causa do bom ou mau rumo que o país percorre. Felizmente. Logo, na sua feliz limitação de poderes, o Presidente pouco pode para fazer face a um bom ou mau Governo e a um bom ou mau Parlamento, esses sim, bastante mais poderosos. Um Chefe de Estado essencialmente representativo, como o PR é, deve ser acima de tudo um exemplo coerente, de união e constante nas suas funções.

Um exemplo coerente: a Família Real. Um exemplo de união: a admiração e maior consenso que a Instituição Real despoleta nos cidadãos. Uma constância nas funções: que só pode ser garantida com a continuidade de uma Monarquia.

Com isto, não é urgente dizermos basta e votarmos contra este sistema? Não é importante deixarmos de pactuar com este erro que nos vai vulnerabilizando a "globalizações" e nos vai enterrando na mediocridade de um sistema que defende a mudança do Chefe de Estado de 5 em 5 anos? Um sistema que deixa que o Chefe de Estado se suje em campanha com acusações, quando ele deve ser uma pessoa que reúna e não que desuna? E que elege um Presidente partidário, por mais que cantem outras tristes cantigas? Tristes cantigas sim, porque é triste. Não digo fados por o Fado ser Português, e não julgo que este seja o destino que Portugal merece.

Dizes bem, amigo Pirata, que o referendo deve ser realizado. Mas a seu tempo, primeiro precisamos de espalhar a palavra e esclarecer certos preconceitos de doutrinas Republicanas, Maçónicas, Abrilistas...

Para chegarmos a algum lado, uma maneira é votar nulo com um "Viva o Rei" ou um "Viva a Monarquia" inscrito no boletim de voto. Até sermos suficientes para nas estatísticas vermos aparecer:

Candidato A - %
Candidato B - %
Candidato C - %
Candidato D - %
Abstenção - %
Brancos/Nulos - %
Monárquicos - %

E assim crescer, com Portugal.
Um abraço,


AVC
Caro Sandokan, a referência ao voto branco foi um lapso da minha parte, que, como poderás verificar, já foi corrigido.
Quanto ao teu insistente apelo ao voto nulo, continuo a defender que ele não representa uma arma realista de combate, pela reimplantação da Monarquia em Portugal.
Como tal, o que temos dever e obrigação de fazer, é contribuir para que a nação tenha um chefe de estado tão capaz quanto possível, por forma a que se possa recolocar Portugal no bom caminho. Temos o dever de lutar com as armas que tivermos, não com as que gostaríamos de ter!
Como tal, podes chamar-lhe voto útil, se quiseres, já que busca a melhor alternativa para a Portugal.
Contudo, te garanto, assim houvera um referendo pela reimplantação da Monarquia, que o sim seria o local onde mais provávelmente cairía a minha "cruzinha".
Acima de Reis ou Presidentes, Portugal!

Direito de resposta

Caro amigo Pirata:

Agradeço desde já a tua opinião, que vem contribuir para o reacendimento deste debate que tem sido bastante interessante e que está longe de gerar concordâncias.

Penso que te equivocaste ao dizer que eu apelava ao voto branco, quando eu na verdade apelei ao voto nulo. No entanto, penso que a tua intenção não fica desvalorizada por isso. Eu apresentei o post "O porquê do voto nulo" como uma sugestão a quem sente o quão desconfortável é viver numa República democrática, mas presidencial. E, ao mesmo tempo, quer exercer o direito de voto, para uma melhor cidadania. Então, uma possível solução, e a meu ver a melhor, é a do voto nulo, bem mais expressivo e forte que o voto branco profetizado pelo Nobelizado das Canárias.

Acredito que muitas pessoas estão na mesma situação, duvidosos quanto ao que fazer nas próximas eleições presidenciais, e alguns apresentando outras alternativas sérias tal como vemos no http://voto-branco.blogspot.com , gentilmente indicado pelo "Misantropo Enjaulado".

Sinto que não fujo em demasia à verdade se te disser que tu defendes que practiquemos o chamado "voto útil", pois nestes próximos anos não teremos uma Monarquia (que se trata de dar um Rei à República!), só a longo prazo. Porém, este voto (f)útil só nos alargará ainda mais esse prazo. Se não começarmos a agir de imediato, quando mudaremos este sistema? Ser patriota e pensar em primeiro lugar em Portugal não é fazer tudo para que o que está mal, mude? Ou será alinhar nos erros e adiar ainda mais o sistema que mais nos convém, a Nós Portugueses?

Para além disso, não compreendo a tua insistência em votar nestes candidatos presidenciais, embora respeite, pois claro. Mas, vemos concorrer duas pessoas que foram talvez das que mais gravemente feriram a Nossa Pátria nos últimos anos, desde o 25 barra 4: o descolonizador errático e o catedrático de Boliqueime. Depois, outros dois que feririam Portugal mais ainda, se pudessem. Felizmente, pouco podem. E não te estou a ver votar no vate estatuado vivo.

Não me sinto num dilema entre ser Português ou ser Monárquico. Isso não existe. Sou Português e sou Monárquico e as duas coisas convivem na perfeição em minh'alma, pois são da mesma natureza patriótica.

Um grande abraço,


AVC

Monárquicos ou Portugueses?

Não pude deixar de ler o apelo ao voto nulo aqui feito pelo Sandokan, mas, após reflectir sobre o assunto, cheguei a uma simples conclusão, que me fará votar nas eleições presidenciais, mesmo reconhecendo eu as vantagens do regime Monárquico.
Todos nós, antes de sermos Monárquicos, somos Portugueses, logo, o interesse nacional, deveria estar acima do interesse Monárquico, todos queremos servir Portugal!
Ora, no presente, como vivemos numa República governada por um presidente, não podemos servir a nação se não exercermos o direito ao voto, mas não ao voto em branco.
Passo a explicar:
Ao votar nulo, estou a mostrar o meu apoio à Casa Real, mas, em nada estou a servir a nação, já que descuro a escolha do que para ela melhor seria.
Assim sendo, o voto em branco não tem qualquer utilidade prática, e, ainda para mais, faz-nos perder a oportunidade de dar a Portugal, dentro do possível, o que cremos como sendo o melhor.
Como tal, recuso-me a dizer Via o Rei, sem primeiro afirmar com convicção Viva Portugal!
Com todo respeito por Sua Alteza Real o Sr. D. Duarte, mas meus senhores, votem, por amor a Portugal!
J.G.M.P.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Interessante - CNE

Soube que hoje (dia 10) houve cerca de 40 conferências em Lisboa no âmbito do Congresso Internacional para a Nova Envangelização. É de louvar, uma cidade em torno do que importa, uma capital a acordar!

AVC

Não tenhais medo

Quem pensava que o "Curtas e Rápidas" tinha acabado, está muito enganado... só esteve parado uns dias, mas já cá está a prometer novos posts! Eh, Eh, Eh...

AVC

terça-feira, novembro 01, 2005

O porquê do voto nulo

A intenção do meu voto, provavelmente, pouco interessa para a maioria dos e-leitores deste blog. No entanto, sei que há muitas almas com o mesmo problema que eu, com a chegada das eleições que se aproximam.

Sou por uma ideia de que deve haver mais (e melhor) cidadania. Então, por isso, voto. No entanto, sou monárquico e como qualquer monárquico, deparo-me com a dúvida sobre o que fazer aquando das eleições presidenciais. Sendo coerente com a ideia de mais cidadania, a abstenção fica, a custo, posta de parte. Assim, sobram duas opções para mostrar o discordância para com o sistema presidencial: ou o voto branco ou o voto nulo.

Infelizmente, um premiado Nobel que me irrita profundamente, defendeu à pouco tempo num livro que o melhor voto de protesto seria o voto em branco. Mas o voto nulo pode querer dizer mais alguma coisa, talvez uma discordância maior. Por isso e pelo facto de o voto branco ser bandeira de alguém por quem a minha consideração é também pálida, voto nulo. Escrevo no boletim "Viva o Rei" e fico bem com a minha consciência enquanto cidadão e também enquanto monárquico. Não vou fazer (para já) campanha pelo voto nulo, mas fica antecipadamente já aqui a minha sugestão, para todos aqueles que verificam a mesma desconfortável situação...


AVC

1 de Novembro de 1755

Gravura ilustrativa do Terramoto e Tsunami de 1755 em Lisboa.

Hoje lembra-se uma tragédia com 250 anos. Podemos falar de um marco incontornável na história dos lisboetas e sua terra. Desde 1755, a cidade de Lisboa não mais foi a mesma...

Sobre o tema do Terramoto, aconselho com bastante fervor uma conferência na próxima 5ª feira, dia 3, no Palácio da Independência (Praça de São Domingos), pelas 21 horas, e que encerra um ciclo de conferências sobre o tema, que tem sido de um interesse e uma qualidade muitíssimo elevados.


AVC

sábado, outubro 29, 2005

Sobre a "Idade Média"

Faz-me confusão a insistência em dar o nome de "Idade Média" a todo o tempo que passou entre a "Antiguidade" e o "Renascimento". A "Antiguidade" acabou com a conquista e consequente queda do Império Romano do Ocidente, no ano de 476 d.C. e formalmente começa aí a "Idade Média". Segundo os convencionados historiadores, a "Idade Média" acaba em 1453, com a conquista e consequente queda do Império Romano do Oriente, e o início formal do Renascimento. Não percebo porquê a teimosia de continuar a dar apenas um nome a esse tempo, pois todo esse tempo não é apenas um período, é não apenas uma idade. É um tempo escondido da História, é certo, daí o nome de "Idade das Trevas" ou "Dark Age" que às vezes substitui a denominação de "Idade Média".

Foram quase 1000 anos de evolução, não houve nenhum botão que fosse premido em 476 e então houve uma estagnação, nem houve nenhum botão que se premisse em 1453 e que daí resultasse uma repentina evolução! Houve evolução e foi uma importante evolução, essencialmente a nível moral, importante até para os dias de hoje, com obras muito actuais e muito secretamente seguidas por quem sabe. As poucas referências que se conhecem desse tempo nas aulas de ensino secundário são as de uma horrível e opressora entidade que era a Igreja Católica. É pois a Igreja Católica, a instituição ocidental mais antiga em funcionamento, uma das maiores vítimas destes historiadores (maçons, talvez?) que engenhosamente vão ludibriando a História a seu favor, mascarando o bem com o mal e o mal com o "bem"...

Ainda para mais, é fácil de descobrir um lapso nesta versão da História: comparar tempos, pessoas e hábitos com 1000 anos de distância e meter tudo isso no mesmo saco não é sério. É como um historiador do século XXX comparar um José Sócrates com um D. Afonso Henriques e, porque distam menos de 1000 anos de tempo, meter ambos no mesmo saco! Chocante mas vero.


AVC

sexta-feira, outubro 28, 2005

O momento de Sócrates

Depois de ameaçar o Tribunal Constitucional (TC) de fazer passar a lei do aborto na Assembleia da República caso o TC não aprovasse o referendo, depois de ver as sondagens a dar uma esmagadora vitória de Cavaco Silva (com o cândido candidato oficial do Partido Socialista a ficar em terceiro nas intenções de voto), de quem Sócrates tem medo, por achar que este vai vetar qualquer referendo ou lei nova sobre o aborto quando for eleito Presidente da República, depois do claro cartão amarelo que o país deu ao (des)Governo e ao PS nas eleições autárquicas (e esta é uma conclusão plausível de ser tirada, uma vez que o Primeiro Ministro foi dar uma"forcinha" às campanhas apoiadas pelo PS em todo o país, coisa que os candidatos do PS às Câmaras Municipais concerteza dispensavam), depois de o Orçamento de Estado ter vindo cheio de "erros e gralhas", depois de ter acabado o "estado de graça" de quem nunca a teve, depois de tudo isto, Sócrates não está nos seus melhores momentos. Vale-lhe o facto de se ter posto no lugar e acatado como deve ser o veredicto do Tribunal Constitucional, respeitando-o como o devia ter feito desde o princípio.

AVC

quinta-feira, outubro 27, 2005

H5N1

A gripe das aves, da qual existem relatos há séculos, tornou-se agora um problema da maior importância a nível mundial.
Pois bem, às aves(para as raras e para as mais vulgares) deixo um conselho: podem voar, mas voem baixinho. Isto porque, caso se sintam adoentadas, a aterragem até ao consultório(veterinário) é mais rápida e menos perigosa!
Estou a brincar com o assunto, todavia, há que ter cuidado!
Previnam-se prevenindo os vossos animais, informem-se sobre as formas de contágio e as implicações que o vírus poderá trazer.

Carpe Diem, TAM
(o vírus da gripe aviária continua fora das rotas migratórias que passam em Portugal)

quarta-feira, outubro 26, 2005

The Phantom of The Opera - The Point of No Return

Phantom Of The Opera - The Point of No Return

"DON JUAN (PHANTOM - behind the curtain)
Passarino - go away!
For the trap is set and waits for its prey . . .
(PASSARINO leaves. CHRISTINE (AMINTA) enters. She
takes off her cloak and sits down. Looks about her. No-
one. She starts on an apple. The PHANTOM, disguised as
DON JUAN pretending to
be PASSARINO, emerges. He now wears PASSARINO's
robe, the cowl of which hides his face. His first words
startle her)
DON JUAN (PHANTOM)
You have come here
in pursuit of
your deepest urge,
in pursuit of
that wish,
which till now
has been silent,
silent . . .
I have brought you,
that our passions
may fuse and merge -
in your mind
you've already
succumbed to me
dropped all defences
completely succumbed to me -
now you are here with me:
no second thoughts,
you've decided,
decided . . .
Past the point
of no return -
no backward glances:
the games we've played
till now are at
an end . . .
Past all thought
of "if" or "when" -
no use resisting:
abandon thought,
and let the dream
descend . . .
What raging fire
shall flood the soul?
What rich desire
unlocks its door?
What sweet seduction
lies before
us . . .?
Past the point
of no return,
the final threshold -
what warm,
unspoken secrets
will we learn?
Beyond the point
of no return . . .
AMINTA (CHRISTINE)
You have brought me
to that moment
where words run dry,
to that moment
where speech
disappears
into silence,
silence . . .
I have come here,
hardly knowing
the reason why . . .
In my mind,
I've already
imagined our
bodies entwining
defenceless and silent -
and now I am
here with you:
no second thoughts,
I've decided,
decided . . .
Past the point
of no return -
no going back now:
our passion-play
has now, at last,
begun . . .
Past all thought
of right or wrong -
one final question:
how long should we
two wait, before
we're one . . .?
When will the blood
begin to race
the sleeping bud
burst into bloom?
When will the flames,
at last, consume
us . . .?
BOTH
Past the point
of no return
the final threshold -
the bridge
is crossed, so stand
and watch it burn . . .
We've passed the point
of no return . . ."


AVC

Poesia do meio-dia II

Dizia Antonio Machado:
"O caminho faz-se caminhando"
Tem sido um poeta muito citado
Por quem caminhos vai errando...


AVC

segunda-feira, outubro 24, 2005

Canção Desesperada

La Canción Desesperada

"Emerge tu recuerdo de la noche en que estoy.
El río anuda al mar su lamento obstinado.

Abandonado como los muelles en el alba.
Es la hora de partir, oh abandonado!

Sobre mi corazón llueven frías corolas.
Oh sentina de escombros, feroz cueva de náufragos!

En ti se acumularon las guerras y los vuelos.
De ti alzaron las alas los pájaros del canto.

Todo te lo tragaste, como la lejanía.
Como el mar, como el tiempo. Todo en ti fue naufragio!

Era la alegre hora del asalto y el beso.
La hora del estupor que ardía como un faro.

Ansiedad de piloto, furia de buzo ciego,
turbia embriaguez de amor, todo en ti fue naufragio!

En la infancia de niebla mi alma alada y herida.
Descubridor perdido, todo en ti fue naufragio!

Te ceñiste al dolor, te agarraste al deseo.
Te tumbó la tristeza, todo en ti fue naufragio!

Hice retroceder la muralla de sombra,
anduve más allá del deseo y del acto.

Oh carne, carne mía, mujer que amé y perdí,
a ti en esta hora húmeda, evoco y hago canto.

Como un vaso albergaste la infinita ternura,
y el infinito olvido te trizó como a un vaso.

Era la negra, negra soledad de las islas,
y allí, mujer de amor, me acogieron tus brazos.

Era la sed y el hambre, y tú fuiste la fruta.
Era el duelo y las ruinas, y tú fuiste el milagro.

Ah mujer, no sé cómo pudiste contenerme
en la tierra de tu alma, y en la cruz de tus brazos!

Mi deseo de ti fue el más terrible y corto,
el más revuelto y ebrio, el más tirante y ávido.

Cementerio de besos, aún hay fuego en tus tumbas,
aún los racimos arden picoteados de pájaros.

Oh la boca mordida, oh los besados miembros,
oh los hambrientos dientes, oh los cuerpos trenzados.

Oh la cópula loca de esperanza y esfuerzo
en que nos anudamos y nos desesperamos.

Y la ternura, leve como el agua y la harina.
Y la palabra apenas comenzada en los labios.

Ése fue mi destino y en él viajó mi anhelo,
y en él cayó mi anhelo, todo en ti fue naufragio!

Oh sentina de escombros, en ti todo caía,
qué dolor no exprimiste, qué olas no te ahogaron.

De tumbo en tumbo aún llameaste y cantaste
de pie como un marino en la proa de un barco.

Aún floreciste en cantos, aún rompiste en corrientes.
Oh sentina de escombros, pozo abierto y amargo.

Pálido buzo ciego, desventurado hondero,
descubridor perdido, todo en ti fue naufragio!

Es la hora de partir, la dura y fría hora
que la noche sujeta a todo horario.

El cinturón ruidoso del mar ciñe la costa.
Surgen frías estrellas, emigran negros pájaros.

Abandonado como los muelles en el alba.
Sólo la sombra trémula se retuerce en mis manos.

Ah más allá de todo. Ah más allá de todo.

Es la hora de partir. Oh abandonado!"


Pablo Neruda



AVC

sábado, outubro 22, 2005

Pesadelo

Se Soares ganhar... há que instalar este novo sinal em Belém!


AVC

O "apertar do cinto"

Pedro Afonso 2005

Um médico que vai de férias para o Quénia enquanto o doente piora e padece de graves inflamações, um médico que quando chega a Portugal, todos o querem de volta para o Quénia... não será melhor mudar de médico?


AVC

O Ultimato que vem de baixo

Diz o nosso(?) birrento Primeiro-Ministro(!!) que se o Tribunal Constitucional não aprovar o referendo do aborto, sempre há a hipótese de alterar a lei na Assembleia da República! Sócrates, no seu jeito de "crescido" arrogante, menorizou e desrespeitou a importância do Tribunal Constitucional. Desde quando se vê um Chefe(...) de (des)Governo a fazer ameaças ultimatosas ao Tribunal Constitucional?

Eça de Queiroz fazia a crítica no seu tempo: "Este governo não cairá porque não é um edifício; sairá com benzina porque é uma nódoa." Grande Eça. Cabe a nós desinfectar Portugal nas próximas legislativas, que espero não virem lá longe.


AVC

'Bater no ceguinho'

«Animado pelo anúncio da recandidatura de Mário Soares à Presidência da República, o nosso querido Eusébio já confirmou o seu regresso à Selecção.»
Muito bem.. o que Portugal precisa é de gente jovem e empreendedora que saiba olhar para o futuro!
«Finalmente... Dom Sebastião sairá do meio do nevoeiro para nos salvar!Finalmente, Portugal em movimento...»

quarta-feira, outubro 19, 2005

Velhas novidades

Tiziano - "As três idades da vida"

Na minha não muito longínqua pequenez, gostava muito de procurar nos livros onde estava o Wally. Passado alguns anos, descobri um novo jogo parecido: Onde está o Soares?


AVC

Socorro Pátria...

Munch - "Grito"

Grito Abafado, aquele que se dá sem som,
que só se projecta quando é tarde demais...
Oh Portugal, por onde andas, diz-me!
Espera, não... antes grita, assinala a tua presença!
Tu que foste apanhado num barco que ruma sem norte,
para um destino que ninguém conhece...
Mas que todos lhe sabem o nome!
Essa devassa Europa
que ao dormir com o Deus do Olimpo,
deu origem a um continente filho do pecado...
Como pode um filho do pecado ser bom?

Tu, Portugal, és diferente!
Filho de valorosos homens, como Viriato e Afonso Henriques!
O teu povo, fiel à mais pura das Rainhas: a nossa,
Nossa Senhora dos portugueses!
A tua História não engana:
mereces um melhor Futuro oh País,
se queres ser coerente com o que passou...

Pátria minha, por favor, exige dos teus,
exige de nós que a "Lusitana Antiga Liberdade" volte a ti,
que te tratem e cuidem...

Vê por onde andas e avisa-nos que este é o nosso
Caminho para a Servidão...
Europa? Portugal. Portugal!


AVC

terça-feira, outubro 18, 2005

Temas vários

1. Quero desde já salutar os novos correspondentes deste blog, que na qualidade garantida que lhes reconheço a cada um, vão contribuir em muito para o bom serviço que o "Curtas e Rápidas" quer prestar. A todos as minhas boas vindas e obrigado por aceitarem o desafio!

2. Embora parcial e tendencioso, como é difícil não ser nestas questões, um blog apesar de tudo interessante sobre episódios da Guerra da Guiné, que podem visitar através do link que disponho na secção aos links destinada, nesta página.

3. "Last but not least", quanto ao muito pertinente grito de alerta feito pelo meu amigo TAM em O Nosso São Martinho, que nos avisa acerca do acto cruel que infligiram não só à nossa vila de eleição como também a nós e a todos os quantos que sentem São Martinho do Porto de forma especial. De facto, a ideia com que fico de tudo isto é que o facto de as obras avançarem no dia logo a seguir às eleições autárquicas pode querer dizer muita coisa. Por um lado, se o Presidente não fosse reconduzido no seu mandato, ao menos os negócios prometidos não se iam deixar de realizar. Como se sabe, há ainda um espaço de tempo às tomadas de posse, e mais vale prevenir que remediar. Pelo outro lado, no princípio dos mandatos - e ainda por cima os recém-eleitos têm uma folgada maioria absoluta - é a altura de aplicar todas as impopularidades de uma vez, para depois haver 3 anos para recuperar a simpatia dos eleitores, que entretanto se vão habituar ao novo aspecto que São Martinho do Porto toma. Como diria Maquiavel, "O mal deve fazer-se todo de uma vez para que, sendo menos saboreado, ofenda menos. O bem deve ser feito pouco a pouco, para melhor se saborear."


AVC

segunda-feira, outubro 17, 2005

O Nosso São Martinho

Olá, peço desde já desculpa se, o assunto que trago hoje, não é do interesse nacional, mas somente daqueles(bastantes e dedicados) que frequentam e amam a vila de S. Martinho do Porto. Esta extraordinária vila, já neste blog citada pelo meu caro Sandokan como o local ideal para um dia de reflexão, está, literalmente, num caos.
Neste recém terminado fim-de-semana tive o prazer de passear por aquela que é a vila do meu coração e, quando não é o meu espanto, deparo-me com um cenário no mínimo invulgar: os plátanos centenários do largo tinham desaparecido; o paredão, que nos primeiros anos de vida me serviu como passeio de aprendizagem da arte de bem andar de bicicleta, estava parcialmente remodelado e, ao que parece, as mudanças suceder-se-ão a um ritmo acelerado. Pois bem, que as requalificações das zonas históricas e caracterizadoras das localidades portuguesas estão na moda, já todos sabemos. No entanto, e porque neste caso o sentimento de tristeza me afecta de forma peculiar, espero sinceramente que as requalificações que por aí se realizam sejas positivas, com vista a melhorar o espaço físico de que as localidades e os cidadãos dispõem e não uma "mudança estética", superficial, que serve somente para alterar as boas e seculares tradições de tantos e tantos lugares desse tão lindo Portugal!
Votos de que a Luz ilumine as mentes responsáveis pelo projecto de tal requalificação (e de tantas outras que por aí se fazem), tendo por certo que São Martinho não é uma vila vulgar merecendo, portanto, um acompanhamento especializado, atento e elucidado do valor que aquela deslumbrante baía representa, desde há bons e longos anos, para uma parte relevante da população portuguesa, principalmente lisboeta, que ali goza os seus momentos de diversão: férias, fins-de-semana, etc.
Estarei sentidamente atento, TAM

sexta-feira, outubro 14, 2005

Filosofia ou Erosofia?

Passando os dedos pelas páginas da "República" de Platão, um grande clássico da Filosofia Política, comecei a dar-me conta de uma aparente imprecisão quanto à definição do termo Filosofia. Sabemos, por várias obras sobre o Amor visto pelos antigos gregos, principalmente pelo "Banquete" de Platão, que há três tipos de Amor tratados:

- Agapê, o Amor que se move por superabundância, normalmente associado ao latim Caritas, Caridade;
- Eros, o Amor que, ao contrário de Agapê, se move por falta, que é inatingível porque se porventura o alcançarmos, ele morre (provavelmente o mais conhecido Amor Platónico);
- Philia, o Amor a que corresponde a amizade, não egoísta, altruísta, que pressupõe uma preocupação pelo bem estar do outro, sendo que o melhor exemplo deste tipo de Amor é a relação entre Pai e Filho.

Daqui, chegamos à construção clássica da palavra Filósofo que se aprende nas primeiras aulas de Filosofia, no Secundário:
Filos = amigo
Sofia = sabedoria
Filósofo = amigo do conhecimento, amigo da sabedoria, amigo do saber.

Até aqui, tudo bem. Sabemos que o Filósofo é, por excelência, o amigo do saber. Mas olhando para um dos principais ensinamentos de Sócrates, este argumento muda ligeiramente. Vejamos então, Sócrates tem a ideia que o verdadeiro conhecedor é aquele que sabe que pouco sabe - "Só sei que nada sei" - e que quanto mais sabe, mais sabe que muito mais há para se saber! É então um apaixonado pelo conhecimento, com sede de mais e melhor conhecimento. Mais, Sócrates diz na "República" que o Filósofo é a pessoa indicada, pelas suas qualidades, para exercer o cargo de governante na Cidade. No entanto, a Política está cheia de artimanhas, fingimentos, mentiras, encenações, logo o Filósofo rejeita sempre (com a excepção de Manuel Maria Carrilho, Filósofo?!) a hipótese de arriscar a sua "contaminação" pelas impurezas da Política.

É portanto uma relação de atracção-repulsa, esta gerada pelo Filósofo e a Política. É o Filósofo que deve governar a Cidade, no entanto, ao chegar a governante, este último é corrompido nas suas virtudes, deixando aos poucos de ser Filósofo.

Com isto, o Filósofo apaixonado pelo saber, ou melhor, enamorado pelo saber, tem um tipo de amor que o move que é muito mais parecido com o Eros que com a Philia, pelas suas características próprias. Pergunto eu: se a palavra Filosofia tivesse sido inventada por Sócrates, chamar-se-ia Filosofia ou Erosofia? Eu sinto-me mais inclinado à segunda hipótese.


AVC

terça-feira, outubro 11, 2005

Alegoria da Felicidade

"Alegoria da Felicidade" - Angelo di Cosimo

Esta pintura data de 1564. Hoje continua bem real, esta felicidadezinha material. O controlo do mundo, a cornucópia da comida sem fim, os inimigos subjugados, a sabedoria ao dispor, mas velha... Para mim, esta não é a verdadeira felicidade, não é este o nosso verdadeiro propósito aqui na Terra. Mas por vezes somos (dis)traídos pelo mundano e acreditamos que sim. Acreditamos que somos invencíveis na nossa pequenez, insuflamos o nosso ego de tal modo que... voamos de vaidade. Sem sentirmos que deixámos a Terra lá em baixo!

Os meus votos de verdadeira felicidade a todos! E a mim, já agora.


AVC

segunda-feira, outubro 10, 2005

Caros Concidadãos, estamos no rescaldo das eleições autárquicas e estas merecem-nos uma análise mais aprofundada, apesar do descrédito que, igualmente, suscitam. Pois bem, o País foi "corrido" por uma relevante onda laranja que nos permite voltar a uma situação em que os maiores e mais importantes municípios nacionais são governados pelo PPD/PSD, a governar sozinho ou em coligações de Centro-Direita que, com mérito, venceram a campanha populista e sensacionalista da Esquerda aflita (neste caso recordo a merecida vitória da seriedade em Sintra, município este que elegeu a coligação PPD/PSD, PPM, etc, contra a campanha populista das "cadeiras de rodas" e dos "passeios de bicicleta" dos senhores do PS). Assim sendo, temos condições para progredir, os Autarcas saíram legitimados e com muitos projectos para aplicar e, desta vez, nem o "inimigo sombra" os venceu, a famosa Abstenção, apesar de ainda presente, não foi tão elevada como vinha sendo hábito. Os Portugueses votaram portanto, agora, trabalhem, demonstrem que não se tratava somente de ideias de campanha eleitoral para chegar até ao poleiro com motivações menos legítimas, como é o caso de três dos quatros casos que concorreram a cargos autárquicos tendo questões pendentes com a Justiça (nomeadamente Felgueiras, Gondomar, Oeiras e Amarante, único candidado independente deste grupo mediático que não venceu as eleições).
Felicitações, e não me levem a mal, aos candidatos vencedores dos municípios de Lisboa, Porto e Sintra onde ganharam a fidelidade, a determinação e a seriedade, respecticamente, contra a mediocridade de outras, tristes (Sr. Carrilho), candidaturas.

Trabalhemos e mudemos a tendência de diminuição da qualidade de vida dos munícipes, Bem Haja a todos os vencedores!

TAM

Carrilhadas

Quem não soubesse o resultado das eleições autárquicas de Lisboa, ao ouvir o discurso de domingo de Manuel Maria Carrilho, ficaria com a sensação de que este tinha saído vitorioso. Tanta arrogância para quê, Sr. Carrilho? Quando se tem sofre uma derrota tão esmagadora como esta (apenas conseguiu 26% dos votos), há que saber ter uma postura mais humilde, e aceitar o resultado. E penso que não seria necessário ter a sua ex-futura-primeira-dama, num traje pouco sóbrio, e ao estilo americano, a fingir que tinha ganho a câmara da capital!
P.S: Carrilho nunca mais se vai desculpar a si próprio por não cumprimentar um adversário...

Inovações nas eleições

Que Mário Soares agiu de forma criminosa contra a lei eleitoral, isso já não é notícia e já não é a primeira vez. Que tenha apelado desesperadamente ao voto no filho quando este se sentiu com a eleição a fugir-lhe por entre os dedos, também não é de agora... a grande inovação foi ter visto uma senhora que, no discurso de João Soares, traduzia o texto para linguagem gestual, gesticulando à sua rectaguarda enquanto ele assumia a derrota.

Para João Soares e para a sua conduta na noite das eleições, nada a dizer, portou-se bem. Para Mário Soares, que talvez inspirado nos casos de Oeiras, Leiria, Gondomar e Felgueiras quis arranjar uma maneira de se vitimizar com um processo que vai (espera-se!) a tribunal, para poder ganhar a eleição presidencial, não tenho palavras. Faço como o seu filho, recorro a alguém que gesticule por mim:



AVC

O caso de Polícia que passou a caso de Política

Com gosto leio este último post, vindo do Pirata, de quem me orgulho em ter como comentador neste blog que está ao serviço de todos.

Infelizmente concordo contigo no teor da desgraça ocorrida em Oeiras, pela escassa diferença de menos de 2% dos votos. Que havia notícia de a candidatura independente ter disponibilizado viaturas para o transporte de pessoas desde as suas habitações em bairros sociais até às urnas, ninguém desmentiu. Mas também ninguém confirmou, pois a notícia foi prontamente abafada e não mais se falou nela. Um escândalo a encerrar uma campanha que foi toda ela escandalosa.

Tive a oportunidade de assistir como a campanha da candidatura de Teresa Zambujo estava rodeada por eleitores interessados no futuro da autarquia, e de assistir à campanha de jovens mercenários pagos pela campanha de Isaltino Morais a furar a outra campanha e a provocar situações de quase agressão. De um lado, a paciente forma de fazer campanha de uma maneira elevada. Do outro, um populismo agressivo e de um vale-tudo como nunca vi, nem em gravações de campanhas em países tidos como terceiro mundistas. Das outras campanhas para a Câmara de Oeiras, nada a dizer sobre candidaturas fantoche ao serviço da "máquina isaltinadora", como lhe ouvi chamar.

Partilho das mesmas preocupações e continuo abismado com a decisão da maioria relativa dos Oeirenses. Respeito essa escolha, mas não escondo que é um sapo difícil de engolir!


AVC

domingo, outubro 09, 2005

Eleições

Nesta noite de eleições (au...tárquicas) e maioritariamente de vitória, não posso deixar de alertar o Povo Português e, muito em especial, os oeirenses, para que reflictam nos resultados do escrutínio:
À semelhança do que aconteceu em alguns outros conselhos nacionais, em oeiras, a vitória eleitoral foi alcançada por uma candidatura independente, de um dos ditos candidatos-arguídos.
Sempre considerei o Povo Português mais esclarecido quanto aos valores e aos exemplos que quer ver nos seus governantes...
Esse mesmo Povo, que tão lesta e prontamente se propõe a julgar qualquer grande ou pequeno erro do seu próximo, como se desempenhassem o papel de doutos juízes do mundo, neste caso não o fez... será por haver jogos de poder e trocas de favores envolvidos nestas estranhas e tão pouco dignificantes candidaturas?
Não pretendo aqui levantar falsos testemunhos, mas, os elementos que recolhi, em relação ao caso específico na periferia da capital portuguesa, levam-me a ter forte convicção numa menor respeitabilidade dos governantes em questão, que não só perdem a noção de decoro e do aceitável, como se abstêm de olhar a meios para atingir os fins almejados...
É claro que em tudo isto está presente uma imensa falta de respeito e de honestidade para com os cidadãos votantes, a qual me coíbo de classificar, pois teria de usar aqui palavras menos próprias para um blog de um nível muito superior ao dos que tentaria qualificar...
Com votos de que tudo isto seja um pequeno erro de percurso e de que a nossa (nobre e valente?...) nação se recomponha rapidamente de tamanho desfalque,
Com os melhores cumprimentos
JGMP

Viva Portugal!